Em Fórum Nacional de Reforma Urbana
Moradia digna, transporte público de qualidade e cidades justas para todos. Esses são os pilares da Marcha Nacional pela Reforma Urbana, que ocorrerá no próximo dia 28 (quarta-feira), em todo o Brasil. O ato organizado pelo FNRU (Fórum Nacional de Reforma Urbana) ocorrerá nas cidades de Belém (PA), Manaus (AM), Recife (PE), Porto Alegre (RS), Curitiba (PR) e São Paulo (SP).
Na capital paulista, o ato tem início às 8h no Largo da Batata, em Pinheiros (metrô Faria Lima), na zona oeste da cidade.
De acordo com o coordenador do CMP (Central de Movimentos Populares), Luiz Gonzaga, o Gegê, a reforma é muito mais do que a construção de casas.
“Se não temos uma cidade para todas e todos é porque nos falta muito mais que as casas, nos falta água e educação, principalmente, aos que hoje vivem geograficamente nas regiões menos atendidas”, enfatizou.
Outro ponto levantado pela Reforma Urbana é o direito à moradia. Em tempos de megaeventos esportivos como a Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas de 2016, milhares de pessoas que habitam as cidades que sediarão os jogos se veem em situações de remoções forçadas.
“Eles são projetos restritos. Criam-se novas realidades, altera-se a dinâmica das cidades. Esses projetos envolvem remoções e geram impactos das casas populares. No Brasil, os megaeventos estão fortemente articulados na realocação dos pobres no município. Muito disso tem desrespeitado o direito à cidade”, explicou Orlando Santos Júnior, professor de planejamento urbano e regional da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro).
O direito de ir e vir
Nas grandes cidades, o deslocamento de quem mora na periferia para o centro é sempre prejudicado devido à falta de estrutura no sistema de transporte público, que é um serviço que garante o acesso ao Direito à Cidade Democrática.
O urbanista Nazareno Stanislau Affonso, coordenador da ANTP (Associação Nacional de Transportes Públicos) em Brasília, diz que um dos pontos previstos na Política Nacional de Mobilidade Urbana (lei 12.587/12), defendida pela Reforma Urbana, pode resultar num barateamento das tarifas em pelo menos 50% dos custos para garantir inclusão social.
“Desta forma, é possível garantir espaços institucionais de controle social dos investimentos, serviço, planilhas tarifárias, informação aos usuários”.