Crescente concentração e ‘estrangeirização’ de importantes cadeias produtivas e setores da economia brasileira têm marcado o tom do desenvolvimento econômico recente. Isto tem tido um impacto direto nos territórios e nas populações comprometendo em muitos casos direitos sociais, ambientais e trabalhistas. Enquanto isso, as empresas ‘translatinas’ não se diferenciam positivamente desse modelo de internacionalização e ainda contam frequentemente com o apoio público para a expansão da sua atividade para além do Brasil.
Comunidades afetadas, trabalhadores, organizações e movimentos sociais vêm reagindo a esse fenómeno de forma diversa e até agora relativamente descoordenada. Porém, mostra-se nas lutas recentes a necessidade de dialogar e compartilhar visões sobre o que está acontecendo no Brasil e no mundo em relação às transnacionais e à grande concentração de capitais de forma a fortalecer os movimentos que acompanham esses processos de forma crítica.
O fato de o governo começar a discutir um plano doméstico para a implementação dos “Princípios Reitores” propostos por John Ruggie e adotados pela ONU em 2011, ao mesmo tempo em que se inicia a negociação de um tratado vinculante sobre Empresas Transnacionais e Direitos Humanos, oferece uma oportunidade política interessante para aprofundar esta reflexão e ação.
Dando continuidade ao diálogo iniciado na primeira reunião de dia 25 de agosto passado, a proposta desta 2ª Oficina é de avançar em uma agenda comum, aprimorar conhecimentos sobre alguns processos, e pensar coletivamente formas de coordenação e ação conjunta das organizações e movimentos sociais brasileiros no nosso país e no nível internacional. (mais…)