‘Somos Zumbi’, dizem quilombolas do Marajó contra o agronegócio, por Felipe Milanez

Foto do  Blog do Felipe Milanez
Foto do Blog do Felipe Milanez

Um ‘bom vizinho’ utiliza as instituições do Estado para benefício próprio em detrimento da destruição ecológica, dos bens comuns e do dinheiro público

por Felipe Milanez, no Blog do Felipe Milanez

O lado oriental do arquipélago do Marajó, aquele marcado pelo cerrado, campos naturais, onde o búfalo aprendeu a viver na Amazônia, está atravessando uma revolução conservadora e uma modernização autoritária e destruidora. Houve uma mudança brusca no padrão político e econômico, iniciada há poucos anos com a chegada de um plantador de arroz expulso de um território indígena em Roraima — junto dele, vem o agronegócio moderno para tomar o lugar de antigos pecuaristas.

Essa nova fórmula ruralista baseada na financeirização da produção, conectada com bolsas de commodities pelo mundo, movimentada por máquinas potentes, agrotóxicos violentos e portas abertas na burocracia estatal para seus interesses. A principal resistência a essa grande transformação na região, com desvio de rios, desmatamento e poluição tóxica, está concentrada nas comunidades remanescentes de quilombos. (mais…)

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Terras Quilombolas – governo Dilma titula apenas nove terras, todas parcialmente

MapaEm mais um Dia Nacional da Consciência Negra (20 de novembro), os quilombolas têm pouco a comemorar. 2014 foi mais um ano de poucas titulações: seis terras regularizadas, sendo quatro parciais pelo Incra e duas pelo governo do Maranhão.

Comissão Pró-Índio de São Paulo

O primeiro mandato da presidente Dilma Rousseff está chegando ao seu final sem que se registre qualquer mudança no ritmo lento de titulações de terras quilombolas que marcou também a gestão de seus antecessores, Luis Inácio Lula da Silva e Fernando Henrique Cardoso. Até 13 de novembro, a presidente Dilma Rousseff havia titulado apenas nove terras, todas parcialmente. No Incra, aguardam por conclusão mais de 1.400 processos.

Mais um governo que pouco avançou na efetividade do direito dos quilombolas às suas terras. Atualmente, 140 terras quilombolas, onde vivem 229 comunidades, estão tituladas, sendo que parte delas apenas parcialmente. Nas áreas regularizadas encontram-se 12.428 famílias o que representa 5,8% das 214.000 famílias que a SEPPIR estima ser a população quilombola no Brasil. (mais…)

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No “trote” violento da Medicina, lições de Freud e Foucault

Medicina trote

Humilhações na calourada expõem formação que vê o outro como objeto de gozo. E papel do Médico associa-se ao controle e esvaziamento da vida

Por Christiana Oliveira, Outras Palavras

Após uma onda de ódio e preconceito, ligado às eleições, nos deparamos com denúncias aterrorizantes, que seguem a linha da intolerância e demarcam o que sempre existiu – e que foi mantido no silêncio por anos, como algo inexistente. Na última terça-feira, 11/11, a Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) realizou uma audiência sobre as denúncias feitas contra os universitários da Faculdade de Medicina da USP. Rompido o lacre da impunidade, tornaram-se públicos segredos sórdidos: assédios, estupros, preconceito e humilhação são as marcas principais. A universidade, que sempre soube das acusações, não se deu o trabalho de investigá-las, justificando a importância de “não manchar a imagem da instituição”¹.

Diante disso, questiona-se: de que maneira esses alunos, que passaram por uma educação de qualidade e são tidos como a elite intelectual brasileira, chegaram a esse nível? Ou, então: de que modo ocorrerá o encontro do futuro médico com seu paciente, se o outro é visto como objeto de gozo? (mais…)

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20 de novembro: um dia para lembrar a discriminação cotidiana das mulheres negras

bastadeviolenciaLuciana Araújo / Agência Patrícia Galvão,  no População Negra e Saúde

No Brasil, o dia 20 de novembro marca, além do Dia da Consciência Negra, o início das atividades dos 16 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra as Mulheres. O calendário, que internacionalmente tem início no 25 de novembro (Dia Internacional da Eliminação da Violência contra a Mulher) e vai até o dia 10 de dezembro (Dia Internacional dos Direitos Humanos), foi antecipado no País para resgatar o peso que o racismo estruturante e estrutural vigente em nossa sociedade tem na maior vulnerabilidade das mulheres negras à sistemática violação dos direitos humanos.

Desigualdades de gênero e raça em números

Conforme apontou o Informe Anual 2013-2014: O Enfrentamento da Violência contra as Mulheres na América Latina e no Caribe, publicado pela Cepal (Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe) no início deste mês, as violações à integridade física, moral ou psicológica da mulher não podem ser analisadas fora do contexto social. E todos os marcadores sociais, quando avaliados na perspectiva da mulher negra, mostram dados que contribuem para que essa parcela da população esteja mais suscetível à violência.

Estudo publicado em agosto deste ano pelo Laboratório de Análises Estatísticas, Econômicas e Sociais das Relações Sociais do Instituto de Economia da UERJ aponta que o rendimento médio das mulheres pretas e pardas chegava a ser até 140% menor que o de homens brancos no País (ver tabela abaixo). (mais…)

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“Espanten a los animales”! Os “animais” são os Guarani Mbyá

Radio Cataratas intentó ingresar a la aldea para mantener contacto con las familias pero le fue negado por la fuerza policial. Incluso nos comunicaron con un funcionario de Alto Paraná, quien reiteró la negativa de ingreso. Foto Fabio Pereyra
Radio Cataratas intentó ingresar a la aldea para mantener contacto con las familias pero le fue negado por la fuerza policial. Incluso nos comunicaron con un funcionario de Alto Paraná, quien reiteró la negativa de ingreso. Foto Fabio Pereyra

Para esparcir a los mbyá, policías de Libertad arrojan tiros al aire. Amedrentan a los integrantes de la aldea Tekoa Guazurarí del kilómetro 1618 de la ruta Nacional 12, para que abandonen tierras que reclama la empresa chilena Alto Paraná. En los últimos días impidieron el ingreso de víveres y medicamentos. Son 12 familias con más de treinta niños que permanecen aislados a la intemperie sin posibilidad de construir sus casas.

Puerto Iguazú – Radiocataratas.com

“Espanten a los animales” contó Ramón Báez, cacique de la Tekoá Guazurarí, dicen los policías antes de disparar al aire para amedrentar a las familias mbyá instaladas en el lugar. “Tengo miedo por los niños que juegan en un arroyo y fue allí donde la policía disparó para que se asusten – siguió Báez -. Entonces los chicos volvieron gritando donde estábamos nosotros, asustados, con miedo”.

La escena es real y ocurre en un sector de aproximadamente 200 metros por mil ubicado a 300 metros de la ruta Nacional 12, en el kilómetro 1618. Ese lugar eligieron unas 12 familias para asentarse e integrar la tekoá Guazurari, cuyo cacique Ramón Báez, junto a los paisanos Francisco Silva y Zenon Franco, visitó los estudios de Radiocataratas, para denunciar públicamente, la persecución que persigue su pueblo en manos de la multinacional Alto Paraná, de capitales chilenos que reclama también ese espacio donde los paisanos pretenden asentar su aldea. (mais…)

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Reflexão 20 de Novembro: Igualdade de gênero para as mulheres negras ainda parece sonho

Menina Sentada / Cândido Portinari www.portinari.org.br
Menina Sentada / Cândido Portinari www.portinari.org.br

A desigualdade para as brasileiras negras é dupla. Além das diferenças em relação aos homens, suas condições de vida se comparadas às das brancas estão longe de serem equivalentes

Por Claudia Belfort, no Ponte

Há um abismo a ser vencido pelas mulheres negras (pretas e pardas) quando se trata de igualdade de gênero no Brasil. Além das diferenças em relação aos homens, suas condições de vida quando comparadas às das brancas ainda estão longe de serem equivalentes. É uma dupla desigualdade.

Mesmo os avanços na realidade socioeconômica das brasileiras registrados entre 2000 e 2010, segundo dados do IBGE, especialmente na educação e na participação no mercado de trabalho, não foram suficientes para trazer a população feminina negra a patamares próximos das mulheres brancas. (mais…)

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Comunidades de São Luís realizam Audiência Pública pela criação da Reserva Extrativista do Tauá-Mirim

Pela criação da Reserva Extrativista do Tauá-Mirim, no Maranhão 2

“Já chega de tanto sofrer! Já chega de tanto esperar! A luta vai ser tão difícil, na lei ou na marra nós vamos ganhar!”

“Pisa ligeiro, pisa ligeiro, quem não pode com a formiga não assanha o Cajueiro!”

Pela criação da Reserva Extrativista do Tauá-Mirim, no Maranhão

Com essas palavras de cantos, as comunidades das duas pontas da Ilha de São Luís, as localizadas na área do Itaqui, e as localizadas na cidade de Paço do Lumiar, viveram um dia histórico de unidade! Governo e empresa ignoram comunidades!

A WPR, empresa de fachada que quer construir um porto de mais de 800 milhões de reais e despojar várias comunidades, a começar pelo Cajueiro, onde provocou verdadeiro terrorismo sob a conivência do Governo do Estado, une-se ao governo Roseana Sarney, e ambos, empresa e estrutura do Estado, boicotam audiência na Assembleia Legislativa para discutir a situação.

Em resposta, representantes de dezenas de comunidades da Ilha de São Luís que estavam presentes no Legislativo, uniram-se e , da Audiência Pública, saíram em caminhada até a Sede Administrativa do Governo, no Palácio Henrique de La Rocque, onde ocuparam a Secretaria de Indústria e Comércio (Sedinc), responsável pelos projetos de desenvolvimento que vêm massacrando a população na área do Itaqui. Os projetos são capitaneados por empresas como Vale, Alcoa e Suzano. (mais…)

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Las últimas 45 familias tomáraho de nuestro país

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Unas 45 familias integran la comunidad indígena de los tomáraho, que viven en la localidad de María Elena, del distrito de Fuerte Olimpo.

Por Carlos Almirón, corresponsal – ABC

En nuestro país son los únicos sobrevivientes de este grupo étnico que tiene su propia cultura, incluyendo su lengua.

Esta comunidad pertenece a la familia lingüística de los Zamuco, integrada por las etnias de los ayoreo, los chamacoco ybytoso y los chamacoco tomaraho. Son casi parientes de los chamacoco, aunque poseen lengua propia, lo cual les convierte en un pueblo único y original.

La localidad que habitan se denomina María Elena y está ubicada a unos 70 kilómetros del casco urbano de esta capital departamental hacia la zona norte, a orillas del río Paraguay. Uno de los mayores problemas con que tropezaron las 45 familias (unas 200 personas) es la vida seminómada que llevan; constantemente abandonaban el lugar para asentarse por varios meses en otras poblaciones de la zona “buscando mejores condiciones para la supervivencia”.

Esa situación ponía en riesgo la supervivencia de los pobladores, por lo que comenzaron a desarrollarse algunos trabajos para evitar la migración. (mais…)

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Crece expectativa por Foro sobre Comunicación Indígena y Políticas Públicas

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Servindi, 20 de noviembre, 2014.- Faltan escasos días para el inicio del Foro Nacional-Internacional de Comunicación Indígena y Políticas Públicas: debates y prácticas, magno evento histórico que propiciará un re-encuentro con la comunicación propia desde la perspectiva de los pueblos originarios.

La Universidad Autónoma Indígena e Intercultural (UAII) ubicada en Popayán, Colombia, albergará el evento que tendrá lugar del 25 al 29 de noviembre.

El foro reunirá invitados de Argentina, Bolivia, Brasil, Chile, Ecuador, Estados Unidos, Guatemala, Panamá, Paraguay, Perú, México, Nicaragua y Uruguay.

Ellos compartirán sus experiencias y aportes para bien de la estrategia de comunicación de los pueblos originarios del continente.

El sitio web oficial del Foro contiene la programación, el documento base y el programa de intervenciones y se puede acceder al mismo desde el siguiente enlace: www.cric-colombia.org/foroipp

Uno de los principales objetivos del foro es compartir y retroalimentar la experiencia de Colombia en el ejercicio del derecho a la comunicación indígena así como en la formulación de la Política Pública de Comunicación Propia de los Pueblos Indígenas. (mais…)

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“O capital está indo muito bem, mas povo está mal”, diz David Harvey

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Da Terra de Direitos

A presença do geógrafo marxista David Harvey lotou o Teatro da Reitoria da Universidade Federal do Paraná (UFPR) na noite desta terça-feira (18). Com o auxílio de aparelhos de tradução de áudio, o geógrafo britânico falou para mais 700 pessoas sobre a Economia Política da Urbanização. Houve também a transmissão simultânea da palestra, acompanhada por internautas de vários estados brasileiros. O professor está no Brasil para lançar sua nova obra: Para entender o Capital: Livros II e III, que chegará às livrarias junto com o segundo volume de O Capital.

Conhecido pelas suas análises das dinâmicas do capital nas cidades, Harvey falou sobre a forma com a construção do capital nas cidades interfere no âmbito econômico e na insatisfação social. O pensador marxista destacou que as manifestações ocorridas em todo o Brasil, em junho de 2013, refletem isso. Os protestos, que começaram por razões isoladas, rapidamente se espalharam pelo país, e envolveram diferentes camadas da população.

Algo semelhante aconteceu na Turquia, no mesmo ano. Ambos os países estavam em crescimento econômico. Para Harvey, a resposta para a razão das manifestações terem sido realizadas em períodos de prosperidade é relativamente simples. “A renovação do crescimento econômico se dava em nível global, mas o crescimento não era do bem-estar social”. Segundo o geógrafo, os protestos são resultados de mais de uma década de insatisfação social. (mais…)

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