“Poucos sinais de alento para a luta dos povos indígenas. Apesar do reconhecimento público, por integrantes do governo, sobre a sua atuação tem deixado a desejar, nada indica de que haverá melhoras na política com relação aos povos indígenas. Ao contrário, a possível indicação da senadora Katia Abreu para o Ministério da Agricultura, significa combustível para o agronegócio e chumbo para os índios. Além disso o significativo aumento da bancada ruralista no congresso, assim como o crescimento da “bancada da bala” e das bancadas das mineradoras, das madeireiras, apontam para um cenário de recrudescimento dos ataques aos direitos indígenas. Isso sinaliza também para um aumento da resistência e esperança dos povos indígenas e seus aliados”, escreve Egon Heck, do secretariado nacional do Cimi, ao enviar o artigo que publicamos a seguir. Eis o artigo
O Cimi teme pioras na questão indígena. A criminalização das lideranças, divisão das comunidades e aldeias, pressão sobre os recursos naturais, violação dos territórios com a implantação de grandes projetos são alguns dos indicativos de que o cerco está se fechando. Esta foi uma das constatações do Conselho nacional do Cimi, reunido no Centro de Formação Vicente Canhas, em Luziânia, de 5 a 8 de novembro.
Na análise de conjuntura ficou evidenciado uma atuação nefasta da Sesai que está promovendo a divisão em muitas comunidades provocando tensionamentos e fracionamento das aldeias, buscando afastar aliados, como o Cimi. A Sesai está exercendo o papel que fazia a Funai no período da ditadura. A crescente judicialização dos processos de regularização das terras indígenas dificulta ainda mais os processos de demarcação configurando um quadro paralisante com relação a esse direito sagrado dos povos indígenas.
Foi visto com muita preocupação o crescente número de índios presos e criminalizados, bem como a atuação da polícia federal, na repressão a índios. (mais…)