Balança de dois pratos com seu fiel e o cardápio eleitoral, por Antonio Claret Fernandes* [Excelente!]

balanca-dois-pratos*para Combate Racismo Ambiental

O Armazém São Vicente com reminiscências feudais tem um movimento especial às sextas-feiras, dia de capado. O porco é caipira. O toucinho fica sobre o balcão de azulejo branco próximo às facas afiadas e, no canto, a antiga balança de dois pratos. O agregado chega com o vale do fazendeiro à mão. O tipo do toucinho e a quantia são ao gosto do freguês. Num prato o contrapeso e, no outro, o toucinho; em geral gordo, para o preparo das refeições da semana, mas há os que preferem o magro para o torresminho com mandioca, uma delícia da culinária mineira. Prato bem diferente do outro de lá que se oferece durante essa campanha eleitoral através do retrovisor da história. O fiel da balança do Armazém nem sempre é tão fiel! Aparentemente no ponto de equilíbrio, ela é adulterada por dentro e rouba para o dono. Questão estrutural.

Há uma semelhança estreita entre essas balanças de dois pratos e o processo eletivo de 2014, no Brasil.

Marina, candidata derrotada no primeiro tempo, é colocada propositalmente por setor expressivo da classe dominante como o fiel da balança no segundo turno. Afinal, são mais de 20 milhões de votos. Mas não funciona! Essa figura contraditória passa pela luta de classe feito gato sobre brasa, migra para o ambientalismo, aloja-se no capitalismo verde e cai, agora, no palanque dos adoradores contumazes do capitalismo financeiro-especulativo. Quase sozinha! O seu peso político para transferência de voto é praticamente zero. (mais…)

Ler Mais

2º Sibsa – Academia e Movimento Social Juntos na Construção do Bem Comum

Pesquisadores, representantes da academia e ativistas do movimento social participam do 2º Simpósio Brasileiro de Saúde e Ambiente, Sibsa, da Abrasco, que acontece em Belo Horizonte, MG, entre os dias 19 e 22 de outubro. Um dos diferenciais do simpósio é a participação do movimento social na construção do simpósio. Esta reportagem traz depoimentos de Paulo Gadelha, presidente da Fiocruz, Hermano Viana, presidente do 2º Sibsa, Joviano Mayer, do movimento das brigadas populares, e de Jean Pierre Leroy, membro da Rede Brasileira de Justiça Ambiental.

Ler Mais

Canadá: Demandan al gobierno investigar la muerte de mujeres indígenas

Tomado de www.680news.com
Tomado de www.680news.com

Servindi

La Asociación Canadiense de Salud Pública (CPHA, por sus siglas en inglés) solicitó al Gobierno federal efectúe las investigaciones de los más de mil casos de mujeres indígenas desaparecidas y asesinadas durante las últimas décadas en el país.

Mediante un pronunciamiento, la CPHA se sumó así al pedido de varias organizaciones indígenas que reclaman respuestas sobre las mil 186 mujeres indígenas canadienses desaparecidas y asesinadas desde el año 1952. De esta cantidad,  mil 17 perdieron la vida entre los años 1980 y 2012.

La organización demandó que se evalúen las medidas adoptadas como resultado de las numerosas investigaciones y reportes realizados sobre este tema. (mais…)

Ler Mais

Simpósio reúne academia e movimentos Sociais para discutir impactos ambientais

simposio bh abrascoPor José Coutinho Júnior
Da Página do MST

Neste domingo (19/10) teve início em Belo Horizonte o segundo Simpósio Brasileiro de Saúde e Ambiente (SIBSA). A atividade, organizada pelo grupo de Saúde e Ambiente da Associação Brasileira de Saúde Coletiva (ABRASCO) vai até hoje, quarta-feira (22/10).

O evento tem como objetivo reunir acadêmicos e movimentos sociais para discutir como os diversos retrocessos ocorridos na área ambiental, como os Códigos Florestal e de Mineração, a desregulamentação dos agrotóxicos e o agronegócio tem impactado negativamente a vida e a saúde da população brasileira, além de formas de combater esse processo predatório.

O evento, desde sua construção, conta com a participação de diversos movimentos sociais do campo e da cidade, como MST, a Campanha Permanente Contra os Agrotóxicos e Pela Vida, as Brigadas Populares, o Movimento dos Atingidos pela Mineração (MAM), A Rede de Educação Cidadã (Recid) e a Rede Brasileira de Justiça Ambiental. (mais…)

Ler Mais

Diante de um Congresso conservador, a importância da reforma política

congresso.manifestação.Wilson-Dias_AbrPor Bruno Pavan
Do Brasil de Fato

Milhares foram às ruas em junho e ju­lho do ano passado levantando as mais variadas bandeiras. O resultado, à pri­meira vista, foi satisfatório e os aumen­tos no transporte público foram revoga­dos em praticamente todas as capitais do Brasil.

Nada disso, porém, evitou que o bra­sileiro elegesse o Congresso Nacional mais conservador desde 1964, segun­do estudo do Departamento Intersindi­cal de Assessoria Parlamentar (DIAP). A renovação na câmara chegou a 40%, mas houve aumento significativo de mi­litares, religiosos, ruralistas e empre­sários nas cadeiras. Isso significa que o próximo presidente terá dificuldades em fazer avançar pautas progressistas no legislativo a partir do ano que vem.

Guilherme Boulos, do MTST, argu­menta que a fadiga da população com o PT vem produzindo alternativas à di­reita e não à esquerda. “Não foi só a eli­te que votou nos conservadores, senão não teriam tido tantos votos. Os traba­lhadores, o povo das periferias urbanas também faz parte desta onda”. (mais…)

Ler Mais

Se eleito for, por Egon Heck

RostoCIMI

Enquanto as urnas vão acariciando silenciosamente voto por voto, ponho-me a dialogar com meus botões já envelhecidos e cansados da mesmice política a cada eleição.  A primeira constatação é óbvia: tudo farinha do mesmo saco. Ou melhor, os que têm alguma chance de chegar ou permanecer no Palácio do Planalto rigorosamente propõem ou seguem a cartilha neoliberal, colonialista, ditatorial e elitista. Diante de tal cenário, a reação primeira seria de rejeição em bloco e não votar na falta de democracia.

Mas tem quase um milhão de brasileiros originários cuja situação é infinitamente pior. Além de sentir-se no direito do exercício da indignação terão que amargar mais quatro anos de vilipêndio sobre seus direitos constitucionais. O agronegócio cresce e se expande mais que erva daninha. São os povos indígenas que primeiro e mais intensamente terão que arcar com as consequências nefastas, destruidoras e criminosas, pois o agronegócio nada poupa.  Rasga o ventre da mãe terra e o enche de venenos, impunemente. Os filhos originários da terra são agraciados com uma silenciosa guerra. Tudo acontece com a benção do sistema que covardemente insiste de chamar isso de progresso.

E se eleito for algum indígena, seja para Assembleia Legislativa Estadual ou seja para o Congresso Nacional, cenário pouco provável, mesmo assim terá sido o passo mais fácil, diante do hercúleo esforço que terão que fazer, em meio a um ambiente de cobras criadas, de cartas marcadas e de interesses consolidados. (mais…)

Ler Mais

Junho de 2013 e o processo eleitoral

“Em junho de 2013, a voz das ruas se fez ouvir. Apesar disso, poucas respostas foram dadas. Será que o sistema político está disposto a escutá-la?”, escreve Pablo Ortellado, professor do curso de Gestão de Políticas Públicas da Escola de Artes, Ciências e Humanidades da USP, em artigo publicado no jornal Folha de S. Paulo. Eis o artigo

IHU On-Line – Havia muita expectativa sobre qual seria o impacto dos protestos de junho de 2013 no processo eleitoral. A mais razoável era a de que as demandas pela redução das tarifas de transporte e por melhores serviços públicos, combinadas com uma crítica da representação, levassem a votos em candidaturas progressistas desvinculadas dos partidos estabelecidos. Mas não foi o que ocorreu.

Se compararmos com processos similares em outros países, a experiência brasileira não destoa. Para ficarmos com dois exemplos: logo após maio de 1968, os franceses reelegeram Charles de Gaulle e os espanhóis elegeram Mariano Rajoy, depois das ocupações de praças pelos indignados, em 2011. Com esses antecedentes, talvez não devêssemos esperar que houvesse impacto eleitoral direto de uma revolta anti-institucional como a que vimos em 2013.

Apesar disso, parece-me que as candidaturas deveriam ter prestado mais atenção às demandas dos manifestantes, já que um terremoto social como o de junho de 2013 não ocorre por acaso. Embora tenha sido jogada muita fumaça sobre as insatisfações, elas foram expressas de maneira mais ou menos clara.

Em primeiro lugar, os cidadãos pediram redução das tarifas de transporte público. A questão que detonou o processo, tanto que as pesquisas de opinião realizadas no auge da crise colocaram os preços do transporte público no topo da agenda reivindicatória dos manifestantes. Apesar disso, o tema praticamente desapareceu do debate eleitoral (a exceção foi a promessa de passe livre estudantil pela candidata derrotada Marina Silva). (mais…)

Ler Mais

Sustentabilidade em terras indígenas do Estado será debatida em fórum

Any Cometti – Século Diário

Os grandes empreendimentos planejados para os arredores do território indígena demarcado em Aracruz (norte do Estado) desafiam até mesmo a Fundação Nacional do Índio (Funai) que, em todo o país, não encontra situação semelhante para licenciamentos e avaliação que contemple esses territórios tradicionais. O relato é do chefe da coordenação técnica local da Funai, Vilson Tupinikim.

Por isso, os índios de Aracruz criarão um fórum para discutir a sustentabilidade nas aldeias, tanto no desenvolvimento de projetos internos como para avaliação dos empreendimentos que objetivam se instalar nos arredores do território. Além de definir ações e métodos avaliativos para o licenciamento dos empreendimentos que visam às áreas próximas às aldeias, os índios também definirão estratégias para desenvolver suas tradições em pesca e agricultura.

Como explica Vilson, no fórum serão reunidos os estudos e ações mitigadoras possíveis para a avaliação dos empreendimentos pela comunidade indígena, cuja participação será imprescindível. O fórum será formado, essencialmente, pela comissão de caciques e por demais lideranças indígenas, mas sempre com debate ampliado por toda a comunidade.

(mais…)

Ler Mais

Preservar o patrimônio indígena garante o futuro das suas gerações e os impactos do desmatamento

580x352xdesmat3.jpg.pagespeed.ic.pyw4HhMZdz

Por Marcela Bandeira – Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (IPAM)

Foi realizada, entre os dias 29 de setembro e 03 de outubro, a oficina “Diálogo para a Implementação do Plano de Gestão Territorial e Ambiental da Terra Indígena Igarapé-Lourdes”, no município de Ji-Paraná (RO). O evento teve como objetivo construir uma estratégia para viabilizar a execução do plano de gestão do território, e foi organizado através de parceria com o IPAM, COICA, COIAB, PADEREEHJ, ASSIZA, COPIR, FOREST TRENDS, ICCO e FUNAI.

A oficina reforçou a importância da implementação de atividades no plano de gestão, pela valorização do patrimônio material e imaterial indígena, recuperação, conservação e uso sustentável dos recursos naturais, assegurando a melhoria da qualidade de vida e condições de reprodução populacional e cultural das atuais e futuras gerações indígenas. (mais…)

Ler Mais

Indicadores sociais e econômicos revelam declínio da desigualdade social a partir de 2003, afirma relatório

2014_10_indicadores_sociais_brasil_capa_blog_planalto_gov_br

Adital

O Centro para Pesquisa Econômica e Política (CEPR, na sigla em inglês) acaba de lançar um relatório em que investiga indicadores sociais e econômicos, bem como mudanças em políticas ocorridas no Brasil desde 2003. “As vidas de dezenas de milhares de brasileiros foram transformadas pelas mudanças nas políticas econômicas e sociais da última década”, afirma um dos diretores do CEPR, Mark Weisbrot, autor principal do relatório. “Um aumento expressivo do crescimento econômico, combinado a maiores gastos sociais, grandes aumentos no salário mínimo real e maior poder de barganha para o trabalhador – tudo isso garantiu a redução da pobreza e do desemprego, além do declínio da desigualdade. Essas mudanças parecem ser duradouras, tendo a maioria delas sobrevivido à recessão mundial e ao desaquecimento da economia e do comércio mundiais nos últimos anos.”

Descobertas do relatório

Desde que o Partido dos Trabalhadores (PT) foi eleito à Presidência, com Luiz Inácio Lula da Silva, a partir de 2004, a pobreza foi reduzida em 55%, de 35,8% da população para 15,9% em 2012. A extrema pobreza foi reduzida em 65%, de 15,2% para 5,3% durante o mesmo período. Na última década, 31,5 milhões de brasileiros foram tirados da pobreza e, desse número, 16 milhões saíram da extrema pobreza. Por outro lado, o PIB per capita cresceu a uma taxa de 2,5% anualmente, de 2003 a 2014, mais de três vezes o crescimento anual de 0,8% do governo anterior (1995-2002). Isso aconteceu apesar da crise financeira e recessão mundiais, de 2008-2009, que levaram o Brasil a uma recessão em 2009. O número também inclui o desaquecimento dos últimos anos. (mais…)

Ler Mais