Além do Município de Salto da Divisa, Baixo Jequitinhonha, MG, ter a maior concentração de terra do mundo: 2 famílias – Cunha Peixoto e Pimenta – controlam mais de 95% das terras do município a ponto de não se ter mais nenhuma comunidade rural no município, exceto o Acampamento dom Luciano Mendes, do MST. Lideranças do Acampamento Dom Luciano, em entrevista a frei Gilvander Moreira denunciaram mais uma vez a grande injustiça que a continuidade de um lixão a céu aberto ao lado do Acampamento, poluindo o Rio Jequitinhonha, adoecendo o povo etc. Com a palavra as autoridades ambientais. A denúncia foi gravada em 22/09/2014. Cf. aqui nesse vídeo.
Month: setembro 2014
‘Político é como cobra grande: quer engolir todo mundo’, diz líder yanomami
Davi Kopenawa Yanomami está preocupado.
“É costume do branco: ele não tem limite para parar”, diz, coroa nas cores preta, amarela e vermelha cuidadosamente ajeitada na cabeça. “Proteção do pajé”, explica.
Há mais de 30 anos, Davi viaja pelo mundo em defesa do seu povo. Recebeu o apelido de “Dalai Lama da Floresta Tropical” e foi chave para o reconhecimento oficial da área yanomami na Amazônia em 1992, depois de quase dez anos de luta. O território é duas vezes maior que a Suíça.
Mas nem isso parece lhe dar garantia de que seu povo está seguro. Prova é a desconfiança com que fala de políticos: “É como cobra grande: ela quer engolir todo mundo”.
“Os políticos estão querendo acabar com as leis que garantem e que protegem (os índios). Vai piorar”, disse em entrevista à BBC em Londres na terça-feira. (mais…)
Culturas indígenas, sociedades en constante cambio
El antropólogo Alessandro Lupo presentó su libro El maíz en la cruz: Prácticas y dinámicas religiosas en el México indígena.
El Golfo.info/Servindi
Para el italiano Alessandro Lupo, las culturas indígenas no son sobrevivientes, sino algo vivo, por ello a través de sus investigaciones intenta proporcionar un enfoque antropológico, crítico, con énfasis e interés en el dinamismo que siempre ha caracterizado a estas sociedades.
“Qué maravilla este mundo indígena que todos los días renace de sus cenizas. Es como un ave fénix que se muere, desaparece, que es excluido, que es conculcado pero al mismo tiempo se reinventa y apenas le das un espacio u oportunidad y vuelve a resurgir de las cenizas para demostrar una vitalidad espeluznante.”
Lupo compartió que cuando inició sus investigaciones en México, hace 35 años, decía: “¡Rápido, hay que estudiar estas cosas antes que desaparezcan!”, ahora que tiene 56 años y lleva a sus estudiantes a las comunidades indígenas les expresa: “Nunca se va acabar esto, porque siempre habrá algún mexicano que lo invente de otra forma, que lo renueve”. (mais…)
Las historias alrededor del fuego influyeron en nuestra evolución cultural y social
Agencia SINC/Servindi
Los humanos descubrieron el fuego hace entre 400.000 y un millón de años. Sus llamas fueron usadas para cocinar alimentos, defenderse de depredadores e iluminar la oscuridad. Ahora, un estudio con bosquimanos del Kalahari, en África, dice que las historias contadas al calor del fuego sirvieron también para hacer evolucionar el pensamiento humano, al reforzar las tradiciones sociales y cultivar la imaginación.
Un estudio llevado a cabo por Polly Wiessner, una antropóloga de la Universidad de Utah (EE UU), con bosquimanos del Kalahari indica que las historias contadas a la luz del fuego ayudaron a construir la identidad social y cultural humana.
El trabajo, publicado en la revista Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS), explica que estos relatos al calor de las llamas sirvieron para hacer evolucionar el pensamiento al reforzar las tradiciones sociales, promover la armonía y la igualdad, y cultivar la imaginación.
Investigaciones previas habían estudiado cómo ha influido el hecho de cocinar los alimentos en la dieta y la anatomía, “pero se sabía poco acerca del efecto que había tenido la extensión de la jornada, gracias a la luz del fuego, en la cultura y la sociedad”, señala Wiessner. (mais…)
No Pará, cerca de 6.300 indígenas devem participar das Eleições 2014
Para as localidades mais distantes, apuração terá transmissão via satélite. TRE pretende divulgar o resultado das eleições ainda no domingo, 5.
No Pará, cerca de 6.300 índios devem participar das Eleições 2014. Em Paragominas, 400 vivem distribuídos em 15 aldeias na região do alto rio Guamá. Os indígenas se deslocam de barco para poder votar, a viagem dura, em média, uma hora até os locais de votação.
A índia Cleonice Tembé conta que, para eles conseguirem se deslocar de barco até as urnas, vendem farinha para arrecadar o dinheiro da gasolina do barco. “Eu espero que quando esses candidatos ganharem, que eles possam ajudar a gente”, disse.
Para apurar os votos de índios, ribeirinhos, eleitores que vivem em locais de difícil acesso, o tribunal vai instalar mais de 300 pontos de transmissão via satélite em setenta e dois municípios do estado para enviar os votos das urnas direto para os locais de apuração.
Santarém, no oeste do Pará, Chaves, na ilhado Marajó e São Felix do Xingú, no sul do estado concentram o maior número de pontos de transmissão via satélite. Em Santarém, o segundo maior colégio eleitoral do Estado, os técnicos enfrentam dificuldades para levar as urnas até os locais de votação na floresta. (mais…)
A história escondida [a participação dos soldados das colônias africanas nas grandes guerras]

Por Herbert Ekwe-Ekwe*, republicado em O Povo
Em texto primoroso de 2008, a bióloga e ativista ambiental queniana Wangari Maathai, primeira africana a receber o Prêmio Nobel da Paz, em 2004, reflete sobre o pouco conhecido papel dos africanos nas guerras mundiais: “Na minha família havia um membro ausente, cuja existência desconheci até atingir a idade adulta. Durante a Primeira Guerra, africanos das colônias foram recrutados para lutar e, no Quênia, os pais com filhos em idade para combater deviam apresentá-los às autoridades. Meus avós tinham um filho, Thumbi, de 20 anos, e não queriam que ele fosse para a guerra. Em desespero, minha avó o aconselhou a esconder-se na densa vegetação que margeia o rio Tucha. Mas Thumbi foi capturado pelos britânicos e tornou-se um dos mais de cem mil homens da etnia Kikuyus que morreram em combate, de fome ou de doença. Minha avó chorou a perda do filho pelo resto de sua vida”.
Somente nessa guerra, a África perdeu cerca de um milhão de soldados em frentes de batalha a leste e oeste do continente e na própria Europa, lutando tanto pela Inglaterra, França, Itália, Bélgica e seus aliados, como pelos seus oponentes Alemanha e Impérios Austro-Húngaro e Otomano. As duas guerras mundiais foram confrontos nos quais os africanos se viram compulsados a atuar sem que os interesses de qualquer dos lados lhes dissessem respeito. Os dois principais protagonistas, Grã-Bretanha e Alemanha, eram os grandes usurpadores do território africano desde 1885, responsáveis por saques de recursos naturais e massacres de grandes parcelas dos povos autóctones, o que produzia uma cruel contradição: soldados naturais dos territórios ocupados combatiam ao mesmo tempo a favor e contra opressores de sua própria gente. (mais…)
Águas do rio Tocantins podem ser usadas para abastecer o São Francisco

Governo estuda projeto; nascentes estão secas por conta da falta de chuva na região
Cleide Carvalho, em O Globo
SÃO PAULO – Com a redução de águas em praticamente toda a Bacia do São Francisco, agravada pela seca severa nas nascentes em Minas Gerais, o governo já estuda levar águas do rio Tocantins para ajudar a abastecer o megaprojeto de transposição para o semiárido. As obras de transposição do São Francisco, que deveriam ter terminado em 2012, já custam R$ 8,2 bilhões e ainda falta cerca de um terço (64,6% estão prontas). A água correu menos de 10 km em cada canal e não passou das estações de bombeamento. O Ministério da Integração Nacional confirmou ao GLOBO que analisa, no Programa Nacional de Segurança Hídrica, “alternativas para garantir ainda mais segurança hídrica aos moradores do semiárido, entre elas a de integrar a Bacia do Tocantins à Bacia do Rio São Francisco”, mas não deu detalhes.
O principal projeto prevê a retirada da água na altura do município de Palmeirante (TO). A água sairia pelo Maranhão até o reservatório de Sobradinho (BA), onde estão as principais barragens do Velho Chico. É perto dali, no reservatório de Itaparica, que começa a transposição para o semiárido. O trajeto evita a região do Jalapão, cujo projeto já foi considerado ambientalmente inviável, por atingir as nascentes do Tocantins. (mais…)
A dimensão racial dos ventres livres
Ana Luiza Pinheiro Flauzina, no Correio Braziliense
Foi num 28 de setembro. Em seu gabinete, conta-se que a princesa branca assinou a lei que garantiria a liberdade à prole das mulheres negras. Numa canetada, a história sedimentou a narrativa da passividade feminina branca, na imagem de Isabel como uma peça de sensibilidade no jogo politico masculino, e da subalternidade feminina negra, na projeção das mulheres escravizadas como destinatárias desta dita generosidade.
Apropriada pela resistência feminista na década de 1990, a Lei do Ventre Livre passou a ser um marco na luta pela descriminalização do aborto. O simbolismo parece oportuno para a demanda inadiável da autodeterminação dos corpos. Um reclame legítimo ecoado solidariamente por mulheres de todas as cores, classes e orientações sexuais, para que o dizer sobre suas escolhas seja exercido na primeira pessoa. Uma tentativa de se frear as perversas pautas do sexismo que tem, em nome dos discursos distorcidos da defesa à familia e à vida, gerado violações que vão dos estupros sistemáticos aos feminicídios tolerados, passando pelas esterilizações e mortes produzidas em abortos clandestinos e inseguros.
Se é legitimo afirmar que o conteúdo desse cenário de dor tem significado coletivo, a hegemonia dos feminismos brancos parece recuperar a imagem da Princesa no alto de sua condescendência com os corpos negros. No desenho dessa faceta contemporânea, há uma espécie de apropriação seletiva do simbolismo da Lei do Ventre Livre, numa miopia frente aos arroubos do racismo. (mais…)





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