MAB – Nesta semana, nos dias 2 e 3 de setembro, aconteceu em Recife (PE), o Seminário Regional de Energia, organizado pela Plataforma Operária e Camponesa para a Energia. O seminário do nordeste é o terceiro dos quatro seminários regionais que acontecem em todo o país para debater o modelo energético nacional e apontar perspectivas para a luta dos trabalhadores deste setor e atingidos por barragens.
No último dia do evento, as organizações sindicais e movimentos sociais da Plataforma abordaram as funções do Estado no atual modelo energético. Contribuíram neste debate representantes da Federação Nacional dos Urbanitários (FNU), Sindipetro, CHESF e Centro de Tecnologia e Geociências da UFPE.
“A energia, antes de ser um bem estratégico, hoje é tratada como mais uma mercadoria”, afirmou Gustavo Teixeira, do Dieese e assessor da FNU. Segundo ele, essa lógica é herança do modelo neoliberal implementado pelo governo FHC, responsável pela privatização e precarização de grande parte do setor elétrico.
Ao final e baseado nas discussões realizadas durante todo o seminário, os participantes apontaram os desafios para a classe trabalhadora na construção do Projeto Energético Popular. Nesse sentido, conforme menciona Antônio Moraes, da Federação Única dos Petroleiros, a aliança operária e camponesa é fundamental para alcançarmos as conquistas apontadas pelos desafios colocados pelo conjunto das organizações.
“Entre os nossos principais desafios estão a democratização do modelo energético brasileiro, com protagonismo e controle popular, a redução dos preços das contas de luz, o combate à mercantilização do corpo e da vida das mulheres atingidas nos canteiros de obras, a convocação de uma Constituinte Exclusiva e Soberana do Sistema Político, o combate à precarização do trabalho e á perda de direitos dos trabalhadores do setor elétrico, fortalecendo a luta contra a regulamentação da terceirização”, sistematizou o sindicalista.
“Nosso desafio é grandioso”, sentenciou José Josivaldo Alves de Oliveira, militante do MAB. “Termos a análise coletiva na Plataforma de que o capital se organiza através das transnacionais imperialistas e não mais através dos Estados e que a energia hoje é o centro do capital, pois com ela o capital diminui o tempo da sua produção, aumentando a exploração dos trabalhadores e a mais-valia, nos coloca em outro patamar na luta de classes. Portanto a aliança operário e camponesa neste momento é extremamente necessária.
O próximo seminário regional será no Rio de Janeiro na próxima semana, nos dias 9 e 10. Posteriormente aos eventos regionais está sendo organizada uma plenária nacional de encerramento em Brasília, a fim de sistematizar todas as discussões e posteriormente entregar como documento da Plataforma à candidata à Presidência Dilma Rousseff.