Álvaro Bianchi, professor de Ciência Política da Unicamp, faz reflexão contemporânea do socialismo no livro Arqueomarxismo
Dodô Calixto, em Ópera Mundi
No livro Arqueomarxismo, o professor de ciência política da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) Álvaro Bianchi defende um recorte contemporâneo para analisar a obra de Karl Marx e o socialismo. “Se quisermos renovar o marxismo, precisamos recuperar a herança revolucionária e o pensamento criativo destes pensadores do início do século XX”, diz Bianchi.
Segundo o autor, a ideia é conduzir o leitor a pensar as questões sociais e políticas “para fora do reformismo e direto para o debate estratégico do socialismo”, diz Bianchi.
Lenin, Trotsky, Gramsci e Lukács são autores cujas obras permanecem vivas e precisam ser permanentemente relidas e atualizadas, a partir da experiência de hoje dos pensadores marxistas, diz o autor.
Bianchi prefere não utilizar a palavra “clássico” para esses pensadores, pois acredita que isso cria um “sentido cânone” à obra. “Não gosto da expressão ‘clássico’. Quando um autor é visto dessa forma, ele é inserido no interior de um cânone e acaba cristalizado. Ou seja, sua obra se transforma apenas em modelos a serem imitados”, diz o pesquisador, ao explicar o título da obra.
“Antes de teóricos da economia, da política ou da cultura, os autores que estão em Arqueomarxismo eram revolucionários”, analisa.