Leonardo Sakamoto
Uma carta-compromisso para que candidatos e candidatas à Presidência da República e aos governos estaduais estabeleçam como prioridade o combate à escravidão contemporânea em suas gestões, caso sejam eleitos, foi lançada pela Comissão Nacional para a Erradicação do Trabalho Escravo (Conatrae).
Durante as eleições de 2010, dezenas de candidatos aos governos dos Estado e à Presidência da República assinaram o documento. Ao final, 12 governadores eleitos (Amazonas, Bahia, Ceará, Goiás, Maranhão, Mato Grosso do Sul, Pará, Paraíba, Paraná, Piauí, São Paulo e Sergipe) e a atual presidente da República aderiram à carta.
Desde então, imprensa, organizações da sociedade civil e eleitores usaram a carta para cobrar a aplicação de políticas públicas voltadas a esse problema. A carta-compromisso também foi distribuída nas eleições de 2006, 2008 e 2012.
Como resultado, políticas públicas adotadas nas gestões dos eleitos tiveram origem no documento, como a criação de Comissões Estaduais e Municipais de Erradicação ao Trabalho Escravo, o lançamento de Planos Estaduais de combate a esse crime e a aprovação de leis que restringem as compras públicas de mercadorias produzidas com trabalho escravo ou criam entraves à existência de empresas responsabilizadas pela situação.
Em São Paulo, o governador Geraldo Alckmin implantou a Comissão Estadual para a Erradicação do Trabalho Escravo, atendendo ao compromisso assinado. O mesmo vale para o prefeito Fernando Haddad, que criou a Comissão Municipal para a Erradicação do Trabalho Escravo, em resposta à carta. Outros estados como o Mato Grosso do Sul, aprovaram leis para combater a escravidão propostas pelo documento. E o governo federal atuou, por exemplo, na aprovação da PEC do Trabalho Escravo atendendo ao documento – promulgada, em junho, a emenda constitucional confisca propriedades flagradas com esse crime. (mais…)
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