Sem Terra ocupam Caixa no CE e exigem construção de moradias

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Por Marcelo Matos
Da Página do MST


600 famílias do acampamento Irmã Tereza ocupam desde segunda-feira (04/08) a Caixa Econômica Federal no município de Quixeramobim, no sertão central cearense. 

Dois anos de acampamento se passaram e o governo do estado havia se comprometido em construir 600 casas pelo programa Minha Casa, Minha Vida do governo federal para as famílias do acampamento.

De acordo com informações da coordenação do MST na região, em reunião com representantes da Caixa, MST, Secretaria das Cidades e a construtora Fujita Engenharia, a Caixa informou que só seriam construídas 300 casas, pois não havia cota do Ministério das Cidades.

O que são as cotas?

Cada município brasileiro com população acima de 50 mil habitantes recebe uma cota do ministério das cidades para apresentarem projetos de construção de moradias.

A cota de Quixeramobim era de 400 casas, mas depois do acampamento do MST, a cota subiu para 1.012 unidades habitacionais para atender à demanda das famílias acampadas.

De acordo com o atual secretario das cidades, Carlos Ferrentinni a secretaria das cidades já está trabalhando para que atenda a demanda de mais 300 casas. “Estamos resolvendo o problema das cotas, as famílias não vão ser prejudicadas”.

Porém, em reunião realizada em 2013, o então candidato do PT ao Governo do Estado e ex-secretário das cidades Camilo Santana, informou a coordenação do MST que o problema de cotas já estava resolvido.

“As famílias estão indignadas”, afirma Francisca Cruz, da coordenação do MST. “Vamos manter acampamento na Caixa e no banco do nordeste por tempo indeterminado, queremos uma solução imediata”.

O projeto de construção de 600 casas populares foi apresentado há mais de um ano e a Caixa havia se comprometido em resolver a situação. No dia 23 de maio foi assinado um termo de compromisso de construção das casas entre a Caixa, a construtora Fujita e a secretaria das cidades, com prazo para assinatura de contrato e início das obras para o mês de julho, mas o prazo terminou e as obras ainda não foram iniciadas.

Está marcado para esta terça-feira (05/08) uma audiência com o secretário das cidades em Quixeramobim, junto com uma comissão do MST, Caixa e Fujita para tentar resolver a situalção. Até lá, os Sem Terra seguem acampados, e vão construir casas de  taipa (barro) nas proximidades do novo hospital regional.

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