Quem está acostumado a ir em estádios em jogos da série A e B do campeonato brasileiro (sou palmeirense, não desisto nunca), em caneladas de campos de várzea com esquadras de brasileiros e bolivianos ou se lembra do saudoso Desafio ao Galo, estranha quando vê as arquibancadas praticamente monocromáticas da Copa do Mundo.
Por favor, não me leve a mal. Todos têm direito a se divertir.
Mas como temos mais brancos ricos do que negros ricos por aqui (fato totalmente aleatório uma vez que não somos racistas) era de se esperar que isso acontecesse. Ainda mais, considerando-se a facada que pode ser um ingresso diretamente com a Fifa ou via a sagrada instituição do camelô.
Ouvindo o rádio, o locutor cravou: “Olha que maravilha! É a família brasileira voltando para os estádios”. Na verdade, um tipo específico de família, a de comercial de margarina. Pois os jogos de Copa são um momento em que o tecido espaço-tempo se rasga e tudo ganha caras de universo paralelo – regado a muito dinheiro público e ação pesada para manter as “classes perigosas” longe. Na dúvida, bomba nelas.
Particularmente acho que a consequência imediata mais nefasta da presença de uma torcida que não frequenta estádios regularmente é que ela não empurra o time como necessário. (mais…)