Filipe Prado e Marcos Ermínio, Campo Grande News
Cerca de 100 indígenas começaram a se reunir na Praça do Rádio, em Campo Grande, para as manifestações que marcam um ano da morte do terena Oziel Gabriel, 35 anos. Além de parentes e indígenas da vítima, 15 entidades compareceram à praça para se unir ao protesto.
Os indígenas chegaram em dois ônibus. O irmão de Oziel, Otoniel Terena, 32, relatou que o objetivo da manifestação é “clamar por justiça, por que ainda não chegaram ao assassino que tirou vida do meu irmão”, comentou.
Os manifestantes farão uma passeata pela Avenida Afonso Pena, até a Praça Ary Coelho, depois irão até o MPE (Ministério Público Estadual) e a Superintendência da PF (Polícia Federal). “Nós queremos sair daqui com algo concreto, que algo apareça, que alguém seja responsabilizado”, afirmou Otoniel.
As entidades Coletivo Terra Vermelha, CUT (Central Única dos Trabalhadores), CIMI (Conselho Indigenista Missionário), Artistas da Terra, Associação dos docentes da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul e a Fetems (Federação dos Trabalhadores em Educação), segundo Otoniel, também participam do manifesto.
Confronto e morte – Oziel foi baleado no dia 30 de maio do ano passado durante desocupação feita pela Polícia Federal. Os agentes cumpriam ação de reintegração de posse, expedida pela Justiça depois que a ocupação completou 15 dias.
O indígena foi socorrido até o hospital de Sidrolândia, mas morreu minutos depois de dar entrada na unidade. Inquérito da Polícia Federal que apurou a morte do índio teve 2,1 mil páginas, foi encerrado no fim do ano passado e não apontou culpados. Tudo porque a bala que matou Oziel nunca foi encontrada.