Pacientes com doença falciforme, que tem maior prevalência entre os negros, estão entre os discriminados
Manifestação grave e insistente na sociedade, o racismo é vivenciado não apenas nas relações pessoais, mas também no ambiente das instituições, a partir de normas e práticas discriminatórias. Conhecido como racismo institucional, o comportamento compromete o serviço prestado a parcelas da população em função da cor da pele, cultura ou origem étnica.
Nos serviços de saúde, os desafios para enfrentar e combater o racismo são permanentes. “A discriminação ocorre de forma velada, então cabe às instituições assumir o que ocorre e levar o tema para todos, para promover a conscientização”, defende a presidente da Associação de Pessoas com Doença Falciforme e Talassemia do Estado de Minas Gerais (Dreminas) e coordenadora geral da Federação Nacional das Associações de Pessoas com Doença Falciforme (Fenafal), Maria Zenó Soares.
A doença falciforme, alteração genética de origem africana e com maior prevalência na população negra, afeta o sangue e provoca diversas complicações, como a obstrução dos vasos sanguíneos, infecções e crises de dor. “Em Minas Gerais, 95% das pessoas com doença falciforme são negras e 98% são beneficiárias do Bolsa Família, programa do Governo Federal”, aponta Maria Zenó. “Assim, a pessoa com doença falciforme sofre preconceito de diversas formas, por ser negra, pobre e ter uma doença que não tem cura”, afirma. (mais…)