As políticas para os quilombolas existem no papel, mas colocá-las em prática é ainda um grande desafio

quilombolas

Evento promovido pela Comissão Pró-Índio debateu a questão.

Comissão Pró-Índio de São Paulo – Nos dias 20 a 22 de maio, quilombolas do Pará e Maranhão reunidos em Belém trocaram experiências sobre como acessar as diversas políticas e programas de inclusão produtiva dirigidas aos quilombolas.

“A maior dificuldade de acesso a esses programas é a falta de informação. As comunidades não têm telefone, não têm internet, como ela vai saber sobre os programas?” avalia Hilário do Quilombo Caldeirão (Município de Salvaterra (Pará).

Opinião semelhante tem Jocileia do Quilombo Genipauba (Município de Abaetetuba, Pará): “A informação é o maior problema para acessar esses programas. Mesmo que já conheçamos os programas, não sabemos como acessá-los. Mesmo as prefeituras não estão preparadas para os programas, você chega lá e não conhecem, ou mesmo não querem conhecer”.

A oficina organizada pela Comissão Pró-Índio no âmbito do Programa Quilombos dos Parceiros de ICCO possibilitou a lideranças de diferentes municípios do Pará e Maranhão obterem maiores informações sobre os diversos programas de inclusão produtiva e proporcionou um momento de troca de experiências.

Os quilombolas de Santarém relataram a experiência de comercialização no programa PAA – Programa de Aquisição de Alimentos: “Só no ano passado conseguimos incluir 50 quilombolas no PAA. Tivemos problemas, mas está sendo uma boa geração de renda, já dá para perceber uma melhora”, Franciney, presidente da Federação das Organizações Quilombolas de Santarém. 

Foram relatadas também as experiências dos quilombolas de Oriximiná que por meio da Cooperativa do Quilombo – CEQMO atuaram junto à Prefeitura para que a merenda escolar incluísse os alimentos da produção quilombolas. E os quilombolas de Óbidos informaram sobre a iniciativa de elaborar o CAR – Cadastro Ambiental Rural de suas terras coletivas.

“Essa oficina é tão rica em conhecimento que você descobre coisas que você não sabia, o CAR, o PAA, o PNAE, o Luz para todos. É uma oportunidade muito grande para te motivar a fazer, e o processo de compartilhar é muito importante, percebi que teve muitos que saíram com uma vontade imensa de acessar os programas. Eu mesmo troquei meu telefone com algumas lideranças para podermos continuar essa troca de experiências” Hilário, Quilombo Caldeirão.

Os depoimentos juntamente com o mapeamento de políticas públicas de inclusão produtiva para quilombolas – realizado pela Comissão Pró-Índio entre fevereiro e abril desse ano – constarão de publicação a ser lançada no segundo semestre de 2014.

Oficina: Políticas de Desenvolvimento e Inclusão produtiva para Quilombolas – construindo estratégias conjuntas de incidência
Belém, 20 a 22 de maio de 2014
Promoção: Comissão Pró-Índio de São Paulo 
Apoio: ICCO

Deixe um comentário

O comentário deve ter seu nome e sobrenome. O e-mail é necessário, mas não será publicado.