Ararath 2: Governador do Mato Grosso é preso por porte ilegal de armas e paga fiança

Governado do MT, Silval Barbosa (PMDB)
Governado do MT, Silval Barbosa (PMDB)

Operação da PF fez buscas na residência de Silval Barbosa, onde foi apreendida uma pistola com registro vencido

IG SP

O governador de Mato Grosso, Silval Barbosa (PMDB), foi preso em flagrante nesta terça-feira (20) após a Polícia Federal encontrar em sua residência uma pistola 380 com registro vencido. Silval foi liberado após pagar fiança.

Em nota, o governador manifesta “tranquilidade e convicção”,  e diz que Silval “acompanhou as diligências e, em seguida, espontaneamente, prestou informações às autoridades”.

Agentes da Polícia Federal em Mato Grosso deflagraram a quinta fase da Operação Ararath, que investiga crimes contra a administração pública e lavagem de dinheiro. Foram presos o ex-presidente da Assembleia Legislativa de Mato Grosso e deputado estadual José Riva (PSD) e o secretário estadual da Fazenda, Éder Moraes.

Segundo a assessoria do parlamentar, Riva foi detido em sua casa, onde os policiais também apreenderam documentos. O motivo da prisão do parlamentar ainda está sendo apurado, enquanto os advogados do deputado tentam obter sua soltura.

Ainda foram apreendido documentos na Assembleia Legislativa, na prefeitura de Cuiabá e no gabinete do conselheiro do Tribunal de Contas do Estado, o ex-deputado estadual Sérgio Ricardo Almeida.

A operação, deflagrada inicialmente em 2011, apura suposto esquema de crimes financeiros e lavagem de dinheiro por meio de ‘factorings’ (fomento mercantil) de fachada.

De acordo com as investigações, as contas de pessoas suspeitas movimentaram mais de R$ 500 milhões. Eles são donos de empresas de factoring que exerciam atividades exclusivas de instituição financeira e não autorizadas pelo Banco Central, como a concessão de empréstimos com exigência de garantia.

Surpreendido pela operação, mantida em segredo de Justiça, o governo estadual informou que já acionou a Procuradoria Jurídica a fim de obter mais dados sobre o objetivo das buscas.

O secretário de Comunicação, Marcos Lemos, disse que o governo ainda não sabe ao certo sequer quem expediu os mandados de busca e apreensão. Procuradas, a assessoria da Polícia Federal e do Ministério Público Federal informaram que não podem fornecer detalhes sobre a operação porque o ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF), decretou segredo de Justiça.

A operação

Segundo a PF, após a deflagração das primeiras fases da operação e da análise de grande parte do material apreendido, foram obtidos elementos que, além de reforçarem os indícios de crimes contra o sistema financeiro e lavagem de dinheiro, indicaram o envolvimento de outras pessoas e empresas.

A segunda aconteceu em 12 de novembro do ano passado, com o cumprimento de 11 mandatos de busca e apreensão em Cuiabá, Várzea Grande e Nova Mutum. Segundo a assessoria da PF em Cuiabá. Na terceira fase, sete mandados de busca e apreensão foram cumpridos nas cidades de Cuiabá, Várzea Grande e Tangará da Serra, todas no estado de Mato Grosso.

A quarta fase da operação foi deflagrada nos Estados de Mato Grosso, Goiás, São Paulo e no Distrito Federal com 24 mandados de busca e apreensão. A pena para o crime de operação ilegal de instituição (art. 16 da Lei 7.492/86) é de um a quatro anos de reclusão e multa. Já para o crime de lavagem de dinheiro, a pena varia entre três e dez anos de reclusão e multa.

* Com informações da Agência Brasil

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