por Gilberto Cervinski, da coordenação nacional do MAB
Não temos dúvida nenhuma que o PSDB e DEM, articulados com a grande mídia e com o capital financeiro estadunidense, buscarão criar um clima de caos para tirar proveito eleitoral e as empresas públicas serão foco de ataques da direita. O tema da energia estará no centro destas disputas.
A direita, através do uso de CPIs, assim como fizeram contra o MST, está fazendo de tudo para desgastar as empresas públicas e para legitimar as ideias da privatização. O objetivo é criar no imaginário da população um sentimento de que a Petrobrás e o petróleo brasileiro devem ser privatizados, ou seja, transferidos para o controle privado. É o controle sobre este enorme patrimônio público que está em jogo.
A ofensiva sobre a Petrobrás é parte da disputa eleitoral que acontecerá em outubro deste ano. Os adversários de Dilma, apoiados pela grande imprensa, vão tentar criar um suposto clima de caos, na economia, no governo e nas empresas públicas, para tentar desgastar o apoio popular da Presidenta e obter vantagens na disputa eleitoral.
O PSDB e o DEM tem sido os defensores dos banqueiros e do capital financeiro internacional, estes agem para criar condições favoráveis para uma futura privatização da Petrobrás e do petróleo brasileiro, numa eventual vitória de Aécio Neves.
O Brasil possui uma das maiores e melhores reservas estratégicas de petróleo (pré-sal) e a Petrobrás é uma empresa que possui um conjunto de trabalhadores altamente produtivos e desempenha liderança tecnológica na produção de petróleo em áreas de pré-sal. O controle privado internacional pelas empresas do imperialismo sobre esta riqueza é o principal objetivo e a forma de fazer isso é através da privatização.
Farão de tudo para acabar com a “lei da partilha” criada pelo Lula, que obriga as empresas de petróleo a passar uma porcentagem do seu lucro para o “Fundo Soberano”, que vai para saúde e educação e com isso proporciona ganhos maiores ao povo brasileiro. O Aécio já declarou aos empresários que deseja acabar com a lei de partilha e voltar ao “modelo de concessões”, onde 100% do lucro iria para as empresas privadas.
Querem acabar com a regra que garante que a Petrobrás seja a “operadora única” dos poços de petróleo no pré-sal, esta regra permite ao Estado e ao governo controlar e saber a quantidade de petróleo que é tirada de cada poço e com isso quanto do lucro deve ser repassado para o fundo soberano.
Querem acabar com a regra que obriga o chamado “conteúdo local”. A política adotada pelo governo obriga a contratação e produção de bens e serviços necessários ao desenvolvimento da produção de petróleo (equipamentos, plataformas, navios), que sejam produzidos em nosso país, para fortalecer o desenvolvimento da indústria nacional e gerar empregos e renda no território nacional. O capital internacional quer que tudo isso seja importado de seus países de origem.
Eles querem impedir o avanço da construção das refinarias aqui no Brasil. Porque, sem refinarias, o Brasil é obrigado a importar combustíveis (gasolina, óleo,…) de fora a preços bem mais altos. Por isso, pressionam pela “liberação dos preços dos combustíveis”, que levariam a grandes aumentos nos preços do óleo e gasolina à população. Hoje o governo controla os preços.
O MAB não compactua com nenhuma forma de desvio de gestão pública e, se houver culpados, exige que sejam devidamente punidos. No entanto, todos sabem que o congresso é controlado e financiado pelos bancos e empresas que possuem interesses empresariais. Quando for uma pauta para repassar dinheiro ou patrimônio público aos empresários, a maioria dos parlamentares se unifica. E quanto for uma pauta de interesse do povo brasileiro, a maioria se posiciona contra. Por isso, acreditamos que a população precisa compreender este jogo político para não cair em manipulações.
Os atingidos por barragens devem se colocar firmes na luta para defender as empresas públicas e o patrimônio público brasileiro. Defender a Petrobrás é defender o Brasil.