Da Redação A Crítica de Campo Grande
Com o tema; Oziel Vive’, um grupo de índios Terena da Aldeia Córrego do Meio vão ocupar a sede da superintendência da Polícia Federal em Campo Grande no próximo dia 30, quando completará um ano da morte de Oziel Gabriel, morto durante processo de reintegração de posse da fazenda Buriti em maio de 2013.
“Até agora o crime continua impune. As autoridades não estão preocupadas em apontar culpados”, relata ao Regiaonews um irmão do Terena, que classifica de vergonhoso os laudos periciais presentados até aqui. Os índios culpam a Polícia Federal pela morte de Oziel, atingido por disparo de arma de fogo em confronto com policiais.
O laudo pericial, elaborado por peritos da PF de Brasília (DF), que apontaria com exatidão de onde partiu o tiro que matou o indígena, divulgado em agosto do ano passado foi inconclusivo. “Não foi possível apontar qual o calibre que matou o indígena. O projétil não ficou no corpo e não foi possível obter informações do calibre”, afirmou o superintendente da Polícia Federal em Mato Grosso do Sul, Edgar Paulo Marcon na época.
Pintados para guerra, índios farão da mobilização um gripo por justiça. Está marcado para o inicio da tarde do mesmo dia, após manifestação na superintendência, marcha pela Avenida Afonso Pena. O grupo vai reivindicar maior celeridade da justiça no processo de demarcação da Reserva Buriti, situada em Sidrolândia e Dois Irmãos do Buriti.
No dia 30 de abril, venceu o prazo do acordo entre índios e Ministério da Justiça para a compra das terras que compõem a Reserva. Na última visita do assessor do Ministério da Justiça, Marcelo Veiga, a Mato Grosso do Sul, em fevereiro, uma nova data para a resolução dos problemas foi definida para 30 de junho, no entanto, os índios não aceitaram a extensão do prazo e prometem novas retomadas na área de conflito a qualquer momento.
Entre os dias 7 e 8 de maio, alheios aos números e trâmites entre produtores, governo e ministério, os indígenas realizaram Assembleia Terena em Miranda, distante 201 quilômetros de Campo Grande. No ato, houve bloqueio da BR-262 por duas horas e meia, como forma de repudio a audiência pública para discutir a PEC 215 que muda a regra das demarcações, na Assembleia Legislativa.