Chegou a hora sabida, mas que queríamos adiada: a da partida de dom Tomás!
Nosso Tomás, patriarca, “pai véi” – como eu o chamava, ao lhe pedir a bênção, e ele gostava – marcou de maneira ímpar nossa vida, como igreja, país, CPT, Cimi e pessoas.
Uma vida luminosa e resplandecente, que soube encontrar e criar e lançar mão do que fosse possível, útil, essencial para levar à frente a missão, a construção do Reino, que é primeiro dos pobres, depois de quem com eles se solidariza – lições certeiras que ele ensinou, mais porque as viveu.
Sempre me admirou sua alegre firmeza: raízes profundas, cerne duro, tronco frondoso e copa imensa, florida, frutífera, sombra acolhedora e revitalizadora, que eu mesmo busquei quando foi preciso.
Não ficamos órfãos e órfãs, porque continuaremos a tê-lo conosco, no encantamento pascal – Xikrin e Kayapó: exemplo, luz, ternura e força para seguirmos em frente e tornar nossa vida, luta e missão o mais possível produtivas e libertadoras, como foi a dele!
Obrigado, Tomás, pai véi! Dói, mas foi bom demais tê-lo aqui conosco! Ajude-nos na fidelidade difícil, em tempo de perdas várias. A gente se vê por aí…
Ruben.