Horas antes de ser informado pela Polícia Federal de que não poderia viajar para o Vaticano, ao encontro do Papa, por conta de três mandados de prisão revogados pela Justiça em 2010 (ver AQUI), Babau esteve com diversas autoridades, em Brasília, e foi informado pelo Ministério da Justiça de que José Eduardo Cardozo havia determinado o início da regularização das Terras Indígenas Tupinambá. Aliás, a Polícia Federal é subordinada a quem? (Tania Pacheco)
Salvador – O Ministério da Justiça, através do assessor do ministro José Eduardo Cardozo, Marcelo Veiga, anunciou o início do pagamento das indenizações aos agricultores instalados nas terras indígenas, em Buerarema, no sul da Bahia. O processo terá início em maio. O anúncio foi feito por Veiga em uma reunião, ontem, em Brasília, com o cacique Babau, da tribo Tupinambá. O cacique, que está em Brasília, informa ainda que o exército voltará à região, de onde saiu há cerca de 15 dias.
O cacique Babau, que foi recebido também por representantes da FUNAI, ressalta que o início das indenizações é apenas o primeiro passo para pacificar a região de quase 48 mil hectares. Segundo o líder indígena, as chamadas “indenizações de boa fé”, não serão suficientes para resolver definitivamente a situação de conflito em que vivem os índios e agricultores instalados na área.
“As indenizações de boa fé são para aqueles agricultores que comprovem ter a posse da terra, o que certamente não inclui todos os que invadiram nossas terras, mas já é um começo de um processo que traga a paz para o nosso povo”, disse o cacique.
Babau ressaltou a importância da Frente Parlamentar de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa da Bahia (ALBA) no processo que está levando o Ministério da Justiça a pagar as indenizações. “Principalmente ao deputado Yulo Oiticica, que esteve à frente das negociações, inclusive, entregando ao ministro José Eduardo Cardozo, um relatório com informações sobre a questão em nossas terras”, disse.
O documento, entregue em 25 de outubro de 2013 ao ministro, segundo o líder indígena, provava, entre outras coisas, que as acusações de que os índios armados invadiam propriedades era falso. Demonstrava também que a solução para o sangrento conflito seria a retirada dos agricultores, através de indenizações justas, e a imediata demarcação dos quase 48 mil hectares de terra dos índios.