Tania Pacheco, com informações do MPP-BA
Por volta das 5 horas da manhã desta quinta-feira (20), moradores das comunidades pesqueiras e quilombolas de Ilha de Maré, em Salvador, fecharam a entrada do Porto de Aratu em protesto aos danos socioambientais causados pela explosão do navio Golden Miller no ano passado.
Os pescadores pedem soluções para os o agravamento dos danos socioambientais na região de Ilha de Maré, incluindo a diminuição no fluxo de poluentes que transitam no porto, além da suspensão da ampliação de empreendimentos e emissão de novas licenças nas proximidades do Porto de Aratu para proteger a saúde e o trabalho dos pescadores.
No momento, dezenas de carretas e caminhões estão parados no local. Todas as empresas do Porto de Aratu estão paradas. Com o fechamento da rodovia os trabalhadores não puderam entrar.
O Movimento dos Pescadores e Pescadoras Artesanais (MPP-BA) e a Comissão das Comunidades Tradicionais Pesqueiras de Ilha de Maré denunciam a contaminação da população local por metais pesados e os danos à saúde causados pela poluição atmosférica, o que leva a um aumento significativo no número de pessoas com asma e infecções respiratórias, principalmente em crianças, além da incidência de câncer e morte de pessoas jovens das comunidades envolvidas.
Entre as pautas de reivindicação estão a revisão das licenças ambientais ligadas ao Porto de Aratu e o aprimoramento dos planos de segurança e contingência para proteger a população de Ilha de Maré nos casos de acidentes, prevendo situações emergenciais de fuga e disponibilizando equipamentos de segurança individual para os moradores.
A ministra-chefe da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial do Brasil, Luíza Bairros, entrou em contato com a coordenadora nacional do MPP-BA e prometeu negociar a situação do pescadores de Ilha de Maré com as empresas do Porto de Aratu.
Fortemente armada, a Polícia já chegou ao local da manifestação, no Porto de Aratu.