Conflito contra projeto de ‘economia verde’ faz primeira vítima no Acre

Filho de camponês que luta contra projeto de redução de emissões de CO2 é assassinado na região de Manuel Urbano

Uma situação, que se agrava a cada dia, chegou a um ponto dramático no início desta semana. Um adolescente de 15 anos, nascido e criado numa comunidade do Acre, foi assassinado enquanto seu pai participava de uma audiência em Rio Branco, na sede da Federação dos Trabalhadores em Agricultura, para tornar pública sua objeção ao projeto de redução de emissões de CO2. Com isso, o conflito que ali se estabeleceu já possui sua primeira vítima.

Nos últimos dois anos, projetos privados para venda de créditos de carbono foram criados no Acre com respaldo do governo estadual. Esses contratos internacionais de compra e venda de carbono são realizados para que empresas dos Estados Unidos e Europa possam continuar poluindo sem maiores restrições, “preservando” áreas de floresta na América Latina, África e Ásia, causando a criminalização das populações tradicionais que vivem nessas regiões e dificultando seu acesso à terra. (mais…)

Ler Mais

74ª Caravana da Anistia fará parte do Festival de Cinema do Rio

O filme narra duas experiências diferentes, pois diferentes eram as concepções políticas que orientavam a resistência à ditadura
O filme narra duas experiências diferentes, pois diferentes eram as concepções políticas que orientavam a resistência à ditadura

A 74ª Caravana da Anistia vai integrar a programação do Festival de Cinema do Rio 2013, nesta segunda-feira (30). A ação será realizada pela Comissão de Anistia do Ministério da Justiça em parceria com o Instituto Ensaio Aberto. Após a sessão de julgamentos, será lançado o filme Duas Histórias, dirigido por Angela Zoe

Portal Vermelho – O documentário, realizado com o apoio do projeto Marcas da Memória, da Comissão da Anistia, conta a trajetória de dois militantes socialistas na luta contra a ditadura militar brasileira.

A primeira história narra a fuga do Brasil para o Chile da militante Irles Carvalho, que vivia na clandestinidade com seu filho, Daniel. A segunda história é de Marco Antônio Meyer, militante estudantil, preso, torturado e depois trocado pelo embaixador alemão. (mais…)

Ler Mais

Aguyjevete: sobre a semana nacional de mobilização indígena

1186259_551018838298677_240074702_n

Movimento Passe Livre – Antes mesmo do Movimento Passe Livre de São Paulo convocar as manifestações contra o aumento da tarifa, em 16 de abril indígenas de todo o Brasil invadiram o Congresso Nacional protestando contra a PEC 215, uma medida que transfere ao legislativo a competência de demarcação das terras indígenas, permitindo inclusive a revisão das terras já demarcadas. Uma investida clara do agronegócio contra os direitos assegurados aos índios pela Constituição. (mais…)

Ler Mais

Política de drogas: uma questão ideológica

SiteForum_Forum-126_Maconha3Boa parte da discussão sobre o tema está atrelada a uma ideologia de guerra construída há décadas no Brasil e no mundo. Para Pedro Abramovay, é preciso entender que, por trás da tática adotada, só os mais pobres saem perdendo

Por Glauco Faria – Revista Fórum

Como discutir um assunto cuja “verdade absoluta” vem sendo repetida há décadas e que representa interesses de todos os tipos, nem sempre os mais nobres? O tema da política de drogas no Brasil ainda está preso a uma visão repleta de estigmas e estereótipos, que faz com que as pessoas, de uma forma geral, enxerguem na repressão a única alternativa possível para lidar com a questão. Para o ex-secretário nacional de Justiça Pedro Abramovay, experiências como as previstas na recente lei uruguaia e em estados norte-americanos como Colorado e Washington podem trazer novos elementos para essa discussão. “Tem muita gente que não consegue pensar de outra maneira, que não consegue imaginar que é possível ter outro olhar sobre isso. Esse é um dos grandes problemas: o preconceito, que provoca o engessamento do debate público.”

Além de ter ocupado a Secretaria Nacional de Justiça, foi um dos coordenadores da Campanha do Desarmamento no governo Lula e titular da Secretaria Nacional Antidrogas no início do governo Dilma, saindo após ter defendido em entrevista, entre outros pontos, penas alternativas para pequenos traficantes. Hoje, é uma das principais vozes a favor de uma discussão racional a respeito da atual política de drogas, que, no seu entender, é algo que penaliza de forma direta os mais pobres. “Acho que aqui a gente precisa começar pela própria esquerda, que não percebeu que esse é um tema que lida com a desigualdade; a decisão de manter a criminalização do uso de drogas e pena de prisão para pessoas pegas com pequenas quantidades, que não cometeram nenhum tipo de violência, é uma decisão que afeta os pobres”, sustenta. “Estão prendendo a juventude pobre brasileira em função dessa ideologia de guerra às drogas. Acho que a gente precisa, na esquerda também, acordar.” (mais…)

Ler Mais

Povos originários e os entraves na efetivação de seus direitos constitucionais. Entrevista especial com José Otávio Catafesto

Foto: http://bit.ly/15A8p32
Foto: http://bit.ly/15A8p32

A Constituição Federal de 1988 começou a reverter um processo multissecular de exclusão social e de violência física e cultural perpetrados sobre os povos originários existentes no território em que se inventou e construiu o Brasil desde 1500, constata o etnoarqueólogo

IHU On-Line – Para o professor José Otávio Catafesto, a Constituição Federal de 1988 garantiu um novo marco teórico e formal na condução da causa indígena, gerando um novo projeto de Brasil, mas que precisa avançar na sua implantação. “Se esse marco for implantado na íntegra, isso vai transformar futuramente o Brasil numa Confederação Internacional de coletivos ameríndios, quilombolas,negros e de outras ascendências étnicas integrados neste vasto território gerenciado pelos poderes do nosso Estado, reconhecendo o direito de autodeterminação desses grupos, confrontando o controle ideológico das igrejas e a hegemonia da lógica do mercado”, sustenta José Otávio Catafesto, em entrevista por e-mail à IHU On-Line.

“Não foi clarividência ou lucidez intelectual dos políticos brasileiros que reconheceram direitos especiais dos ameríndios aos seus territórios tradicionais, à preservação de seus usos e costumes e à sua autodeterminação. Isso resulta da pressão direta exercida por eles enquanto sujeitos coletivos, protagonistas de seus destinos desde muito tempo, embora os civilizados não tivessem capacidade mental e visual desse reconhecimento”, argumenta o professor. (mais…)

Ler Mais

México: “La mujer que aborta no es una estadística”

Foto: Fondo María
Foto: Fondo María

La ola conservadora en los estados de la República Mexicana criminaliza a las mujeres que deciden interrumpir su embarazo y las obliga a hacerlo en condiciones inseguras

Clayton Conn – Desinformémonos

“La intención es que el proceso de aborto les permita un cambio positivo en su vida. Las mujeres son capaces de hacerlo”.

Oriana López, Fondo MARIA

México, Distrito Federal. La interrupción del embarazo no es un derecho para todas las mexicanas, sobre todo las que viven en los estados, por lo que un grupo de mujeres organizadas trabaja para que las jóvenes de bajos recursos que lo eligen conscientemente se practiquen un aborto legalmente y sin peligros.

En 2007, la Asamblea Legislativa del Distrito Federal aprobó una modificación del Código Penal para despenalizar el aborto si se ejerce dentro de las primeras 12 semanas de embarazo. Sin embargo, leyes rígidas y arraigados estigmas sociales y religiosos dominan el resto del país, por lo que la decisión de las mujeres para interrumpir su embarazo se coarta. En este clima nació la organización Fondo MARIA (Mujeres, Aborto, Reproducción, Información y Acompañamiento). (mais…)

Ler Mais

México: La Cruzada Nacional contra el Hambre, caballo de Troya contra los pueblos originarios

Cruzada-hambre-25144-25836-391x279Con dinero, proyectos productivos, comedores comunitarios, fuerzas armadas e instituciones, el Estado buscan mediatizar, desvirtuar, pervertir y desviar la lucha en defensa del territorio en Guerrero, denuncia Abel Barrera

Jaime Quintana Guerrero – Desinformémonos

México. La presencia del ejército en labores de la Cruzada contra el Hambre en Guerrero, “trata de  generar una estrategia de contención, de desmovilización y de sometimiento de los pueblos originarios de La Montaña, que luchan por la autonomía aún con el ejército dentro de sus comunidades”, señala en entrevista con Desinformémonos Abel Barrera, director del Centro de Derechos Humanos de la Montaña Tlachinollan.

“Los soldados realizan labores de cocineros dentro de las comisarías, resolviendo un problema que le toca a las brigadas civiles o a las comunidades”, considera el antropólogo Barrera. “Para nosotros, no es más que una simulación bélica dentro de los pueblos que se organizaron para establecer su policía comunitaria, rechazar las mineras y luchar contra la reserva de la biosfera. Se trata de una zona donde los pueblos hacen valer sus derechos”, denuncia el defensor de derechos humanos. (mais…)

Ler Mais

PA – Índios e quilombolas de Oriximiná cobram a regularização de suas terras. Coletiva dia 2, às 10 horas

quilombolas e indios de oriximiná

Lideranças indígenas e quilombolas convocam uma coletiva de imprensa para expor suas demandas e realizam Ato Cultural – que integra a Mobilização Nacional – no encerramento encontro do Fórum Amazônia Sustentável

Índios e quilombolas do município de Oriximiná, no Pará, convocam a imprensa para participar de uma coletiva, no próximo dia 2 de outubro, às 10 horas, no Hotel Beira Rio (Av. Bernardo Sayão, 4.804 – Belém). Na ocasião serão expostas as demandas dessas comunidades que se reuniram em torno de uma causa comum: a defesa de seus direitos territoriais. A iniciativa é continuidade de uma articulação iniciada no ano passado, durante o 1º Encontro Índios e Quilombolas de Oriximiná com o apoio da Comissão Pró-Índio de São Paulo e Iepé – Instituto de Pesquisa e Formação Indígena.

O grupo denuncia que seus direitos constitucionais estão ameaçados pela demora na regularização de suas terras e pelo avanço da exploração minerária. Desde abril de 2013, o relatório de identificação da Terra Indígena Kaxuyana-Tunayana está pronto aguardando a publicação pela presidência da Funai. A mesma demora ocorre com o processo Terra Quilombola Alto Trombetas, cujo relatório de identificação está pronto e não é publicado pelo Incra. (mais…)

Ler Mais

Doutor Preto, por Laura Greenhalgh

Farmácia Maria Isabel na Avenida Paraná em Londrina. Na porta, o médico Dr. Justiniano Clímaco da Silva. Década 1940. Autor: desconhecido. Fonte: História de Londrina
Farmácia Maria Isabel na Avenida Paraná em Londrina. Na porta, o médico Dr. Justiniano Clímaco da Silva. Década 1940. Autor: desconhecido. Fonte: História de Londrina

Por Laura Greenhalgh, no Estadão/CENPAH

Espetáculo patético. Médicos estrangeiros são obrigados a cruzar um corredor polonês de manifestantes em jalecos brancos gritando slogans que julgam ser de grande elevação espiritual – “Revalida!”, “volta pra casa”, “escravo, escravo…”. A nau dos insensatos parecia ecoar no dia seguinte, na imagem publicada de um médico cubano, negro, visivelmente constrangido pelo protesto de que era alvo, em Fortaleza. E as insanidades prosseguiram: da tuiteira que indaga como lidar com médicas parecidas a domésticas a comentaristas tratando os vaiados como “agentes cubanos”. É triste, bate até um desalento. Não funciona dizer que é culpa do governo, saída fácil a escamotear o pior. Trata-se de preconceito.

Sabemos não é de hoje que a medicina no Brasil se fez uma profissão tão branca quanto a roupa que distingue seus profissionais – apenas 1,5% deles se declaram negros, segundo o IBGE. Dado estatístico, de uma constatação empírica – afinal, quantos clínicos ou cirurgiões negros você conhece? Não é de hoje que este país sofre da má distribuição de seus médicos, o que faz com que vastidões continuem desassistidas para o atendimento básico, o que dizer então dos casos em que se requer atendimento especializado. Como não é de hoje que, embora tenhamos o SUS, predomina em nossas vidas, bem como em nossas expectativas de futuro, a visão mercadológica da medicina, no sentido de que o melhor estará sempre reservado a quem pode bancar. Mas, ainda que saibamos de tudo, vale indagar se os atores do protesto terão vaiado apenas os profissionais de fora, inscritos no programa oficial.

Saiu vaiada a medicina social brasileira. Como saíram vaiados profissionais que deram e dão duro para fazer com que a saúde seja um direito de todos neste país. Hoje pretendo usar este espaço para lembrar de um deles, por coincidência negro e, mais coincidência ainda, neto de escravos. (mais…)

Ler Mais