Lançamento de cianeto ocorre no Ribeirão do Sertão, em Piquete (SP). Em mais de 3 décadas, indústria bélica foi multada 48 vezes pela Cetesb.
G1 Vale do Paraíba e Região
A Indústria de Material Bélico do Brasil (Imbel), em Piquete, está na mira do Ministério Público Federal (MPF) de Guaratinguetá por despejo de produtos químicos no Ribeirão do Sertão. De acordo com a Companhia de Saneamento Ambiental (Cetesb), o problema se arrasta há mais de três décadas e, no período, a empresa já foi multada 48 vezes.
Entre as substâncias encontradas na água estão o cianeto. Na água, o produto afeta principalmente a vida aquática de animais como os peixes e também é altamente tóxico para os seres humanos. A ação civil pública, ajuizada no último dia 11, pede que a empresa faça melhorias no sistema de tratamento de efluentes e realize a compensação ambiental do dano ambiental causada pela poluição hídrica no ribeirão.
A procuradora da república, Flávia Rigo Nóbrega, destacou a importância das medidas de compensação ambiental. “O que é lançado no ribeirão tem um efeito cumulativo, por isso é necessário adotar medidas. Sabemos da carga poluidora do material produzido pela Imbel e a empresa precisa adotar as medidas necessárias para reduzir esse impacto”, disse.
Se condenada pela Justiça Federal, a Imbel pode ser obrigada a pagar indenizações e criar um sistema de tratamento de dejetos eficiente. Além das multas aplicadas pelo lançamento de resíduos no ribeirão, a Cetesb também emitiu advertências à Imbel por problemas como estocagem inadequada de produtos e poluição do ar.
Outro lado
A Prefeitura de Piquete informou que a água distribuída no município não é captada no ribeirão, mas passa por propriedades rurais. A Imbel informou que não foi notificada da ação civil pública e que por isso não comentaria o caso.