SP – Famílias sem-teto do Grajaú ocupam Secretaria do Verde e Meio Ambiente

Cerca de 100 pessoas estão dentro do prédio aguardando a chegada de um representante da administração municipal para iniciar a negociação
Cerca de 100 pessoas estão dentro do prédio aguardando a chegada de um representante da administração municipal para iniciar a negociação

Michelle Amaral, da Redação Brasil de Fato

Por volta das 7 horas da manhã desta terça-feira (24), famílias sem-teto do bairro Grajaú, zona sul de São Paulo (SP), ocuparam a Secretaria Municipal do Verde e Meio Ambiente (SVMA). Cerca de 100 pessoas estão dentro do prédio aguardando a chegada de um representante da prefeitura para iniciar a negociação, e outras 200 aguardam do lado de fora.

As ruas do entorno foram bloqueadas e a Guarda Civil Metropolitana e a Polícia Militar cercaram o local, o que deixou o clima tenso, segundo um integrante da Rede Extremo Sul.

A SVMA é proprietária de um terreno ocioso situado no Jardim Itajaí, de onde cerca de 200 famílias foram despejadas pela Tropa de Choque da PM no último dia 17 por ordem do prefeito Fernando Haddad (PT), em descumprimento a um acordo firmado entre representantes das famílias e da Secretaria de Habitação.

De acordo com o integrante da Rede Extremo Sul presente no local, a ocupação está sendo realizada, em grande parte, pelas famílias do Jardim Itajaí, que buscam uma solução para a permanência no terreno de onde foram despejadas. “A imprensa tem falado que a tentativa de ocupação foi frustrada, mas o prédio foi ocupado”, afirma.

Além disso, sem-tetos de outras ocupações do Grajaú participam da mobilização e reivindicam que a prefeitura torne públicas as listas de espera dos programas habitacionais; apresente os projetos habitacionais que alega ter para a região; e abra negociação com as famílias ocupantes no sentido de viabilizar a realização dos projetos urbanísticos.

A periferia da zona sul de São Paulo tem vivido, nos últimos meses, uma onda de ocupações de terrenos abandonados; apenas no Grajaú já são mais de 20 ocupações, conforme a Rede Extremo Sul. “Apesar de vários esforços de negociação por parte das famílias que reivindicam projetos de moradia, a prefeitura não tem se aberto ao diálogo e afirma que deverá realizar o despejo em todas elas”, denuncia.

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