Professores do Rio retomam greve e ocupam andar da prefeitura

Fotos: Fernando Frazão/ABr
Fotos: Fernando Frazão/ABr

Henrique Coelho, do G1 Rio

Funcionários da rede municipal de educação do Rio decidiram retomar a greve, após assembleia realizada na manhã desta sexta-feira (20). Eles foram caminhando até a sede da prefeitura, na Cidade Nova e chegaram a fechar a Avenida Presidente Vargas. Por volta das 15h, cerca de 50 professores ocuparam o 13º andar do prédio, segundo informou a diretora do Sepe, Thaís Coutinho.

Por volta das 18h, um tenente-coronel do 4º Batalhão da Polícia Militar( de São Cristóvão) subiu para negociar com os funcionários do Sepe a saída do prédio. Junto com ele subiram dois outros oficiais do mesmo Batalhão e guardas municipais armados com cassetetes. A Guarda Municipal faz a segurança de toda a área do prédio da Prefeitura.

De acordo com o professor Bruno Norbert, que leciona história, o Secretário da Casa Civil, Pedro Paulo, pediu que o grupo se retirasse do prédio e afirmou que não negociaria com eles nessas condições.  A categoria não definiu prazo para desocupar o prédio. Os professores querem a retirada do caráter de urgência do plano de carreira, que será enviado à Câmara até terça-feira (24).

“Existiu uma promessa da prefeitura de fazer um plano de carreira para ser enviado para a Câmara. A promessa é que seria feito um grupo de trabalho para discutir, mas a prefeitura não nos procurou em nenhum momento. O plano é ruim, atende a menos de 10% da categoria. Para te dar um exemplo, uma especialização dá um aumento de 3% no salário. No meu caso, um aumento de R$30”, explicou o professor.

Segundo Marta Morais, uma das coordenadoras-gerais do Sindicato Estadual dos Profissionais da Educação (Sepe), o plano de carreira elaborado pela prefeitura não atende a 93% da categoria. “Esse governo está brincando com a comunidade escolar, com os professores, com os funcionários e com os alunos”, disse Marta Morais, uma das coordenadoras gerais do Sepe.

Em assembleia realizada da tarde de terça (17), os funcionários da rede municipal de ensino decidiram que dariam aulas normalmente na quarta-feira (18) e na quinta (19), mas somente a audiência desta sexta decidiria os rumos do estado de greve.

EDUCAÇÃO MORTENo final da assembleia desta terça-feira, um grupo de professores leu termos do plano de carreira elaborado pela prefeitura do Rio, que prevê um reajuste de 4% entre os níveis de profissional de educação infantil e profissional de ensino fundamental. Uma das coordenadoras-gerais do Sepe, Ivanete Conceição, disse que o plano de carreira, por si só, não basta. “Nesses termos, o que foi apresentado é um retrocesso para a categoria”, definiu. A greve da categoria começou no dia 8 de agosto.

Entre outras propostas feitas pela prefeitura, está previsto o reajuste em 4%. O Sepe, no entanto, pede 15%. “Esse percentual oferecido pela prefeitura nós não aceitamos de forma alguma”, disse Ivanete. Ela ainda alerta para o fim da divisão entre Professor 1 e Professor 2, além dos professores de educação infantil. Segundo a coordenadora do Sepe, a proposta da prefeitura estaria extinguindo uma dessas categorias, que se transformaria na categoria dos profissionais de ensino fundamental, que vai do primeiro ao nono ano. “Isso é muito ruim”, lamentou.

Reivindicações
Entre as reivindicações da categoria estão reajuste salarial de 19% para compensar perdas salariais, garantia de um terço da carga horária para atividades extracurriculares, garantida por lei, e concurso público para professores e funcionários administrativos. A Secretaria Municipal de Educação informou que concedeu 8% de reajuste este ano e  benefícios como auxílios alimentação, transporte e qualificação.

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