PARA TODAS AS AUTORIDADES DO BRASIL, SOCIEDADES NACIONAIS E INTERNACIONAIS
Esta nota da Aty Guasu visa destacar UMA ORDEM DE DESPEJO JUDICIAL DOS INDÍGENAS GUARANI-KAIOWA DO TEKOHA ITAY-DOURADINA-MS promovida pelos MISSIONÁRIOS DA “MISSÃO EVANGÉLICA UNIDA”. Essa instituição religiosa protestante fundamentalista alemã se instalou nas terras indígenas guarani-kaiowá em meados de 1970 (v. história da missão evangélica unida no google). Em geral, objetivo da missão evangélica era e é ainda fixar os indígenas nas reservas do antigo SPI, além de “evangelizar”, “pacificar”, “civilizar” os Guarani Kaiowa, tentando desligar os indígenas de seus territórios tradicionais.
Importa ressaltar que existem diversas igrejas introduzidas nas comunidades indígenas. Uma das igrejas evangélicas fundamentalista rígida é a Missão Evangélica Unida que convenceu um defensor público federal para pedir judicialmente os valores de R$ 200.000,00 mil reais (duzentos mil reais), além de demandar a ordem de despejo judicial urgente dos indígenas Guarani e Kaiowá do ITAY.
Hoje, em pleno século XXI, em setembro de 2013, 40 anos depois de atividades missionárias nas comunidades Guarani e Kaiowa, os missionários começam a solicitar a ordem de despejo judicial (VIOLÊNCIAS E GENOCÍDIO) dos indígenas Guarani-Kaiowá do tekoha ITAY-PANAMBI. Essa Terra indígena foi estudada e reconhecida conforme a Constituição Federal, ART.231 E 232, DECRETO 1775/96 por isso a área é delimitada como Terra Indígena Panambi pelo órgão federal, em 2011.
A comunidade indígena Guarani-Kaiowa, desde 2005, reocupa uma minúscula parcela da terra indígena ITAY, onde os indígenas sofrem diversas violências promovidas pelos fazendeiros da região. Neste contexto, frente à luta árdua pela regularização da terra e na situação mísera dos indígenas, os missionários da “Missão Evangélica Unida” por meio da defensoria pública federal solicitou também a ordem de despejo judicial da comunidade Guarani-Kaiowa do ITAY.
Nos conteúdos da ação, o missionário juntamente com defensor público federal classificam os indígenas de ITAY como “índios invasores” de terras particulares, “índios seriam violentos e temidos”, “os índios geram pânicos”, “os índios dão muito medo para os missionários”. Constatamos que os argumentos mencionados dos missionários são claramente racistas e cheio de discriminação e de preconceito étnico-racial.
Essa ação indignante e a posição contraditória da Missão Evangélica Unida deixam as comunidades de ITAY e lideranças Guarani-Kaiowa extremamente indignadas e constrangidas. Por essa razão, vimos repudiar reiteradamente o pedido dos missionários da Missão Evangélica e, sobretudo solicitamos a providências legais cabíveis frente à ação da Missão Evangélica Unida.
Aguardamos a posição de autoridades federais competentes.
Atenciosamente,
Tekoha Itay-Douradina-MS, 06 de setembro de 2013
Lideranças da Aty Guasu contra o genocídio