Segundo informações dos índios, criança foi morta e teve corpo queimado. Organização suspeita de envolvimento de madeireiros
GAZ – A Fundação Nacional do Índio (Funai) no Maranhão abriu investigação para apurar uma denúncia sobre o assassinato de uma criança indígena de 8 anos de idade da etnia Awá-Guajá na cidade de Arame, no Maranhão. A execução ocorreu no ano passado e os indígenas acreditam que madeireiros que cortavam árvores de forma ilegal em Arame estejam envolvidos no assassinato.
A criança foi executada na aldeia Tatizal, distante 50 quilômetros da sede. O crime, pelas informações do Conselho Indigenista Missionário (Cimi), ocorreu em outubro do ano passado. Na versão dos indígenas, a criança estava com os pais na aldeia, mas saiu para brincar e se perdeu deles no meio da floresta. Depois, os indígenas Awá-Guajá encontraram apenas o corpo queimado em uma cova dentro da aldeia. Alguns relatos afirmam que ela possa ter sido morta queimada, a Funai investigará o caso.
Alguns índios acham que a criança foi morta porque testemunhou a ação dos madeireiros, mas ainda não se sabe ao certo as razões do crime. Nômades, os Awá-Guajá são os únicos indígenas isolados no Maranhão. Eles já deixaram a região onde ocorreu o crime. O Cimi afirma que os Awá-Guajá temem novos ataques.
Nesta sexta-feira, 16, por meio de nota oficial, a coordenadora do Conselho Indigenista Missionário (Cimi) no Maranhão, Rosimere Diniz, afirmou que ataques indígenas são denunciados há bastante tempo. Como primeira providência, a Funai encaminhou três técnicos à Arame para apurar a morte da criança indígena. A investigação foi instaurada a pedido da coordenadora da Funai de Imperatriz, Raimunda de Almeida. O Cimi também pretende denunciar o crime ao Ministério Público Federal (MPF) na próxima semana. Eles esperam apenas receber um vídeo da cova onde a criança foi enterrada. A Polícia Civil, diante das informações publicadas na imprensa local, também pretende abrir procedimento investigatório.