Tragédias e histórias de chacinas do Rio se encontram

Cildes no dia do enterro: "Não entendo por que não fui chamado como testemunha. Eu estou acusando esses caras", indignou-se o pai de Christian Vieira
Cildes no dia do enterro: “Não entendo por que não fui chamado como testemunha. Eu estou acusando esses caras”, indignou-se o pai de Christian Vieira

Audiência pode levar réus da Chatuba a júri; ex-menino de rua relembra Candelária

Por Henrique de Almeida, no Jornal do Brasil

Mais de 32 mil homicídios dolosos, 257 lesões corporais seguidas de morte, 1053 latrocínios, mais de cinco mil mortes em confronto com a polícia, 140 policiais, entre policiais militares em civis, mortos em serviço, além de 34 mil desaparecidos e 27 mil tentativas de homicídio. Os dados, colhidos entre 2007 e maio de 2013, são do Instituto de Segurança Pública(Isp), revelam a situação da violência no Rio de Janeiro.

As estatísticas alarmantes chegam em um momento em que a chacina da Chatuba, ocorrida em setembro de 2012, terá a primeira audiência relativa ao caso no dia 22. A semana também marca uma data tristemente histórica no Rio. No dia 23, completam-se 20 anos da Chacina da Candelária, onde seis menores de idade e outros dois sem-teto que moravam nos arredores da Igreja foram assassinados. (mais…)

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Brasil pode ser alvo de espionagem econômica, diz ex-agente da NSA

Por Carla Ruas, Terra/JB

O ex-funcionário da Agência de Segurança Nacional dos Estados Unidos (NSA) Thomas Drake, 56 anos, revelou ao Terra que o Brasil pode ser alvo de espionagem econômica. Durante entrevista feita em Washington, Drake disse que as informações coletadas pelos EUA podem ter sidos usadas para motivos que vão além da ameaça terrorista.

Drake trabalhou durante dez anos como consultor técnico da empresa Booz Allen Hamilton – a mesma que empregava Edward Snowden, que revelou por meio da imprensa como o governo americano usava programas que permitem consultar os registros de ligações e extrair informação de servidores de gigantes da internet em todo mundo. Em 2001, Drake virou funcionário da própria NSA, chegando ao alto cargo de executivo sênior, com amplo acesso aos programas de coleta de dados.

Desiludido com a má gestão da agência e o comprometimento da privacidade dos americanos, ele começou a vazar informações secretas ao Congresso e depois à imprensa. Por este motivo, em 2007, foi forçado a renunciar e em seguida foi acusado de espionagem – o primeiro de oito casos até hoje no governo Barack Obama. Em 2011, Drake fez um acordo e foi condenado apenas por mau uso do sistema de computadores, cumprindo um ano de liberdade condicional. (mais…)

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Secretário do Ministério da Saúde quebra acordo com movimento indígena do Maranhão e gera conflito

MACIMI-MA

Ainda está vivo em nossas lembranças o movimento indígena do Maranhão, formado por lideranças dos povos Guajajara (TI Araribóia, Pindaré, Carú e Rodeador), Krikati, Gavião, Apaniekrá e Ramkokamekra – Canela, Awá-Guajá e Krenyê, que empreenderam uma luta, durante 20 dias, para que ocorressem melhoras na atenção à saúde indígena no estado.

Há mais de seis meses os indígenas expõem à Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai) a calamidade na atenção à saúde indígena. Sempre convidaram o coordenador da secretaria, Antonio Alves, para conhecer a situação. Nunca foram atendidos. Durante as ocupações no prédio da Funasa e na ferrovia Carajás, entre junho e julho, os povos denunciaram a precariedade no atendimento à saúde nas aldeias, além das práticas incorretas, absolutamente questionáveis, adotadas por gestores.

O movimento indígena denunciou a aprovação do Plano Distrital, feito sem discussão com os indígenas, conferências locais de saúde manipuladas pela Sesai, com duração de uma manhã ou um dia, sem a participação dos indígenas para tratar dos principais problemas que enfrentam nas aldeias. Diante de tudo isso, entre outras denuncias, o movimento pedia a exoneração de dois funcionários, auditoria nas contas e intervenção no Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI/MA). (mais…)

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Política dos EUA para Cuba é obsoleta e contraproducente, analisa último embaixador do país em Havana

Foto: Efe
Foto: Agência Efe

Para Wayne Smith, motivos alegados por governo norte-americano não são suficientes para recusar diálogo com Cuba

Opera Mundi publica neste domingo (21/07) a segunda parte da entrevista com Wayne S. Smith, último embaixador dos EUA em Cuba. Leia a primeira parte do texto aqui.

Opera Mundi: Atualmente, o senhor é diretor do Cuba Project do Center for International Policy (Centro para Política Internacional), sediado em Washington. Qual é o objetivo dessa instituição?

Wayne S. Smith: O objetivo do nosso projeto é por fim à política que consiste em ilhar Cuba vigente há mais de cinquenta anos e aproximar nossos povos, unidos pela história e a geografia. Desejamos ter relações normais com Cuba. Nossa política governamental em relação à ilha, vestígio da Guerra Fria, é ao mesmo tempo obsoleta e contraproducente. A cooperação em todos os campos seria benéfica para ambos os países.

OM: Por que os Estados Unidos se negam a normalizar as relações com Cuba?

WSS: Os anos se passaram e ainda estamos na mesma situação absurda. Sempre me pergunto quais são as razões que nos impedem de sentar à mesa de negociações e falar sobre nossas diferenças para encontrar uma solução para esse conflito que já dura tanto. Conversamos com os chineses e temos relações diplomáticas e comerciais perfeitamente normais com aquele país. Nós, inclusive, normalizamos nossas relações com o Vietnã, contra quem travamos uma guerra sangrenta, na qual perdemos mais de 50.000 soldados! (mais…)

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EUA sempre rechaçam diálogo cubano, diz último embaixador norte-americano em Havana

Jimmy Carter
Jimmy Carter

Wayne Smith revela mentiras divulgadas por Washington para responsabilizar Cuba por fracasso de negociações

Opera Mundi – Wayne S. Smith é o último diplomata norte-americano a exercer em Cuba o cargo de embaixador. Sem relações diplomáticas desde sua ruptura unilateral com Havana em 3 de janeiro de 1961, Washingson sempre se negou a normalizar suas relações com Cuba, apesar do fim da Guerra Fria e da opinião unânime da comunidade internacional.

Diplomata de carreira, professor doutor da Universidade de George Washington e professor associado da Universidade Johns Hopkins, ele também é diretor do “Programa Cuba” do Centro para a Política Internacional. É considerado o maior especialista norte-americano das relações entre Cuba e Estados Unidos.

Smith integrou o Departamento de Estado em 1957 e trabalhou na União Soviética, na Argentina e em Cuba. Presente na embaixada norte-americana de Havana durante o movimento insurrecional cubano dirigido pelo Movimento 26 de Julho de Fidel Castro, Smith assistiu à queda do ditador Fulgêncio Batista. Após a ruptura das relações entre Cuba e Estados Unidos, o presidente John F. Kennedy o nomeou secretário executivo de seu Grupo de Trabalho sobre a América Latina.

De 1979 a 1982, Smith esteve na liderança da Seção de Interesses Norte-americanos em Cuba e se destacou por sua política de diálogo e de aproximação com Havana sob o governo de Jimmy Carter. Em 1982, devido a um profundo desacordo com a nova política elaborada pelo presidente Ronald Reagan em relação a Cuba, deixou definitivamente o Departamento de Estado. (mais…)

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Muito importante: NUDEDH/RJ recebe depoimentos de pessoas feridas nas manifestações para agir contra a violência

Ferida por um estilhaço de bomba na paralisação do dia 11 de julho, este é o estado da perna de Mônica Lima no dia 18, uma semana depois,
Ferida por um estilhaço de bomba na paralisação do dia 11 de julho, este é o estado da perna de Mônica Lima no dia 18, uma semana depois.

Tania Pacheco – Combate Racismo Ambiental

O Núcleo de Defesa dos Direitos Humanos (Nudedh) da Defensoria Pública do estado do Rio de Janeiro propôs uma Ação Civil Pública cobrando dano moral coletivo e, também, danos individuais (tecnicamente, direito individual homogêneo) para as pessoas que foram vítimas de violências policiais no dia 20 de junho (Manifestação na Presidente Vargas). E, esta semana, deve fazer o mesmo com relação ao dia 11 de julho. Para isso, está ouvindo pessoas e recebendo depoimentos de inúmeras fontes, dentre elas a Comissão de Direitos Humanos da Alerj.

Henrique Guelber, coordenador do Nudedh, explica que a opção de propor Ações Coletivas por dias determinados não impede que uma pessoa que tenha sofrido com a ação policial em outra oportunidade procure o Núcleo e tenha “seu procedimento aberto para possível propositura de ação indenizatória. Se a pessoa quiser denunciar algum agente de segurança e tiver nome ou descrição de local, data, batalhão, pode nos dizer também que repassaremos ao Ministério Público e à respectiva Corregedoria Interna, além da Unificada”.

“O Nudedh também propôs uma Cautelar de Ação Civil Pública para tentar regulamentar e restringir a utilização de armas menos letais. Perdemos a liminar em primeira instância e perdemos também a liminar no recurso que interpusemos, mas seguiremos adiante”, afirma Henrique Guelber.

O NUDEDH funciona na Rua do México 11, 15 andar. Telefones: 21-2332-6344/45/46. E-mail [email protected].

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Wallerstein: Levantes aqui, ali e em toda parte

Immanuel WallersteinImmanuel Wallerstein descreve cinco traços comuns aos movimentos políticos que tomam as ruas do mundo. Segundo ele, estamos no meio de uma transição estrutural: de uma economia mundial capitalista que está se esgotando para um novo tipo de sistema. Mas ele pode ser melhor ou pior. Essa seria a batalha real.

Por Immanuel Wallerstein, em Carta Maior

O levante, agora persistente, na Turquia foi seguido por uma revolta ainda maior no Brasil, que por sua vez foi acompanhada por manifestações menos noticiadas, mas não menos reais, na Bulgária. Obviamente, esses protestos não foram os primeiros, e muito menos os últimos de uma série realmente mundial de revoltas nos últimos anos. Há muitas maneiras de analisar este fenômeno. Eu o vejo como um processo contínuo de algo que começou com a revolução mundial de 1968.

É claro que todas as revoltas são particulares em seus detalhes e na correlação de forças interna em cada país. Mas existem certas similaridades que devem ser notadas, se quisermos dar sentido ao que está acontecendo e decidir o que todos nós, como indivíduos e como grupos, deveríamos fazer.

A primeira característica em comum é que todas as revoltas tendem a começar muito pequenas — um punhado de pessoas corajosas manifestando-se sobre algo. E então, se elas “pegam”, coisa que é muito imprevisível, tornam-se maciças. De repente, não apenas o governo está sob ataque, mas, em alguma extensão, o Estado enquanto tal. (mais…)

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O estranho caso do interesse do urologista Cesar Camara no programa Mais Médicos

Interessado de verdade ou de mentira?
Interessado de verdade ou de mentira?

Ele cobra 450 reais por consulta, é assistente de um dos urologistas mais caros do Brasil e apareceu na Folha como um candidato desencantado de um programa cujo alvo são médicos no início da carreira.

DIARIO DO CENTRO DO MUNDO

O urologista Cesar Camara, 38 anos, não se enquadra no perfil dos potenciais interessados em buscar uma vaga no programa ‘Mais Médicos’, com o qual o governo tenta recrutar doutores e colocá-los em regiões do país com carência médica. O alvo são profissionais em início de carreira.

Embora o salário seja bom, 10 000 reais por mês, Camara em setembro passado, numa entrevista ao Estado de S. Paulo, revelou cobrar 450 reais por consulta. Uma única consulta por dia e ele ganha mais do que o governo oferece. (mais…)

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