Habilidade, criatividade e muita disposição para trabalhar são características do grupo Andorinha, composto de mulheres artesãs do assentamento Frexeiras/Porcos, implantado pelo Incra em Batalha, no estado do Piauí.
Neste 19 de março, Dia do Artesão, as assentadas comemoram a melhoria na qualidade de vida da comunidade, a partir do que produzem artesanalmente com palha de milho. “Muito do que temos hoje dentro de casa só foi possível conquistar por causa do artesanato. Comprei fogão, ventilador e móveis com a venda dos produtos que faço em casa”, afirmou Maria José de Carvalho Resende, 52 anos, artesã desde 2006.
Para dar conta da produção de bolsas, carteiras, baús, chinelos e jogos de cozinha americanos, dentre outros produtos, as assentadas têm que recorrer até mesmo à compra da palha de milho de comunidades vizinhas. “O que produzimos é comercializado na feira local e também, por encomenda, em outros estados brasileiros, o que mostra a qualidade dos nossos produtos”, analisou Maria do Socorro da Silva, 42 anos.
Maria do Socorro é a responsável por despertar as mulheres do assentamento sobre a viabilidade do trabalho com o artesanato. “O curso que tivemos com o pessoal do Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas) nos ajudou a aprimorar nossos produtos e diversificar a produção”, contou. Comercializados na sede do assentamento, os produtos custam de R$ 7 (capa para aparelho celular) a R$ 95 (caixa para piquenique). Para encomendas em grande quantidade, no entanto, os preços são negociáveis.
Um fator que obrigou as artesãs a procurar a matéria-prima em outras comunidades foi a perda da produção de milho nos últimos anos, devido aos efeitos da seca. Nos períodos de maior dificuldade na produção de alimentos no assentamento, o artesanato tem sido uma fonte financeira importante para as famílias. “Se não fosse o que ganho com a venda do artesanato, só restaria o bolsa-família”, disse Maria José.
Ela era uma das mulheres do assentamento que desconfiava do próprio talento e da viabilidade de ganhar dinheiro como artesã. “Não achava que tinha jeito para a coisa. Mas em 2006, mandei umas peças para uma feira e me surpreendi quando recebi R$ 22. Fiquei muito feliz, porque pude ver que poderia ter renda com isso. A partir daí, decidi me dedicar a esse trabalho e melhorar cada vez mais a minha produção”, comentou a agricultora. A filha dela, Nadja Resende, que integrou recentemente o grupo, foi uma das representantes do Piauí na 8ª Feira Nacional da Agricultura Familiar e Reforma Agrária “Brasil Rural Contemporâneo”, realizada em novembro de 2012, no Rio de Janeiro. “Foi muito bom participar do evento”, comentou.
O assentamento Frexeiras/Porcos foi criado pelo Incra em 2000 e abriga 65 famílias de agricultores, em uma área de 1,8 mil hectares. Atualmente, cerca de 20 mulheres de várias idades fazem parte do grupo de artesãs Andorinha, que também incrementa as peças trançadas de palha de milho com outros materiais, como biojóias, tecidos e couro. O contato e as encomendas do grupo Andorinha, podem ser feitos com Nadja Resende, via telefone – (86) 9993-3956 – ou por e-mail – [email protected].
—
Compartilhada por Mayron Borges.
http://www.incra.gov.br/index.php/noticias-sala-de-imprensa/noticias/12791-mulheres-assentadas-garantem-renda-com-venda-de-produtos-feitos-com-palha-de-milho