Clima é de apreensão entre índios na Aldeia Maracanã

Grupo tem até 18 horas para deixar o prédio. Defensoria pública já entrou com recurso e espera reverter ordem de despejo

Aldeia Maracanã: clima de apreensão entre indígenas (crédito: Pedro Carrion)

O Globo

RIO – O clima é de apreensão na Aldeia Maracanã, Zona Norte, na manhã desta segunda-feira. Com a chegada do fim do prazo dado pelo Justiça para desocupação do prédio, os índios que estão no local aguardam uma possível reversão da decisão judicial. Segundo o defensor público federal Daniel Macedo, titular do 2º Ofício de Direitos Humanos e Tutela Coletiva da Defensoria Pública da União (DPU), na sexta-feira a defensoria interpôs um agravo de instrumento, com pedido de liminar, com o objetivo de rever a decisão de despejá-los do prédio. E o grupo espera que um desembargador julgue o caso ainda nesta segunda-feira. De acordo com o defensor público, além dos índios, outras lideranças de movimentos sociais já estão se reunindo, numa vigília. Ele teme que haja um “embate físico”, caso a decisão do juiz de primeira instância seja mantida e polícia chegue para despejá-los. Eles têm até as 18h para deixar o prédio.

Na sexta-feira, o grupo se revoltou após receber a notificação de imissão de posse, entregue por um oficial de justiça. Como protesto, fizeram cinco pessoas reféns, inclusive a subsecretária estadual de Direitos Humanos do Rio, Andréa Sepúlveda, que foi liberada, junto dos outros reféns, no mesmo dia. Na manhã desta segunda, 20 pessoas permanecem no prédio. Além de índios, há cinco pessoas que parecem ser do movimento punk, mas não querem falar com a imprensa. (mais…)

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Aldeia Maracanã: Caetano Veloso critica “vulgaridade” da administração estadual

Artista entra na luta pela preservação de prédio histórico, ameaçado de demolição

Jornal do Brasil

O cantor e compositor Caetano Veloso é o terceiro artista de peso a se manifestar publicamente contra as ações dos governos do Estado e do município com relação à Aldeia Maracanã, no Rio. Na edição deste domingo (20) de O Globo, Caetano, em um artigo intitulado Lutas, questiona: “Será que a vulgaridade que ronda a atual administração estadual (sublinhada pela municipal) vai tomar conta do entorno do Maraca?”

Chico Buarque e Milton Nascimento também já se manifestaram contra a decisão do governo de demolir a Aldeia Maracanã, onde vivem dezenas de índios, para a construção de um estacionamento para a Copa de 2014.

Em depoimento gravado em novembro, Chico Buarque atacou a decisão do poder público, que também atinge o Estádio Célio de Barros, o Parque Júlio Delamare e a Escola Municipal Friedenreich. O compositor criticou a privatização do Maracanã e enfatizou que o estádio “é um espaço público que deve permanecer público”.

Já em seu depoimento, Milton Nascimento afirma ser “totalmente contra” a ideia de demolir o prédio histórico para a construção de obras de mobilidade urbana visando a Copa. Segundo Milton, muito pouco se faz neste país para preservar a memória dos índios. (mais…)

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Marilena Chauí: “nova classe média é bobagem”

Em entrevista, a filósofa Marilena Chauí ataca o Supremo Tribunal Federal, diz que mídia manipula informação, vê controle da internet e frisa que Renan Calheiros é regra e não exceção

Por Renato Dias*

A suposta criação de uma nova classe média – anunciada pelo ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e por Dilma Rousseff (PT) – é uma ‘bobagem sociológica’, já que o que houve foi a ampliação da classe trabalhadora. É o que afirma a filósofa Marilena Chauí. Ela participou, na última quarta-feira, em Goiânia, de edição do Café com Ideias. O fórum é uma promoção do Centro Cultural Oscar Niemeyer, do Governo de Goiás. O evento é organizado pelo jornalista e professor da UFG Lisandro Nogueira.

Professora titular do Departamento de Filosofia da Universidade de São Paulo (USP), Marilena Chauí informa que existem duas classes no capitalismo [Burguesia e proletariado/classe trabalhadora]. Para ela, a classe média não teria função econômica, mas ideológica. “Como correia de transmissão das ideologias das classes dominantes. Até ‘intelectuais’ pertencem, hoje, à classe trabalhadora”, dispara. “Técnica e ciência viraram forças produtivas”, analisa. (mais…)

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Deputados lançam Frente Parlamentar em Defesa dos Direitos Humanos

Frente é resposta de deputados a forma como aconteceu eleição de Pastor Marco Feliciano para presidência da Comissão de Direitos Humanos e deverá funcionar “como uma comissão paralela”.

Parlamentares insatisfeitos com a eleição do deputado Pastor Marco Feliciano (PSC-SP) para a presidência da Comissão de Direitos Humanos e Minorias lançam nesta quarta-feira (20), às 11 horas, a Frente Parlamentar em Defesa dos Direitos Humanos. Os deputados que criaram o grupo, em sua maior parte integrantes da comissão, consideram a frente como uma espécie de Comissão de Direitos Humanos paralela à oficial. Dois dos idealizadores da frente são ex-presidentes do colegiado: deputados Domingos Dutra (PT-MA) e Nilmário Miranda (PT-MG).

Dutra abandonou o plenário onde ocorria a eleição para o seu substituto, no dia 7 de março, em ato que foi seguido por outros parlamentares. Os deputados protestavam contra a forma como ocorreu a eleição, com os manifestantes e representantes de entidades ligadas aos direitos humanos impedidos de entrar na sala onde acontecia a reunião. Pastor Marco Feliciano é acusado por deputados e entidades de ter feito comentários racistas e homofóbicos em sites de relacionamento da internet.

“A Comissão de Direitos Humanos se transformou num curral de fundamentalistas. Não posso aceitar isso pela importância que essa comissão tem para a sociedade brasileira, especialmente para os segmentos mais excluídos e discriminados”, protestou Dutra. (mais…)

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“Dom Ciccillo” e o fim do mundo

Tudo indica que isso que estamos vivendo não é a realidade

Eliane Brum

Quando o sol nasceu com a indiferença de sempre em 22 de dezembro, perguntei a um insistente apocalíptico das minhas relações como ele explicava que o mundo não havia acabado, tal qual ele havia repetido durante o ano inteiro como um mantra. Ele me desferiu um olhar de pena e respondeu, altivo: “E você achou que o mundo acabaria em fogo e fumaça”?

Achei a resposta um tanto 171, mas os primeiros meses deste ano começam a me assombrar. E se ele tinha razão, o mundo acabou, e eu agora me encontro numa espécie de realidade paralela? O primeiro sinal apareceu dias depois do apocalipse que parecia não ter acontecido, quando José Sarney (PMDB) defendeu, numa entrevista publicada na Folha de S. Paulo de 31 de dezembro, que ex-presidente deveria ser proibido de disputar eleição. “Acho que deveríamos ter uma legislação que não permitisse a nenhum ex-presidente da República, deixando o governo, que voltasse a qualquer cargo eletivo”, afirmou o homem que chegou à Câmara dos Deputados em 1955. Depois de deixar a presidência da República, em 1990, foram três mandatos como senador e mais de duas décadas ininterruptas no Congresso. Agora, em vias de aposentamento, defendia que para os outros deveria ser proibido. Estranho, muito estranho, desconfiei. O ano virou, e a realidade continuou ainda mais fantástica do que o habitual. Fantástica demais para ser confiável.

Uma série de acontecimentos tem me feito duvidar da realidade. E, na quarta-feira da semana passada, 13 de março, simplesmente parei de acreditar. Nesta data, a Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJC) da Câmara dos Deputados aprovou o projeto de lei 6167, de 2009, batizando de “Rodovia Cecílio do Rego Almeida” o trecho da BR-277 localizado entre as cidades de Paranaguá e Curitiba, um dos principais da região sul do país. Ao ler a notícia, puxei da memória: “Cecílio do Rego Almeida, conhecido desde a ditadura militar como ‘Dom Ciccillo’? Aquele que foi chamado pela imprensa de ‘o maior grileiro do mundo’”? Não, claro que não. (mais…)

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Novo edital do IPHAN apoiará projetos voltados à cultura afrodescendente

O Projeto de Salvaguarda do Patrimônio Cultural Imaterial deverá ser relacionado à música, canto e dança de comunidades afrodescendentes localizadas no Brasil

O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) lançará, entre o mês de março e abril de 2013, edital para seleção de projetos com a finalidade de apoiar manifestações e práticas culturais relativas ao patrimônio imaterial de populações afrodescendentes. As atividades dos projetos deverão envolver ações de mapeamento, pesquisa, produção bibliográfica e audiovisual; ações educativas, formação, capacitação e transmissão de saberes; apoio à organização e à mobilização comunitária, à promoção da utilização sustentável dos recursos naturais, entre outras que se relacionem ao universo da música, canto e dança e contribuam para a continuidade da existência de bens culturais imateriais e/ou para a gestão participativa e autônoma da preservação de práticas tradicionais referenciais de comunidades afrodescendentes no território brasileiro.

A realização do Projeto de Salvaguarda do Patrimônio Cultural Imaterial relacionado à música, canto e dança de comunidades afrodescendentes localizadas no território brasileiro integra a participação do Estado brasileiro no âmbito do projeto Salvaguarda do patrimônio cultural imaterial relacionado à música, canto e dança de comunidades afrodescendentes na América Latina, proposto pelo Centro Regional para a Salvaguarda do Patrimônio Imaterial da América Latina (CRESPIAL), Centro de referência 2 da UNESCO, do qual participam 13 países da América Latina e Caribe, comprometidos com a execução de experiências?piloto de salvaguarda do patrimônio cultural imaterial afrodescendente em suas abrangências nacionais. (mais…)

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Carreira de “repressor” do major Curió começou no interior de Minas

Conhecido como um perseguidor de comunistas, Curió chegou a prender conterrâneos no Sul de Minas

Alberto Sena – Hoje em Dia

A vocação de perseguidor de “comunistas e subversivos” de Sebastião Rodrigues de Moura, o major Curió – o mais conhecido oficial vivo do regime militar brasileiro (1964-1985), reformado com a patente de coronel –, teve início pelo menos 13 anos antes do golpe de 1964, na terra natal, São Sebastião do Paraíso, Sul de Minas. De fato, a carreira dele começou em 1951, quando Getúlio Vargas ainda era presidente da República.

Essa passagem da vida de Curió não se acha no livro do jornalista e escritor Leonencio Nossa, sobre os arquivos secretos da ditadura, intitulado: “Mata – o major Curió e as guerrilhas no Araguaia”. Naquele ano da “Era Vargas”, o militar prendeu 11 conterrâneos, investido na condição de sargento do Exército. O sonho de Curió, todos sabiam, “era ser militar para defender a pátria, porque achava bonito”.

Requerimento

O Hoje em Dia teve acesso ao “requerimento de anistia” de um desses 11 conterrâneos de “Tião Pancinha”, como Curió é chamado na cidade, de nome José Paes, sapateiro e poeta. Paes caiu em desgraça desde quando foi preso por Curió, em São Sebastião do Paraíso, em 1951. “Os clientes e os amigos perderam a confiança” no seu trabalho. (mais…)

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As conquistas de Chávez e da Venezuela

Patrícia Benvenuti, da Redação

Em meio à comoção causada pela morte do presidente venezuelano Hugo Chávez, ganham destaque os inúmeros legados deixados pelo “comandante” – apelido pelo qual era conhecido entre seus simpatizantes.

Reformas na educação, saúde, habitação, reforma agrária, política externa, muitas foram as áreas que receberam atenção do governo e melhoraram seus índices. Na avaliação do coordenador do Núcleo de Estudos Marxianos Latino-Americanos e professor de Relações Internacionais pela Unioeste de Toledo (PR) Alfonso Klein, o saldo do período é positivo e altamente simbólico para o país: “Os 14 anos de governo Chávez são o que a sociedade venezuelana produziu de melhor em seu tempo histórico, com muitas limitações e permanentes conflitos, porém com conquistas pró-revolucionárias importantes.”, afirma.

Na entrevista a seguir, Klein resgata fatos importantes da trajetória de Chávez, anteriores à sua chegada à presidência da República, e destaca os principais avanços ocorridos no período em que governou a Venezuela. (mais…)

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