PMDB tinha direito a quatro vagas na Comissão de Direitos Humanos, mas cedeu todas elas ao PSC de Marco Feliciano, deputado acusado de homofóbico, que acabou sendo eleito presidente
Alessandra Mello
Um jogo de interesses colocou sob o comando do pastor Marco Feliciano (PSC-SP) – alvo de polêmicas e até de um inquérito no Supremo Tribunal Federal (STF) por causa de declarações homofóbicas e racistas – a comissão mais importante da Câmara na defesa das minorias: a de Direitos Humanos (CDH). Com o apoio do líder do PMDB, deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), também evangélico, o PSC conquistou quatro vagas de titular na comissão, que tem 18 integrantes fixos, apesar de o partido não ter, pelo regimento interno da Câmara, direito a nenhuma. O PSC ganhou também assento permanente na CDH graças a uma vaga cedida pelo PP e se tornou assim a maior bancada com representação na comissão.
Cunha cedeu ao PSC as duas vagas que o partido tinha direito devido ao tamanho da bancada e também as duas que eram do PSDB, mas que foram repassadas para o PMDB por meio de um acordo fechado com a liderança tucana. Com o apoio de outros parlamentares evangélicos que também fazem parte da comissão, o pastor acabou eleito com 11 votos, um a mais do que o necessário, derrubando a estratégia que vinha sendo articulada pelos partidos contrários à indicação, de barrar seu nome na hora da eleição. Pelas regras da Câmara, a indicação para o comando das comissões tem de ser referendada pela maioria de seus integrantes. (mais…)
Ler Mais