Eis-me aqui Senhor, envia-me!

Ir. Joana Aparecida Ortiz / Cimi Regional Mato Grosso do Sul

Estamos em tempo de quaresma, tempo de conversão, ano da fé, refletindo o tema da CF – Fraternidade e Juventude. Dentro deste contesto religioso, estamos vivendo em nossa sociedade, especificamente no Mato Grosso do Sul frente às diferentes realidades de opressão que estão acontecendo, um clima propício para parar e pensar em nossa atitude de fé e conversão. Convido a todos e todas, a meditar o verdadeiro jejum recomendado pelo Isaías.

Assim fala o Senhor Deus: Grita forte, sem cessar, levanta a voz como trombeta e denuncia os crimes do meu povo e os pecados da casa de Jacó.

Buscam-me cada dia e desejam conhecer meus propósitos, como gente que pratica a justiça e não abandonou a lei de Deus. Exigem de mim julgamentos justos e querem estar na proximidade de Deus:

?Por que não te regozijaste, quando jejuávamos, e o ignoraste, quando nos humilhávamos?’ – É porque no dia do vosso jejum tratais de negócios e oprimis os vossos empregados.

É porque ao mesmo tempo que jejuais, fazeis litígios e brigas e agressões impiedosas. Não façais jejum com esse espírito, se quereis que vosso pedido seja ouvido no céu.

Acaso é esse jejum que aprecio, o dia em que uma pessoa se mortifica? Trata-se talvez de curvar a cabeça como junco, e de deitar-se em saco e sobre cinza? Acaso chamas a isso jejum, dia grato ao Senhor? (mais…)

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Cacique Yukpa Sabino Romero é assassinado na Venezuela

Sabino Romero Izarra, cacique de Chaktapa, foi assassinado na manhã de domingo, 03 de março, por volta das 7hs. Ele era um dos principais líderes indígenas da Venezuela e há muitos anos vinha sofrendo sucessivas ameaças de mortes por fazendeiros. Apesar das inúmeras denúncias, o governo da Venezuela nunca adotou as medidas devidas para proteger sua vida. Sabino foi um grande defensor dos direitos territoriais indígenas. Seu pai também foi assassinado em decorrência da luta pela terra.

O assassinato teria ocorrido por volta das 19 horas de domingo, na rodovia de El Tukuko, distrito Libertad, município de Machiques de Perijá, no estado de Zulia. Ao que tudo indica, Romero foi vítima de emboscada, sua esposa Lucia Martinez, que o acompanhava, ficou ferida.

Sabino Romero é mais uma vítima do agronegócio – cuja fúria sanguinária não obedece fronteiras – e da política nacional-desenvolvimentista do governo venezuelano, que não consegue perceber a pluralidade de povos e culturas daquele país.

http://www.cimi.org.br/site/pt-br/?system=news&conteudo_id=6743&action=read

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Nota sobre o assassinato do Guarani Kaiowá Denilson Barbosa e as investigações

O Conselho Indigenista Missionário (Cimi) vem a público se manifestar sobre a morte do indígena Guarani-Kaiowá Denilson Barbosa, de 15 anos, brutalmente assassinado na noite do dia 16 de fevereiro de 2013 pelo proprietário da fazenda Santa Helena, Orlandino Gonçalves Carneiro, réu confesso, na área que incide sobre território reivindicado pelos indígenas como tekoha Pindo Roky.

O Cimi apoia a reinvindicação do Conselho da Aty Guasu (grande assembleia Guarani e Kaiowá) de que o Governo Federal deve implementar, de forma imediata, um programa de segurança nas comunidades que estão em luta pela demarcação das terras, dentre elas a Tey’ikue, que ocupa a área da fazenda onde Denilson foi morto. De acordo com os relatos das lideranças indígenas, ocorreram dois ataques de fazendeiros e pistoleiros desde o dia 18, quando houve a retomada da fazenda pelos Guarani e Kaiowá.

Reforçamos também a urgência de que as investigações que envolvem o caso sejam imediatamente assumidas pela Polícia Federal, a exemplo das investigações do assassinato de Nisio Gomes, em novembro de 2011. Lideranças indígenas do Tey’ikue e do Conselho do Aty Guasu posicionaram-se publicamente exigindo o deslocamento da competência das investigações da Polícia Civil para a Polícia Federal, preocupados com o comprometimento da polícia estadual com os fazendeiros da região. (mais…)

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Eu matei Denilson Kaiowá Guarani, por Egon Heck

Ao declarar-se autor do disparo que matou o jovem Denilson no tekohá Pindo Roky, município de Caarapó no dia 17 de fevereiro, o fazendeiro Orlandino, inaugura uma nova estratégia. Estaria ele apostando abertamente na impunidade? Se for essa uma nova estratégia do agronegócio porque não se apresentam os assassinos dos professores Genivaldo e Rolindo Vera? E declaram onde esconderam o corpo Rolindo? Porque não se apresentam os matadores do cacique Nisio Gomes e revelam onde ocultaram seu corpo? Porque não se apresentam os matadores de Julite, de Ortiz e dezenas de Kaiowá-Guarani nas últimas décadas? Será essa uma forma de despolitizar os crimes na luta pela terra?

O Deputado Ze Teixeira, que tem fazenda incidindo na terra indígena Guyraroká, declarou: “Ora, o senhor Orlandino já se apresentou à Polícia Civil e confessou que foi o autor do disparo que acabou tirando a vida do adolescente, então que ele responda pelos atos sem que isso sirva como justificativa para invadir a propriedade dele…. Não existe necessidade de proteger testemunha porque o crime já está esclarecido, o produtor se apresentou espontaneamente e está à disposição da Justiça” (O Progresso, 28-02-13). (mais…)

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MAB realiza primeiro encontro estadual no Paraná

O Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) realiza, entre os dias 13 e 15 de março, o primeiro Encontro Estadual das Populações Atingidas por Barragens do estado do Paraná. O evento acontecerá no Salão Paroquial São Francisco de Assis, Maringá, e prevê a participação de 350 pessoas, entre militantes e parceiros.

O encontro tem como objetivos aprofundar a compreensão em torno do modelo energético brasileiro, avançar na aliança operária e camponesa para a energia, estimular processos de organização e luta em defesa da água e da energia como bem público, definir a pauta dos atingidos por barragens do estado, fortalecer o debate em torno da política de direitos das populações atingidas por barragens e, por fim, preparar e animar os militantes para o Encontro Nacional do MAB.

Desafios do Estado

Atualmente, existe um potencial para 200 projetos de barragens no estado do Paraná. Levando em consideração somente a área alagada atualmente por construção de hidrelétricas no estado, há aproximadamente 260 mil hectares, o suficiente para garantir assentamentos a todas as famílias sem-terra, atualmente, do estado do Paraná. (mais…)

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Investimentos Brasileiros em Água, artigo de Roberto Malvezzi (Gogó)*

[EcoDebate] O ano de 2013, postado pela ONU como aquele da “cooperação pela água”, é um teste para a veracidade da política hídrica brasileira. O país das águas – somos o país de tantas coisas – tem mesmo sua prioridade no abastecimento humano e na dessedentação dos animais, como define a lei brasileira de recursos hídricos 9.433/97?

No ano de 2012, se abstrairmos o investimento federal em barragens, então o abastecimento humano tornou-se efetivamente prioridade, mesmo considerando o investimento na Transposição de Águas do São Francisco como de uso exclusivamente econômico. A longa estiagem no Semiárido brasileiro obrigou o governo a fazer esses investimentos, sob o risco de colapso hídrico em centros urbanos de todas as dimensões populacionais. (mais…)

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