“Pisa ligeiro/ Pisa ligeiro/ Quem não pode com formiga/ não assanha o formigueiro”. A música é cantada durante o que deve ter sido o último trecho filmado do documentário, em maio de 2003. Em Pesqueira, Pernambuco, os Xucuru cantam enquanto homenageiam o Cacique Chicão, na passagem do décimo aniversário de seu assassinato. Nos depoimentos que vão de 1999 a 2003, sendo que a maioria tomada Brasil afora ao longo de 2002, não é a única morte recordada. Ou anunciada. (mais…)
Agricultores assentados no Projeto de Desenvolvimento Sustentável Virola Jatobá, em Anapu, no sudoeste do Pará, denunciam que madeireiros estão invadindo a área de reserva do projeto. Eles estão preocupados com a segurança da comunidade após uma ação do Ibama ter apreendido máquinas pesadas utilizadas na extração ilegal de madeira na região. A reportagem é do portal G1, 28-09-2012.
Segundo o coordenador do posto avançado do Incra em Anapu, Fagner Garcia, o órgão identificou 18 trabalhadores utilizando 7 tratores para extração de madeira no PDS. Com o apoio da comunidade, quatro máquinas foi detido até a chegada do Ibama, que fez a apreensão. De acordo os fiscais do Ibama, cerca de 300 árvores de 10 espécies diferentes teriam sido cortadas. O Ibama está investigando para descobrir quem são os proprietários das máquinas encontradas no PDS.
Os funcionários que operavam as máquinas foram liberados, e os assentados se tornaram fiéis depoistários do material apreendido, mas estão com medo que os proprietários das máquinas tentem reaver os equipamentos. Segundo a Comissão Pastoral da Terra, as invasões são constantes no PDS, e vem sendo denunciadas pela CPTdesde 2011.
“O clima está tenso. Por enquanto o Ibama tá aqui, mas eles vão embora. A comunidade está sendo guardiã do que o governo deveria fazer. A gente pede que o governo seja mais presente, não dá pra confiar nesses caras (os madeireiros), eles são capazes de tudo”, desabafa o padre José Amaro, da Comissão Pastoral da Terra em Anapu. (mais…)
Carlos Lamarca nasceu no dia 27 de outubro de 1937, no bairro do Estácio, zona norte, do Rio de Janeiro. Seu pai Antonio Lamarca era sapateiro, e sua mãe Gertrudes dona de casa. Lamarca tinha seis irmãos. Desde criança era um homem decidido e sempre teve liderança nas brincadeiras com os outros garotos. Cursou o primário na Escola Canada e o ginasial no Instituto Arcoverde, ele foi o único dos filhos a chegar a Ter curso superior.
Em 1947, Carlos Lamarca ingressa na Escola Preparatória de Cadetes em Porto Alegre, e se mostra um cadete muito aplicado
Em 1957, foi transferido para Resende, para Academia Militar de Agulhas Negras, na Academia Lamarca lê o jornal a Voz Operaria do PCB ( esse jornal era colocado debaixo dos travesseiros dos cadetes escondido), e começa a se simpatizar com as idéias comunistas.
Em 1958, Lamarca fica noivo de Maria Pavan, uma amiga desde a infância.
Em 1959 ainda aspirante e contra o regulamento, casa-se secretamente com Maria, que já esperava o primeiro filho. Lamarca e Maria vão morar no campo do Santana no Rio de Janeiro, no dia 5 de maio de 1960 nasce César Lamarca ainda em 1960 Lamarca é declarado oficialmente aspirante, e vai servir em São Paulo, no 4 Regimento de infantaria em Quitaúna, Osasco. (mais…)
Em Santa Inês (MA), fazendeiro mantinha pequeno zoológico com bichos bem tratados, e criação de gado com 12 empregados em situação análoga à de escravo; processo trabalhista pode chegar a R$3 milhões
Por Guilherme Zocchio*
Vitória é uma zebra rara: vive entre pessoas e tem acesso livre à casa do seu dono, o fazendeiro Francisco Gil Alencar. Ele é proprietário de um mini-zoológico em Santa Inês (MA) cujo nome lhe presta uma homenagem: o “Gilrassic Park”. Além de Vitória, o parque conta com 900 outros bichos de 100 espécies diferentes, principalmente aves e animais silvestres, que recebem acompanhamento especializado de um zootecnista. (mais…)
De acuerdo a estudios científicos, el Parque Yasuní ubicado en la Región amazónica ecuatoriana, en las provincias de Orellana y Pastaza, es la región de mayor diversidad biológica del mundo. También es territorio Huaoroni. En la actualidad muchas personas de este pueblo han perdido su tradición de cazadores — recolectores y, de ser independientes, han pasado a ser dependientes de las empresas petroleras.
Les han hecho dependientes de la alimentación y medicina que ellos les proveen, produciendo profundos cambios en sus hábitos alimenticios. La incursión de trabajadores petroleros en el territorio Huaorani ha significado además la introducción de enfermedades graves como la Hepatitis B, desnutrición e impactos culturales.Tres clanes denominados Tagaeri, Taromenane y Oñamenane decidieron evitar todo contacto con el mundo exterior y han mantenido su forma de vida gracias a que mantienen territorios poco intervenidos. (mais…)
A proximidade das eleições tem trazido muitas discussões sobre que modelo de cidade queremos. Num contexto ideal, a campanha eleitoral dispõe ao eleitor visões diferenciadas de gestão, projetos para as várias áreas da administração pública e formas de condução política. Assim, cabe ao cidadão escolher, no leque que é aberto à sua frente, que tipo de sociedade ele deseja. Por essa perspectiva, desde que dadas as condições de plena transparência e de possibilidade de divulgação das diferentes propostas, a escolha se torna racional e objetiva, mesmo marcada por perspectivas ideológicas ou paixões políticas.
Dando sequência a essa lógica, uma boa campanha seria feita de apresentação competente de projetos, que permitissem ao eleitor comparar, julgar e optar pelo que mais se aproximasse de seu desejo e de seu cálculo de efetivação. Assim, os candidatos ou partidos mostrariam o que querem para a saúde, educação, trânsito, segurança etc.; apresentariam de que forma gerenciariam a máquina; como pretendem se relacionar com os outros poderes; e de que maneira sustentariam seus projetos. Tudo muito certinho. E falso. Eleição é um momento em que o cálculo racional se torna refém do comércio. Rompe-se a relação entre propostas e discurso: o campo não é do convencimento, mas da retórica; não da verdade, mas da propaganda.
Por isso, talvez em alguns momentos seja mais significativo balizar a disputa eleitoral por elementos simbólicos que propriamente objetivos. Sem deixar de lado as necessárias discussões acerca de projetos setoriais, de formas de gerenciamento, de diálogo com as instâncias de controle social – que tipo de sociedade queremos, como desejamos que ela se realize e quão democrática ela é –, podemos incorporar dimensões como a abertura, o sentimento de urbanidade e o respeito pelo outro. Além de competente e democrática, uma cidade precisa ser feliz. A leitura desse propósito não é difícil, já que se traduz em elementos que habitam nosso dia a dia. (mais…)
Às vésperas do 20º aniversário da ação que terminou com a morte de 111 presos na Casa de Detenção de São Paulo, no episódio que ficou conhecido como massacre do Carandiru, o padre Valdir Silveira, coordenador nacional da Pastoral Carcerária, afirmou que a “lei penal é mais violenta do que o crime” e que a “população que morre atrás dos muros (dos presídios) não chama a atenção”.
Silveira participou na manhã desta sexta-feira de um debate sobre a situação carcerária e sobre a atual política de encarceramento. O debate foi organizado pela Rede 2 de Outubro – criada em memória às vítimas -, que ao final divulgou um manifesto pelo “fim dos massacres”.
De acordo com Silveira, as políticas usadas para o encarceramento em massa estão contra o que o Estado anuncia que é a “segurança da população”.
“O que se vê é uma situação em que uma massa jovem está encarcerada. Em muitos casos, a lei penal é mais violenta do que o crime. Em alguns presídios femininos, há centenas de mulheres que cumprem pena por venda de drogas. Há outras soluções para casos como esses, mas é mais fácil prender”, diz. (mais…)
Entre os dias 24 a 27 de setembro de 2012 o Cimi regional Norte II (Pará/Amapá) realizou sua 33ª assembleia, com o lema Celebrando a vida e a luta dos povos indígenas na Amazônia.
Avaliamos nossa caminhada junto aos povos indígenas nos últimos 40 anos, analisamos a conjuntura indigenista atual no país, refletimos sobre nossas motivações e convicções e apontamos as perspectivas da atuação do Cimi regional. Fazendo memória da caminhada, a partir dos relatos dos missionários e dos indígenas convidados constatamos que, apesar das grandes dificuldades e desafios, os povos indígenas conquistaram, neste período, com o apoio do Cimi e outros aliados, muitos avanços na consolidação de seus direitos e de reconhecimento junto a sociedade.
Lançando um olhar sobre a realidade indígena e Amazônica verificamos um cenário sombrio capaz, não só de retroceder em relação as importantes conquistas indígenas das últimas décadas, mas de comprometer toda a vida na região.
O interior da Amazônia está sendo intencionalmente esvaziado para satisfazer poderosos interesses econômicos externos. Ribeirinhos, indígenas, comunidades tradicionais e pequenos agricultores, que historicamente protegeram a região estão sendo obrigadas a migrar para as cidades devido a ausência ou a precarização das políticas públicas, tanto estaduais quanto federais, de promoção do bem estar das comunidades do avanço do agronegócio e pelos impactos de mega projetos de infraestrutura. (mais…)
O trem de Carajás é o maior do mundo. Todos os dias ele faz 24 viagens de ida e volta entre a mina de Carajás, no coração do Pará, e o porto da Ponta da Madeira, no litoral do Maranhão. Percorre quase 900 quilômetros em cada viagem, com duração de 18 horas. Sua passagem por qualquer ponto demora quatro minutos. Ele tem quatro quilômetros de comprimento.
Cada trem, com 300 vagões de 80 toneladas, arrasta 24 mil toneladas. Ao final de um dia transporta 576 mil toneladas do melhor minério de ferro do mundo, com pureza de mais de 65% de hematita, sem igual na crosta terrestre. É o equivalente à carga de 17 mil caminhões pesados
Essa carga diária vale quase 60 milhões de dólares quando chega ao seu destino. Dos 100 milhões de toneladas que Carajás produziu (exportando quase tudo) no ano passado, 80% tomaram a direção da Ásia: 60% para a China e 20% para o Japão.
O minério de ferro se tornou o principal item da pauta de exportação recorde do Brasil. Só Carajás permitiu o ingresso de quase US$ 9 bilhões líquidos no caixa do Banco Central no ano passado (e há ainda outros minérios cada vez mais importantes em Carajás: níquel, cobre e manganês). (mais…)