Carlos Lamarca – A bravura de antigos heróis brasileiros

Capitão Carlos Lamarca

Por Redação, com ACSs – do Rio de Janeiro

Carlos Lamarca nasceu no dia 27 de outubro de 1937, no bairro do Estácio, zona norte, do Rio de Janeiro. Seu pai Antonio Lamarca era sapateiro, e sua mãe Gertrudes dona de casa. Lamarca tinha seis irmãos. Desde criança era um homem decidido e sempre teve liderança nas brincadeiras com os outros garotos. Cursou o primário na Escola Canada e o ginasial no Instituto Arcoverde, ele foi o único dos filhos a chegar a Ter curso superior.

Em 1947, Carlos Lamarca ingressa na Escola Preparatória de Cadetes em Porto Alegre, e se mostra um cadete muito aplicado

Em 1957, foi transferido para Resende, para Academia Militar de Agulhas Negras, na Academia Lamarca lê o jornal a Voz Operaria do PCB ( esse jornal era colocado debaixo dos travesseiros dos cadetes escondido), e começa a se simpatizar com as idéias comunistas.

Em 1958, Lamarca fica noivo de Maria Pavan, uma amiga desde a infância.

Em 1959 ainda aspirante e contra o regulamento, casa-se secretamente com Maria, que já esperava o primeiro filho. Lamarca e Maria vão morar no campo do Santana no Rio de Janeiro, no dia 5 de maio de 1960 nasce César Lamarca ainda em 1960 Lamarca é declarado oficialmente aspirante, e vai servir em São Paulo, no 4 Regimento de infantaria em Quitaúna, Osasco.

Em 1962 vai servir como segundo tenente nas forças da ONU, na ocupação do canal de Suez, no Oriente Médio, no Suez Lamarca começa a tomar consciência da pobreza do povo Árabe , e compara a situação do povo Árabe com a situação do povo brasileiro. Nessa época Maria Pavan já estava grávida novamente, a criança nasce em outubro de 1962 e se chama Claudia.

Em 1963, volta ao brasil, nesse momento as idéias comunistas vão ganhando mais força em Lamarca através da leitura de clássicos marxistas. Lamarca serve até 1965 na 6 companhia da policia do Exército, em Porto Alegre.

Lamarca considerava Leonel Brizola um autentico líder popular, admirou a sua tentativa de resistência no Rio Grande do Sul e deplorou a atitude de Jango considerando-a covarde. Lamarca jamais concordara com o golpe militar, e não suportava ser guardião de presos políticos, numa noite de sábado promoveu a fuga do Capitão da Aeronáutica Alfredo Ribeiro Dandt que era acusado de atividades subversivas, esse fato ocorreu em dezembro de 1964. Após a fuga foi aberto um inquérito para apurar os responsáveis , mas o inquérito não deu em nada. Após esse acontecimento Lamarca pede transferencia para o 4 regimento de Infantaria em Quitaúna.

Em Quitáuna Lamarca reencontra velhos amigos: o cabo José Mariane, o sargento Darcy Rodrigues, todos eles de oposição dentro do Exército. Em Quitaúna Lamarca organiza um clube, um local para que os militares de oposição pudessem discutir política dentro do Quartel. Mariane, Darcy e Lamarca estavam convencidos da necessidade de estruturar o foco guerrilheiro numa área rural. Lamarca se une ao grupo de revolucionários do 4 Regimento, e logo a rede política se expande e chega até outras corporações. Apesar da atividade política Lamarca segue a risca suas obrigações no exército, tornando se um oficial exemplar e se mostrando um excelente atirador. Perante aos soldados Lamarca era severo mas amigo, sempre procurando ajudar os soldados, e chegando até a emprestar dinheiro, mas perante aos outros oficias era o inverso.

Em 25 de agosto de 1967, Carlos Lamarca é promovido a Capitão, nesse ano ele retoma os estudos sobre marxismo, o trabalho político que desenvolve com os outros militares “revolucionários” vai prosperando, e a sua idéia de guerrilha se consolida em seus planos. Em 1967 Lamarca sente muito a morte de Che Guevara e diz “perdemos um dos maiores lideres internacionalistas mas a visa é assim ou se morre ou se vence. Che Guevara morreu, mas deixa sua semente, raízes que não morrerão”.

Em 1968 Lamarca procura uma organização que tivesse em seus planos deflagrar guerrilha e levar o povo ao poder. Entra em contato com a VPR (Vanguarda Popular Revolucionária), com Carlos Marighela ex- dirigente do PCB e principal comandante da ALN (Aliança de Libertação Nacional), e encontra-se também com a direção do PC do B.

Lamarca e o sargento Darcy ingressam na VPR em dezembro de 1968, Lamarca foi convencido pelos dirigentes da VPR que após roubar as armas do quartel a VPR teria um local para iniciar a guerrilha rural. O sargento Darcy desviava do quartel munição e granadas, já que ele falsificava documentos sobre o gasto de munição nos treinamentos. Três dias antes de Lamarca roubar as armas do quartel, militantes da VPR são presos, e pôr saberem os nomes de Lamarca, Darcy e Mariane os três resolveram tirar as armas do quartel imediatamente. Então no dia 24 de janeiro de 1969 Lamarca entra com sua Kombi no quartel de Quitaúna e retira 63 fuzis FAL, três metralhadoras INA e munição, em certo momento dois sargentos perguntam a Lamarca para que que as armas estavam sendo retiradas, e ele responde que é para um treinamento de tiro, messe momento Lamarca passa a viver na clandestinidade. Na verdade a VPR ainda não tinha condição de fazer a guerrilha, como havia dito.

Maria Pavan e os dois filhos saem do Brasil pôr segurança e vão morar em Cuba até 1969.

Após o roubo ao quartel Lamarca passa a viver em “aparelhos em São Paulo. Três meses após o roubo ao quartel Lamarca participa de sua primeira ação armada, essa ação ocorreu no dia 9 de maio de 1968, a VPR assaltou dois bancos o Mercantil e o Itáu ao mesmo tempo, durante o assalto Lamarca vê o guarda civil Orlando Pinto Saraiva apontar a arma em direção a Darcy, Lamarca então dispara e acerta a nuca do guarda. Mesmo participando da luta armada Lamarca desejava a guerra de guerrilhas no campo. A rotina de Lamarca se mantia, ele era obrigado a passar o dia todo escondido em apartamentos da VPR, com isso ele ocupa seu tempo estudando marxismo lendo sobre Trotsky, Lenin, Mao, Che Guevara, já que ele nesse momento ainda não possuía grandes conhecimentos teóricos. Lamarca enfrenta outro problema; além de não existir a área de guerrilha a, VPR a partir de janeiro de 1969 estava passando por um momento difícil após a prisão de vários militantes. Devido a crise a VPR convoca um congresso para se discutir as próximas ações, nesse congresso Lamarca é nomeado dirigente, ele aceita esse cargo a contra gosto, pois perseguia somente o papel de líder da guerrilha rural e não de uma organização tipicamente urbana onde seria obrigado a dar respostas a problemas não militares.

Já como dirigente Lamarca conhece Iara em abril de 1969, Iara era uma militante que passara por algumas organizações, e que no inicio de 1969 tinha a função de manter contato ente a VPR e a Colina Em junho de 1969 a VPR se une a Colina e forma VAR- Palmares, as duas tinham divergências mais possuíam um ponto em comum, a luta armada através da guerrilha. para uma futura união das duas organizações.

Lamarca e Iara se apaixonam, mas Lamarca tenta lutar contra esse sentimento, já que não seria justo com Maria que estava fora do país. Lamarca reluta em ficar com Iara, mas no meio de 1969 ele assume seu relacionamento com Iara e passam a viver juntos sempre que possível.

Após o assalto ao banco Lamarca comanda uma operação na casa da amante de Adhemar de Barros, um político completamente corrupto. Então no dia 18 de julho de 1969 Lamarca e seus companheiros roubam o cofre da casa, e quando o abrem vêem uma montanha de dinheiro, um total de 2 milhões e 500 mil dólares. Os militantes tiveram que trocar os dólares também no mercado negro, já que as casas de cambio freqüentemente eram vigiadas, cada militante recebeu 800 dólares para despesas, uma parte foi utilizada para preparar novas ações, uma fortuna foi gasta para manter os militantes na clandestinidade e 600 mil dólares caíram nas mãos da repressão.

Entre Julho e Agosto de 1969 se realiza o congresso da VAR-Palmares, desse congresso Lamarca , Iara e outros companheiros saem da VAR por causa de entre outros motivos a relutância da VAR em se dirigir ao campo para guerra de guerrilhas. Com isso Lamarca refunda a VPR absorvendo vários dissidentes da VAR, a nova VPR é fundada oficialmente no final de 1969.

A nova VPR compra um sítio no vale do Ribeira que seria usado para treinar os militantes para guerrilha, em janeiro de 1970 já havia chegado todos os militantes que receberiam treinamento inclusive Iara. Mas um sério distúrbio ginecológico hormonal fez com que Iara fosse obrigada a abandonar o campo de treinamento. Após o treinamento, o plano seria enviar alguns militantes para duas regiões do nordeste para desencadear a guerra de guerrilhas, mas a prisão de Mário Japa dirigente da VPR que conhecia a localização do sítio de treinamento, fez com que se desmobiliza-se parcialmente o campo de treinamento, já que Mário estando preso e sofrendo torturas poderia entregar o campo. Preocupados com a vida de Mário Japa a VPR decide seqüestrar o cônsul do Japão. Com o seqüestro, Mário e outros companheiros são soltos, mas a repressão continua a prender vários militantes, dois desses militantes delatam a área de treinamento. Lamarca ao saber da delatação inicia a evacuação da área , oito companheiros saem do campo de treinamento, nove permanecem, eram eles: Lamarca, os ex-sargentos Darcy Rodrigues e José Araujo Nóbrega, Gilberto Faria Lima, Ioshitante Fujimoto, Edmauro Gopfert, Diogenes Sabrosa, o ex-soldado Ariston Lucena e José Lavenchia. Os guerrilheiros estavam escondidos em áreas perto do campo principal. Lá pelo dia 22 de Abril já havia 1500 homens a procura dos guerrilheiros, havia vários helicópteros, aviões com pára-quedistas. José Lavenchia e Darcy Rodigues são presos pelo exército no dia 27 de Abril, os outros guerrilheiros continuavam a fugir, Lamarca e seu pequeno grupo se mostrara extremamente eficiente contra o exército. José Araujo Nobrega e Edmauro também são presos pelo exército.

No dia 8 de Maio, Lamarca num confronto consegue render um tenente, dois sargentos, dois cabos e doze soldados, e lê os termos de rendição para o tenente, 1- os guerrilheiros não fuzilariam ninguém, 2- os feridos seriam atendidos, facilitando o transporte dos mesmos, 3- os guerrilheiros apenas trocariam algumas armas sem expropriar nenhuma, 4-reabasteceriam de munição as armas, 5- O tenente levantaria o bloqueio do exército em Sete Barras (cidade próxima).

O tenente concordou com os termos só que não ordenou o levantamento do bloqueio, fazendo com que Lamarca e seu grupo caíssem numa emboscada. Os guerrilheiros conseguem fugir da emboscada e decidem executar o tenente, afinal, ele não havia comprido o acordo e não havia condição de prosseguir com ele naquela situação de cerco. O tenente deveria ser fuzilado mas para não fazer barulho o executam com uma coronhada de fuzil no dia 10 de maio.

Lamarca e seu pequeno grupo continuavam a fugir, começaram a fazer contato com os camponeses da região para obter comida e se impressionaram como eram bem recebidos na maioria das vezes, alguns camponeses que ajudaram o grupo de Lamarca foram mortos e torturados pelo exército. Lamarca decide que o companheiro Gilberto Faria Lima que não estava identificado pêlos órgãos de repressão deveria sair da região para buscar ajuda em São Paulo. No dia 30 de Maio Gilberto pega um ônibus para a Capital sem problemas.

No dia 31 de Maio Lamarca e seu grupo montam uma emboscada e conseguem capturar um veiculo do exército , fazem 5 prisioneiros, sendo um sargento e quatro soldados, os guerrilheiros vestem os uniformes dos prisioneiros e conseguem passar pelo bloqueio do exército sem problemas, e seguem para São Paulo, ao chegarem a São Paulo abandonam o caminhão e deixam os prisioneiros amarrados na caçamba.

Lamarca e seu grupo conseguem incrivelmente escapar do Vale da Ribeira, mesmo sendo perseguidos pôr milhares de soldados, sendo bombardeados pôr aviões. Essa vitória prova que um pequeno grupo se movimentando rapidamente, com tática de guerrilha é extremamente eficiente.

Após a fuga no Vale do Ribeira, Lamarca encontra sua organização em crise devido a prisão de vários militantes.

No início de junho de 1970 o Conselho Permanente de Justiça da 2° Auditoria Militar de São Paulo condena Lamarca a revelia a 24 anos de prisão pelo roubo de armas do Quartel de Quitauna, condena o ex-cabo Mariane a 12 anos e o ex-sargento Darcy Rodrigues a 16 anos.

Devido a situação difícil que passava a VPR, ela decide junto com a ALN realizar mais um seqüestro . O seqüestro foi realizado no Rio de Janeiro. Alguns militantes cercaram o carro do embaixador da Alemanha Ocidental e o seqüestraram. No dia 12 de junho, o dia após o seqüestro o presidente Médici e os ministros da justiça militar e das relações exteriores decidem aceitar parte das exigências dos seqüestradores , Os militares permitem que seja publicado na imprensa um manifesto dos militantes de nome “Ao povo brasileiro”. No dia 13 de junho o governo concorda com em libertar presos políticos, e dois dias depois um avião levanta vôo levando 40 presos políticos para a Argélia, entre os presos libertados estão: José Lavenchia, Darcy Rodrigues, José Araújo Nobrega e Edmauro Gopfert.

Em Setembro de 1970 Lamarca vai para um aparelho no interior do estado do Rio, Lamarca ainda acreditava na guerrilha, mas estava muito preocupado com o crescente numero de companheiros presos e torturados, também percebia que grande parte do povo não estava preocupado com os presos políticos e com as torturas que eles sofriam, o trabalhador explorado continuava submisso e calado.

No dia 7 de Dezembro de 1970, Lamarca comanda o seqüestro do embaixador suíço Giovanni Enrico Bucher, no bairro de Laranjeiras no Rio de Janeiro, no momento do seqüestro o agente de segurança Hélio Araújo de Carvalho é ferido e morre no hospital, o motorista é dominado e os militantes levam o embaixador para o cativeiro. A VPR faz as seguintes exigências para libertar o embaixador: O governo deveria soltar 70 presos políticos, divulgar textos de propaganda e distribuir gratuitamente passagens nos trens do subúrbio até o final das negociações. Mas dessa vez o presidente Medici endureceu e só concordou em libertar os presos políticos, a VPR manda várias listas com os nomes dos presos que deveriam ser soltos mas o governo não concorda em libertar alguns presos citados. A nova estratégia do governo surpreende a VPR que só tinha duas opções: aceitar as condições do governo ou matar o embaixador. A maioria decide matar o embaixador, mas Lamarca é contra porque matar o embaixador iria repercutir mal junto ao povo e afinal se deixaria de libertar 70 companheiros que estavam sofrendo todo o tipo de tortura nos porões da ditadura. Então Lamarca como comandante da operação diz: “Sou o comandante da ação, decido eu. Não vamos matar Bucher.”

Após se chegar a um acordo a cerca dos presos que seriam libertados, 70 presos políticos partem no dia 16 de janeiro rumo ao Chile de Allende.

Após o fim do seqüestro Lamarca e Iara passam uns dias morando juntos, a decisão de Lamarca de não matar o embaixador é o estopim para uma série de discussões dentro da VPR. A VPR queria que Lamarca saísse do país já que ele era o homem mais procurado, mas Lamarca não aceita e permanece no Brasil.

No dia 22 de março de 1971 Lamarca rompe com a VPR e entra para o MR-8, Lamarca gostava de todos da VPR mas politicamente considera a VPR muito vanguardista, negava qualquer espaço para o povo e não via como mudar essa situação por isso entra para o MR-8, Iara o acompanha. No MR-8 Lamarca via novamente a possibilidade de ir para o campo, implantar o foco guerrilheiro e levar o povo ao poder, o MR-8 reservava ao povo um papel no processo revolucionário, isso foi um dos motivos da aproximação de Lamarca.

De repente o MR-8 começa a ruir, no dia 14 de maio Stuart Edgard Angel de 27 anos, membro da direção do MR-8 é preso e levado para a base aérea do Galeão, lá é torturado de todas as formas para dizer a localização de Lamarca, apesar das torturas Stuart não o entrega. Stuart morre após ser amarrado na traseira de um jipe da Aeronáutica e ser arrastado de um lado para o outro com a boca no cano de descarga do jipe, Stuart morre asfixiado e intoxicado pelo monóxido de carbono. Os oficiais que participaram do assassinato de Stuart eram o Brigadeiro Burnier, Carlos Afonso Dellamara comandante do CISA, os tenente-coronel Abílio Alcantra e Muniz, o capitão Lúcio Barroso e o major Pena, todos do CISA., Alfredo Poeck capitão do Cenimar e pelo agente do Dops Jair Gonçalves da Mota.

Neste momento o MR-8 estava cercado no Rio de Janeiro e Lamarca e Iara estavam correndo perigo, então os dois partem em direção a Bahia ( Iara consegue vencer a resistência da Organização em deixa-la ir junto com Lamarca já que não se sabia como absorve-la no trabalho no campo. Lamarca e Iara chegam a Bahia mas não ficam juntos, Lamarca se dirige a Buriti Cristalino e Iara a Salvador.

No dia 29 de junho de 1971 Lamarca chega a área de campo em Buriti Cristalino, e fica escondido no meio do mato, somente recebendo visitas de companheiros do MR-8 que levavam sua comida, esses companheiros já estavam na região fazendo um trabalho de conscientização e educação com os camponeses. No dia 30 de julho Lamarca e seus companheiros discutem sobre a região e sobre as perspectivas de atuação, e percebem que seria um erro fazer a guerrilha ali, era necessário que a região tivesse alguma importância econômica para que a ação pudesse abalar o governo, e todo aquele agreste não tinha nenhuma importância para o país. Então ficou decidido que ali só se faria um trabalho de conscientização, recrutamento e formação de militantes de origem camponesa para mais tarde serem deslocados para uma região mais favorável a guerrilha..

No dia 6 de Agosto o militante Zé Carlos do MR-8 é preso em Salvador e fica a duvida se ele entregaria o local onde estava Lamarca e Iara, Zé Carlos é torturado mas não fala tudo de uma vez, fala sobre onde estava Iara porque achava que ela já tinha ido para Feira de Santana mas estava enganado, no dia 20 de agosto de 1971 os militares envadem o prédio onde estava Iara, prendem o companheiro Jaileno e outras pessoas, Iara parecia estar salva mas um menimo a vê com duas armas e avisa aos militares, Iara fica presa num quarto porque o menino que a viu bateu a porta e a porta só abria por fora, acuada, sem chances de escapar se suicida com um tiro no meio do peito.

Com a morte de Iara os militares tem certeza que Zé Carlos sabia onde estava Lamarca, e ainda possuíam o diário de Lamarca que falava da região onde estava. Em cima das informações de Zé Carlos e com o diário da Lamarca nas mãos, os agentes vão mapeando a região.

Lamarca e os militantes ficam sabendo que Zé Carlos estava preso, e mesmo sabendo dos riscos em permanecer em Buriti Cristalino resolvem ficar porque não podiam abandonar todo o trabalho que estava sendo feito com o povo da região, por precaução montam vários táticas de fuga caso fosse necessario.

No dia 28de Agosto os militares e policiais chegam a Buriti Cristalino, Olderico, militante do MR-8, percebe que tudo havia sido descoberto e quando os militares ordenam que todos saiam das casas ele começa a atirar para que Zequinha e Lamarca que estavam no acampamento ouvissem os tiros e fugissem, a atitude corajosa de Olderico deu certo ao ouvirem os tiros no vilarejo Lamarca e Zequinha fugiram pela Caatinga. Olderico é baleado. Buriti Cristalino foi palco do terror com a presença dos militares e policiais na região, vários camponeses foram torturados e espancados a troco de nada, animais dos camponeses foram fuzilados só por diversão, o militante Otoniel foi morto. Os militares continuavam a perseguição a Lamarca, este estava muito doente o que dificultava sua locomoção, o próprio Lamarca dizia para Zequinha o largar e fugir mas Zequinha respondia que “Quem é amigo na vida é amigo na morte!”.

No dia 17 de Setembro Zequinha e Lamarca estão descansando embaixo de uma arvore, já haviam percorrido mais de 300km em fuga, quando Zequinha percebe que estão cercados, ele então grita para Lamarca ” Capitão os homens estão ai”, Lamarca não tem tempo nem para atirar, é fuzilado pelo Major Cerqueira, Zéquinha corre ainda alguns metros mais também é morto, antes de cair Zequinha grita: “Abaixo a ditadura!”. O corpo de Lamarca e Zequinha são levados para Brótas de Macaúbas onde são jogados num campo de futebol para todo mundo ver. Os Agentes se divertiam dando chutes nos cadaveres, rindo e dando gargalhadas de felicidade.

Enviada por José Carlos para Combate ao Racismo Ambiental.

http://correiodobrasil.com.br/carlos-lamarca-a-bravura-de-antigos-herois-brasileiros/520972/#.UGcBFE3A_ed

Comments (2)

  1. Só um imbecil, esse tal Maurício, que deve ser o próprio Ustra, para se armar do livro de um Militar da Ditadura e argumentar tanta besteira.

    Lamarca, um Herói Brasileiro, lutou contra esses terroristas militares que assassinaram tantos brasileiros heróicos. O período dos ditadores no Brasil só não pode ser removido da história por causa desses heróis, que não podem ser esquecidos. O restolho do período não é sequer lembrado, famigerados como Costa e Silva, Garrafazul de Merda, Jão Cavalim Figueiredo, etc. Que queimem no inferno onde estão e pra onde vai o Ustra.

  2. Eu cagaria nos cadáveres destes bostas! Se tiverem o endereço, repassem-me, que vou mijar nos túmulos! Vocês são um bando de flasários, distorcedores da Verdade e defensores de torturadores, assaltantes, bandoleiros, traidores e comiunistas sujos! O Tenente Mendes e outros mandam lembranças!
    9/05 – Massacre do tenente Alberto Mendes Júnior
    Massacre do tenente Alberto Mendes Júnior – (10/05/1970)
    O objetivo de toda organização terrorista era levar a guerrilha para a área rural e depois, já com o “Exército de Libertação Popular” formado e treinado, atacar e conquistar as cidades. A Vanguarda Popular Revolucionária (VPR) planejava criar focos guerrilheiros em determinadas áreas táticas. Porém, antes disso era necessário doutrinar, instruir, orientar e preparar militantes para ocupar tais áreas. A organização passou a procurar áreas que facilitassem a segurança das instalações a serem construídas e as já existentes, e que permitissem instruir adequadamente o seu pessoal.

    Texto completo
    Em meados de 1969, a VPR adquiriu o Sítio Palmital, com 40 alqueires, na altura do Km 254 da BR-116, São Paulo-Curitiba. Esse terreno foi comprado dos sócios Manoel de Lima (ex-prefeito de Jacupiranga) e Flozino Pinheiro de Souza, simpatizantes dessa organização terrorista. Quem assinou a escritura foi Celso Lungaretti, usando o nome falso de “Lauro Pessoa”.

    Em 15/11/69, Lamarca foi levado por Joaquim dos Santos e José Raimundo Costa para o Sítio Palmital. Lamarca seria o comandante dessa área de treinamento, que ele denominou Núcleo Carlos Marighella. Quando chegou ao sítio, já o esperavam Celso Lungaretti, Yoshitame Fujimore, Massafumi Yoshinaga e JoséLavechia. Reunidos, concluíram que o Sítio Palmital era pequeno e vulnerável por estar localizado nas proximidades da BR-116.

    Compraram outro sítio, o dobro do primeiro, com 80 alqueires, um pouco mais ao norte e a 4 km da BR-116, pertencente ao mesmo Manoel de Lima.

    Antes do Natal de 1969, a área já estava pronta, inclusive com o material bélico a ser utilizado nas aulas: 4 FAL, 6 fuzis 1908, espingardas calibre 12, 8 Winchester, 18 revólveres .38 e pistolas .45.

    Em 07/01/70 chegaram os alunos, e Lamarca escolheu duas bases onde foram alojados:

    – Base Carlos Roberto Zanirato: – Darcy Rodrigues (comandante); Gilberto Faria Lima; José Lavechia; Mário Bejar Revollo (boliviano); Valneri Neves Antunes; Delci Fensterseifer; Antenor Machado dos Santos; Herbert Eustáquio de Carvalho; Iara Iavelberg (companheira de Carlos Lamarca).

    – Base Eremias Delizoikov: – Yoshitame Fujimore (comandante); Diógenes Sobrosa de Souza; Ariston de Oliveira Lucena; José Araújo Nóbrega; Edmauro Gopfert; Ubiratan de Souza; Roberto Menkes; Carmem Monteiro dos Santos Jacomini (companheira de Roberto Menkes).

    Em 16/04/70, Celso Lungaretti, que havia adquirido a área de treinamento em nome da VPR, foi preso no Rio de Janeiro e, nesse mesmo dia, “entregou” a existência dos dois sítios.

    No dia seguinte, 17/04/70, o Centro de Informações do Exército (CIE) transmitiu ao Comando do II Exército (São Paulo) a existência da área de treinamento. Nesse mesmo dia, equipes do 2º Batalhão de Polícia do Exército (2º BPE) foram enviadas para a área e prenderam, em Jacupiranga, Flozino Pinheiro de Souza, um dos donos do sítio.

    Como o Vale da Ribeira estava na área de responsabilidade do então II Exército (São Paulo), coube a ele a condução das operações para neutralizar a região de treinamento.

    Dos 17 militantes que estavam inicialmente na área, oito conseguiram sair no dia 20 de abril. No dia 27 de abril foram presos Darcy Rodrigues e José Lavechia. Agora, eram sete os fugitivos.

    Dentre os vários acontecimentos que ocorreram durante as operações, é importante ressaltar o seguinte:

    No dia 8 de maio, aproximadamente às 10h30, os sete foram até uma venda e, identificando-se como caçadores, alugaram um veículo F-350, para que seu proprietário os levasse até a localidade de Eldorado. Porém, enquanto eles almoçavam, o proprietário do veiculo enviou dois moradores, a cavalo, para avisar ao Exército que sete homens, que passariam numa caminhonete F-350, eram os terroristas procurados. Como os mensageiros não encontraram nenhuma tropa no caminho, foram ao Destacamento Policial de Eldorado e avisaram aos policiais.

    O sargento comandante do Destacamento determinou que os seus seis soldados, armados com revólver .38, estabelecessem uma barreira e, após instruir os soldados, foi a Jacupiranga avisar ao Exército.

    Às 19 horas, o grupo dos sete, todos com armas pesadas, ao verem a barreira em Eldorado reagiram. Alguns PMs foram feridos e os restantes se ocultaram no mato. A gangue de Lamarca, refeita do susto, prosseguiu, na F-350, rumo à Sete Barras.

    Às 19h30, o posto do Exército em Jacupiranga tomou ciência do tiroteio ocorrido em Eldorado e mandou em direção aos terroristas um pelotão do 6º RI. Enquanto isso ocorria, 20 homens da PMESP, chefiados pelo tenente Alberto Mendes Júnior, seguiram de Registro para Sete Barras. Ao saber do choque em Eldorado, o tenente Mendes seguiu para essa localidade, com uma C-14 e um caminhão com o toldo abaixado.

    Logo após ultrapassar o Rio Etá, às 21 horas do dia 8 de maio, sofreram uma emboscada, preparada pelo pessoal do Lamarca. O tiroteio foi violento. O grupo dos sete levava a vantagem da surpresa, além de estar bem abrigado no acostamento e da superioridade do seu armamento, os modernos FAL.

    Os 20 policiais militares do tenente Mendes, ao contrário, levavam a desvantagem de terem sido atacados de inopino, em pleno deslocamento nas viaturas, além da inferioridade de suas armas, ou seja, os revólveres .38 e os velhos fuzis modelo 1908.

    Em plena escuridão, ouviram-se os gemidos de dor dos policiais feridos. O tiroteio continuava. A desvantagem era gritante e um morticínio estava para ocorrer. Nessa ocasião, o tenente Mendes ouviu um terrorista gritar para que ele se rendesse. Para salvar a vida de seus subordinados, que naquele local ermo se esvaíam em sangue, alguns em estado grave, o tenente aceitou a proposta de Lamarca. Deixaria sob a mira dos terroristas os soldados que não haviam sido atingidos, enquanto ele seguiria com seus feridos até Sete Barras, para receberem assistência médica e depois voltaria.

    Feito o acordo, o tenente partiu e deixou os seus feridos em Sete Barras. Voltou sozinho para tentar libertar seus soldados. Lamarca tinha a opção de fuzilar o tenente e os demais prisioneiros, para prosseguir com sua fuga. Opção perigosa, pois os tiros poderiam ser ouvidos e o grupo localizado. Nessa situação, prisioneiros só o atrapalhariam.

    O tenente propôs a Lamarca que libertasse seus subordinados. No lugar deles, apresentava-se como refém.

    Lamarca , sem outra opção, concordou e os soldados foram libertados. O tenente foi obrigado a seguir com eles na direção de Sete Barras. Embarcaram na F-350 que atolou ao passar sobre o Rio Etá. Abandonaram a viatura e partiram a pé, em duas colunas, uma de cada lado da estrada. Já era quase meia-noite quando, na entrada de Sete Barras, ouviram vozes. Era uma barreira montada pelo Exército. Abandonaram a estrada e se embrenharam na mata. Isso nem bem tinha acontecido quando surgiu um veículo civil, no sentido de Eldorado-Sete Barras, que se chocou com a barreira. Iniciou-se outro tiroteio que acabou com quatro feridos. Era o pelotão do 6º RI que havia sido mandado de Jacupiranga à procura dos fugitivos. Foi o típico “fogo amigo”,que a escuridão ajudou a acontecer.

    Tribunal Revolucionário executa o tenente Mendes

    Nesse contexto, Edmauro e Nóbrega se perderam e se afastaram definitivamente do grupo de Lamarca. Edmauro foi preso no dia 10 de maio e Nóbrega no dia 11. Naquele momento, o grupo passara a ser o grupo dos cinco. Lamarca ficou indignado com o tenente Mendes, porque este não o avisou da barreira na entrada de Sete Barras, culpando-o pelo desaparecimento de Edmauro e de Nóbrega. Continuaram a andar pela mata. O tenente os atrasava na marcha, pois tinha de ser constantemente vigiado. Além disso, era mais um para comer. Depois do entrevero em Sete Barras, já haviam andado um dia e meio. No início da tarde do dia 10 de maio de 1970, pararam para descanso. Ariston e Gilberto ficaram tomando conta do prisioneiro. Lamarca, Fujimore e Sobrosa afastaram-se e formaram o “Tribunal Revolucionário”. Decidiram que o tenente seria “justiçado”.

    Dada a sentença, os três retornaram. Acercando-se por trás do oficial,Yoshitame Fujimore desfechou-lhe violentos golpes na cabeça, com a coronha do seu fuzil. Caído e com a base do crânio partida, esse bravo oficial da Polícia Militar do Estado de São Paulo gemia e contorcia-se em dores. Foi quando Diógenes Sobrosa de Souza desferiu-lhe outros golpes na cabeça, esfacelando-a.

    Ali mesmo, numa pequena vala e com seus coturnos ao lado da cabeça esmagada, o tenente Mendes foi enterrado em cova muito rasa. Seu corpo só seria localizado 4 meses depois.

    Assim, de forma vil e covarde, terroristas fanáticos acabaram com uma vida. Essa foi a única morte ocorrida nas operações de combate à VPR, no Vale da Ribeira. Após assassinar o tenente, o grupo dos cinco continuou cercado e sem condições de sair da área. No dia 30 de maio, Gilberto Faria Lima, após tomar banho num rio, barbeou-se e cortou o cabelo, conseguindo, sozinho, sair da área. Os outros fugiriam depois.

    Corpo do tenente Mendes localizado e sepultado em São Paulo

    Em 19/08/1970, Ariston de Oliveira Lucena foi preso em São Paulo pela OBAN. Interrogado, indicou o lugar onde estava enterrado o tenente. No dia 08/09/70 foi providenciada a sua ida até o local. Lucena tremia e chorava; tinha medo de ser “justiçado” pelos companheiros do tenente. Tremia e chorava porque conhecia as práticas de seus companheiros de organização terrorista – em casos como esse: “justiçamento”.

    O corpo do tenente Mendes foi exumado, sendo sepultado no dia 11/09/70.

    A respeito do ato fúnebre transcrevo o que publicou o Jornal do Brasil de 12/09/70:

    “Mais de mil pessoas acompanharam ontem à tarde, até o Cemitério do Araçá o corpo do tenente da Polícia Militar Alberto Mendes Júnior, assassinado pelo grupo do ex-capitão Carlos Lamarca, no Vale da Ribeira, em maio, e cujo cadáver foi encontrado no início desta semana. O governador Abreu Sodré, que velou o corpo no salão nobre do Quartel General da Corporação, deu o nome de Capitão Alberto Mendes Júnior ao Grupo Escolar de Vila Galvão, em Guarulhos.

    Envolto na bandeira nacional, o esquife levando o corpo do oficial foi posto, às 14h, numa carreta do Corpo de Bombeiros, que saiu da Avenida Tiradentes para o Cemitério do Araçá. À frente do cortejo iam batedores e a banda de música do Batalhão Tobias de Aguiar.

    O carro fúnebre foi acompanhado por milhares de oficiais e praças da PM, representantes do Exército, Marinha e Aeronáutica, ex-Guarda Civil e Polícia Rodoviária, além de centenas de civis, tendo à frente o comandante geral da PM, coronel Confúcio Danton de Paula Avelino, o secretário de Segurança Pública, coronel Darci da Cunha Melo e o general Paulo Carneiro Tomaz Alves.

    O cortejo atravessou o centro da cidade, onde o trânsito foi interrompido e as lojas fecharam suas portas. O esquife foi levado pelas altas patentes até a sepultura nº 38. Lido o boletim oficial o esquife baixou à sepultura, com honras militares.”

    “Ao assinar o ato que deu o nome de Capitão Alberto Mendes Júnior ao Grupo Escolar de Vila Galvão, onde estudou o oficial morto, o governador Abreu Sodré destacou: ‘a humana compreensão do valor de vida, expressa pelo 2º tenente de polícia militar Alberto Mendes Júnior, que se entregou como refém aos terroristas-guerrilheiros, para salvar a vida de seus comandados; seu acendrado patriotismo, ao morrer em defesa da democracia e das liberdades constitucionais, nas mãos cruéis de seus algozes que lhe mutilaram o corpo, em assassinato frio e desumano; sua vida dedicada à corporação, aos seus subordinados, à disciplina militar e à hierarquia funcional, representa exemplo histórico para a juventude e, sobretudo, aos jovens estudantes de nossas escolas.”

    Em setembro de 1970, a VPR tentou justificar o assassinato do tenente Mendes em um comunicado intitulado “ao povo brasileiro”, do qual foi extraído o seguinte trecho:

    “… A sentença de morte de um tribunal revolucionário deve ser cumprida por fuzilamento. No entanto, nos encontrávamos próximos ao inimigo, dentro do cerco que pôde ser executado em virtude da existência de muitas estradas na região. O ten Mendes foi condenado a morrer a coronhadas de fuzil, e assim o foi, sendo depois enterrado.”

    O tenente Alberto Mendes Júnior nasceu em 24/01/1947, em São Paulo/SP. Filho de Alberto Mendes e Angelina Plácido Mendes, cedo manifestou o desejo de ingressar na PMESP, o que conseguiu após concluir o segundo grau.

    Ingressou no Curso Preparatório de Formação de Oficiais em 15/02/1965. Foi declarado aspirante a oficial em 21/04/1969. Em 2 de junho desse ano, foi classificado no 15ºBP. Em 15 de novembro foi promovido, por merecimento, ao posto de 2º tenente. Em 06/02/1970, apresentou-se no Batalhão Tobias Aguiar, onde rapidamente se entrosou com seus novos companheiros.

    Carinhosamente era chamado de “Português” pelos seus colegas. Era alegre, sempre sorridente e muito competente.

    Em fins de abril o seu batalhão foi designado para prestar apoio à Companhia Independente, com sede em Registro. Para lá o tenente Mendes seguiu no comando de um pelotão, juntamente com outro pelotão do mesmo batalhão, ambos sob o comando do capitão Carlos de Carvalho. Após uma semana naquela cidade, o capitão recebeu ordens para retornar com um dos pelotões para São Paulo.

    .

    Câmara de vereadores de Porto Alegre presta homenagem a assassino de tenente

    Quando a televisão, especialmente a Rede Globo, e a maioria da imprensa e da Igreja, tendo à frente a figura do arcebispo D. Paulo Evaristo, se omitem e se negam a dar publicidade ou distorcem fatos como o desse estúpido assassinato, constatamos que a má-fé e a ideologia prevalecem sobre a razão e o caráter.

    Vemos os assassinos do tenente Mendes e tantos outros serem premiados com vultosas indenizações, além de serem, constantemente, mostrados nas nossas escolas, TV e jornais, como exemplos de democratas a serem seguidos.

    Confirmando o que foi dito acima, em 19 de maio de 2004 o prefeito de Porto Alegre/RS, João Verle, sancionou a Lei nº 9.465, designando um logradouro do loteamento Quinta do Portal, em Porto Alegre/RS, como Rua Diógenes Sobrosa de Souza.

    Segundo a exposição de motivos do vereador Ervino Besson, da Câmara Municipal de Porto Alegre, o homenageado:

    “Foi um dos poucos gaúchos condenados a penas tão severas pela sua militância política em defesa da liberdade e restabelecimento da democracia no País. Homem que sempre lutou em defesa da liberdade, direito de cidadania em defesa dos mais fracos e indefesos.”

    Destino dos cinco assassinos do tenente

    A respeito dos cinco assassinos do tenente Mendes:

    – O ex-capitão Carlos Lamarca morreu em 17/09/71, no interior da Bahia, em combate com o DOI/CODI/6º RM.

    – Yoshitame Fujimore morreu em 05/12/70, em São Paulo, em combate com o DOI/CODI/II Ex.

    – Diógenes Sobrosa de Souza foi preso em Porto Alegre em 12/12/70. Julgado, foi condenado à morte. Depois teve sua sentença comutada para prisão perpétua e, finalmente, reduzida para 30 anos de prisão. Com a Lei da Anistia foi colocado em liberdade. Suicidou -se em Santa Rita do Passa Quatro, São Paulo, no dia 17/11/1999. Segundo sua certidão de óbito, “a morte deu-se por asfixia por enforcamento (suicídio)”.

    – Ariston de Oliveira Lucena, condenado à pena máxima, foi solto com a Lei da Anistia.

    – Gilberto Faria Lima fugiu para o exterior e seu paradeiro é desconhecido.

    A morte do tenente Alberto Mendes Júnior não foi em vão. Ela revelou, por um lado, o desprendimento de um homem e a perfeita noção do cumprimento do dever, que o levou à morte para salvar seus subordinados. Por outro, o ódio, o fanatismo e a crueldade de seus algozes.

    A sublimação da tragédia desse herói trouxe aos verdadeiros combatentes da liberdade o suporte moral para seguir lutando com denodo e crença nos valores democráticos.

    Fonte: Retirado do livro “A Verdade Sufocada – A história que a esquerda não quer que o Brasil conheça “- Carlos Alberto Brilhante Ustra

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