Grito dos Excluídos 2012

Por Frei Marcos Sassatelli

A Cáritas Brasileira define muito bem o que é o Grito dos(as) Excluídos(as). Diz: “o Grito dos Excluídos é uma manifestação popular carregada de simbolismo. É um espaço de animação e profecia, sempre aberto e plural de pessoas, grupos, entidades, igrejas e movimentos sociais comprometidos com as causas dos excluídos. O Grito dos Excluídos, como indica a própria expressão, constitui-se numa mobilização com três sentidos:

– denunciar o modelo político e econômico que, ao mesmo tempo, concentra riqueza e renda e condena milhões de pessoas à exclusão social;

– tornar público, nas ruas e praças, o rosto desfigurado dos grupos excluídos, vítimas do desemprego, da miséria e da fome;

– propor caminhos alternativos ao modelo econômico neoliberal, de forma a desenvolver uma política de inclusão social, com a participação ampla de todos os cidadãos”.

Afirma ainda: “Não é um movimento nem uma campanha, mas um espaço de participação livre e popular, em que os próprios excluídos, junto com os movimentos e entidades que os defendem, trazem à luz o protesto oculto nos esconderijos da sociedade e, ao mesmo tempo, o anseio por mudanças”  (http://caritas.org.br/novo/gritos-dosas-excluidosas-2012/). (mais…)

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SP – Funcionária de supermercado acusa cliente de agressão e racismo

Caso ocorreu na noite de quinta-feira (6) no Carrefour de Campinas, SP. Jéssica Barros disse ter sido chamada de ‘macaca’ durante discussão.

Uma funcionária do supermercado Carrefour Dom Pedro I acusou um cliente de agredi-la e ofendê-la com palavras racistas, na noite desta quinta-feira (6), em Campinas (SP). Jéssica Barros trabalha no setor de cartões e ao comunicar que havia débitos que não foram pagos no cartão do homem, os dois começaram a discutir. “Ele começou a me chamar de macaca. Quando falei que ia ligar para polícia e coloquei o celular na orelha, ele veio e me deu um tapa na cara”, disse

O cinegrafista Tiago Martins, outro cliente do estabelecimento, disse que presenciou o momento das agressões e evitou que a mulher fosse ainda mais agredida. “Na hora que ele partiu para cima dela, todo mundo então foi para cima dele”. (mais…)

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Conheça os velhinhos assassinos: ontem carniceiros, hoje “inofensivos”

Hoje eles são inofensivos, mas já praticaram os mais ferozes métodos de tortura. Muitos já partiram mas há outros que estão por aí, os bons velhinhos assassinos

Urariano Mota, Direto da Redação

Na semana passada, ao ler no site da Folha a notícia “Justiça determina abertura de ação penal contra militares por crimes na ditadura”, atravessou o meu espírito uma reprovação. Já no primeiro parágrafo se anunciava:

Militares que atuaram na repressão durante o regime militar (1964-85) responderão a ação penal por supostos crimes cometidos durante a ditadura”.

Por que e como supostos crimes? Não bastam as seguidas e cumulativas provas, de testemunhas, de documentos, e até entrevistas de réus confessos, para retirar o véu da dúvida? Mas continuava a notícia:

A Justiça Federal em Marabá (685 km de Belém) aceitou denúncia do Ministério Público Federal e determinou a abertura de ação penal contra o coronel da reserva Sebastião Rodrigues Curió (foto acima) , 77, e contra o tenente-coronel da reserva Lício Maciel, 82”. (mais…)

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O desabafo de José Saramago sobre privatizações: Privatize-se tudo!

“Para florão e remate de tanto privatizar, privatizem-se os Estados, entregue-se por uma vez a exploração deles a empresas privadas, mediante concurso internacional. Aí se encontra a salvação do mundo…”

Pragmatismo Político – O texto abaixo trata-se de um registro de José Saramago, sobre as privatizações, em Cadernos de Lanzarote – Diário III, págs. 147 e 148.

“Regressados de uma viagem à Argentina e Bolívia, os meus cunhados María e Javier trazem-me o jornal Clarín de 30 de Agosto. Aí vem a notícia de que vai ser apresentada ao Parlamento peruano uma nova lei de turismo que contempla a possibilidade de entregar a exploração de zonas arqueológicas importantes, como Machu Picchu e a cidadela pré-incaica de Chan-Chan, a empresas privadas, mediante concurso internacional.

Clarin chama a isto “la loca carrera privatista de Fujimori”. O autor da proposta de lei é um tal Ricardo Marcenaro, presidente da Comissão de Turismo e telecomunicações e Infra-Estrutura do Congresso peruano, que alega o seguinte, sem precisar da tradução: “En vista de que el Estado no ha administrado bien nuestras zonas arqueológicas – qué pasaría si las otorgaramos a empresas especializadas en otros países con gran efectividad?(mais…)

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Beijo gay em programa eleitoral do PSOL gera repercussão e preconceito

Beijo homossexual em horário eleitoral do PSOL desperta polêmica. Editor de jornal afirmou que tem amigos gays e não tem nada contra ‘eles’, mas o ‘beijo gay é uma coisa asquerosa’

Se na televisão brasileira o beijo gay ainda representa um tabu, o programa de um candidato a prefeito de Joinville, maior cidade de Santa Catarina, derrubou essa barreira em seu horário eleitoral. Mostrando um beijo entre dois homens, Leonel Camasão (Psol) marcou posição pelo respeito à diversidade e trouxe o assunto para o centro da campanha eleitoral, causando reação em setores conservadores da cidade.

“O Psol tem na cidade uma trajetória na questão LGBT, muitos filiados do partido participam do movimento. Como já existia essa peça publicitária, que foi utilizada na campanha do Plínio para presidente, em 2010, nós decidimos reaproveitar essa peça”, afirmou Camasão.

A veiculação do material nos pouco mais de dois minutos de programa do Psol ganhou projeção e não ficou restrita ao horário eleitoral. “Não esperava a repercussão que está tendo no momento, inclusive o ataque que a gente recebeu do Jornal da Cidade, um jornal local do município, o que ampliou ainda mais a repercussão do caso. Um ataque gratuito levou isso para outro patamar. Estou surpreso, mas ao mesmo tempo estou feliz, porque mostrar o beijo gay no horário eleitoral é justamente para promover o debate e a gente está fazendo com que as pessoas parem pra pensa nessa questão”. (mais…)

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O velho latifúndio contra o bem comum

Cândido Grzybowski, sociólogo e diretor do Ibase

Como é difícil para a democracia brasileira enfrentar o poder dos grandes proprietários de terra! Eles podem não ser mais os “Donos do Poder”, dissecado pela monumental obra de Raymundo Faoro, mas têm ainda um real poder de veto político para impedir mudanças que afetam o seu interesse. Apesar da longa lista de crimes sociais e ambientais, de ontem e de hoje, são os latifundiários que estão ditando as condições do Código Florestal possível para o Brasil. No lugar de um código de proteção de um dos patrimônios naturais maiores e mais diversos do planeta, estamos diante de proprietários de terras que querem continuar com suas práticas predatórias.

Para entender o poder do latifundiário, nunca é demais lembrar que eles são uma espécie de certidão de nascimento do Brasil como país. Latifúndio e escravidão foram os dois lados da estrutura social que se montou na esteira da conquista e colonização do território, dizimando índios e eventuais posseiros pelo caminho. O desmatamento em grande escala, sem limites, foi a base de sua instalação e matriz do rural brasileiro. A legalização de terras conquistadas se fez e se faz pela concessão de títulos pelo Estado, pela vista grossa e posterior acomodação de autoridades ou, na falta de tudo, pela falsificação de documentos (a conhecida grilagem de terras). Os latifúndios impuseram um rural de exclusões e violências sobre trabalhadores e suas famílias, sobre os pequenos agricultores familiares nos seus interstícios de terras pouco férteis, sobre os territórios circundantes com suas cidades. Trata-se de um poder patrimonial, de “dono de terra, gado e gente”, os coronéis tradicionais, com repercussões na estrutura de poder central. Foi assim durante cinco séculos e ainda é assim em grande parte do país. (mais…)

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Para um novo ano do jornalismo literário

Por Urariano Mota

Recife (PE) – Nesse 31 de agosto, completa 66 anos o gênero de texto que se convencionou chamar de jornalismo literário. Informa a Wikipédía que o “seu nascimento é creditado por volta de 1946, quando a edição da revista The New Yorker, de 31 de agosto de 1946, dedicou toda a edição para publicar o que se tornaria uma das principais referências em jornalismo literário: Hiroshima, de John Hersey”. E mais diz: “um artigo da revista da Intercom (Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação) mostrou o resultado de uma pesquisa com leitores. A mesma notícia foi exibida de quatro formas diferentes. Quando perguntados qual daquelas escritas eles mais gostaram, em primeiro lugar ficou o Jornalismo Literário, em último, o lead”.  

As informações da wikipedia vêm assim, meio sobre o estilo truncado. Mas boa de registro ela é, porque dão mote e nos salva do sufoco de mais uma coluna. E por isso anoto a seguir duas ou três coisas.

Bem antes do “jornalismo literário” se reconhecia que um texto jornalístico poderia  ser grávido de poesia, e de tal maneira que não se encontrava em muitos poemas. Mas já então havia a pergunta, em trabalhos acadêmicos: – Esses textos, grávidos de poesia, seriam ainda assim um texto jornalístico? – Claro, como gênero, são poesia. Como meio, como mensagem publicada, são jornalismo, mas de uma qualidade rara, e tão rara que somente mantêm o vínculo com o jornalismo pela referência objetiva com o mundo. (O que é, reconhecemos, essa “referência objetiva com o mundo”, um outro dado complicador, pois nesses casos, de textos poéticos, há uma miscigenação do objetivo e do subjetivo de tal modo que impossível é dizer em que proporções.) (mais…)

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AMAHOR quer recorrer da decisão de desocupar o Jardim Botânico

Após 200 anos, TCU determina medidas que pretendem solucionar o impasse

Jornal do Brasil – Caio de Menezes e Íris Marini

A comunidade do Caxinguelê, representada pela Associação de Moradores e Amigos do Horto (Amahor), recebeu a decisão unânime do Tribunal de Contas da União (TCU),  de desocupar as áreas com moradias do Jardim Botânico e do Horto Florestal, como “desrespeitosa e injusta”.

A presidente da AMAHOR, Emília Maria de Souza, diz que os advogados da associação vão recorrer, apesar de estar determinado que após definidos e regularizados em cartório os limites territoriais do Jardim Botânico, os imóveis que estiverem situados nessa área sofrerão reintegração de posse a favor da União. Serão 60 dias para os casos com decisão judicial transitada em julgado – quando não cabe mais recurso – e 90 dias para as demais situações que forem identificadas. (mais…)

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Povo Ka’apor do Maranhão discute proteção de seu território e pede revogação da Portaria 303/2012 da AGU

Por J. Mendes, Antropólogo que acompanha o povo Ka’apor

Após ações de vigilância em seu território realizadas nestes últimos dias por ocasião da invasão de madeireiros, fazendeiros, caçadores; e descaso dos órgãos públicos responsáveis por garantir a proteção dos territórios indígenas, jovens lideranças Ka‘apor da região do Gurupi resolveram promover por conta própria a defesa de seu território para que permaneçam vivendo na floresta de forma responsável e sustentável. Para que seus filhos e netos possam continuar vivendo e sendo Ka’apor (povo da floresta), como afirma uma das lideranças jovens após retorno de uma missão na floresta. Na semana passada (29, 30 e 31/08/2012),reunidos em assembleia durante três dias em uma aldeia na região do Rio Gurupi, resolveram continuar planejando ações de vigilância, proteção e gestão de seu território.

Na ocasião, aproveitaram para estudar, discutir, debater e se preparar para enfrentar os ataques não somente dos invasores madeireiros, fazendeiros, caçadores, mas das leis do Kamará (branco) que ameaçam a permanência e a vida deles e de outros povos indígenas em seus territórios. Após avaliar e discutir assuntos voltados para as politicas, ações do governo (educação, saúde, assistência), dedicaram parte do segundo dia para se informarem sobre essas leis que somente tem negado e diminuido os direitos indígenas no Brasil. Iniciaram lembrando da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 215/00 que transfere responsabilidades de órgãos do governo e ameaça a regularização fundiária de terras indígenas; o Código Florestal que anuncia de vez a morte dos rios, animais, florestas, pessoas que vivem em harmonia com o meio ambiente; o Projeto de Lei (PL) 1610/1996 sobre a Exploração Mineral em terras indígenas, haja vista estarem preocupados com o garimpo aberto e em funcionamento, no limite da terra indígena, município de Centro Novo do Maranhão que está em pleno funcionamento, que conta com a permissão (ou licença de lavra) da SEMA Maranhão, do prefeito atual que tenta se reeleger. (mais…)

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