Emerson Penha, Correspondente da EBC na África
Maputo – Desde que foi promulgada a Constituição de 2012, Angola realiza eleições gerais pela primeira vez. Quase 10 milhões de eleitores vão escolher amanhã (31) 220 deputados. O voto é em lista fechada, ou seja, o eleitor vota no partido, que apresenta previamente uma lista com os nomes de seus candidatos e a ordem em que entram no Parlamento. Se um partido tem 20% dos votos, por exemplo, tem direito a 44 vagas – estarão eleitos, então, os 44 primeiros nomes daquele partido – e assim, sucessivamente, até que as vagas estejam todas preenchidas.
O presidente de Angola é eleito indiretamente pelos parlamentares, de acordo com a nova Constituição. O atual chefe de Estado, José Eduardo dos Santos, é o número 1 da lista de seu partido, o Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA). O MPLA deve ficar com a maioria das cadeiras, o que garantiria a ele mais um mandato de cinco anos. José Eduardo dos Santos está na Presidência há 33 anos, desde a morte de Agostinho Neto, em 1979. Neto foi o primeiro presidente após a independência do país de Portugal, em 1975.
A Unita, segunda maior força política de Angola, tem protestado contra a parcialidade das eleições, mas mantém-se na disputa. Durante 27 anos, a divergência entre os dois grupos provocou uma guerra civil que devastou o país. Cerca de 500 mil angolanos morreram. Um acordo de paz só foi possível após a morte de Jonas Savimbi, líder da Unita, em 2002, durante um confronto com forças do governo. (mais…)
José Maria Tomazela


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