Nós, da comunidade Guarani do acampamento Mato Preto, através desta nota relatamos com muita tristeza a morte de duas crianças recém nascidas em nossa acampamento e cobramos providências das instituições quepossuem o dever de evitar tais fatalidades.
No dia 10 de agosto, faleceu a filha de Natalino Lopes e Adriana Oliveira. E no dia 28 de agosto, faleceu o recém nascido, filho de Lucas da Silva e de Terezinha Pereira. Não sabemos claramente qual a causa das duas fatalidades no mesmo mês, pode ter sido mal atendimento no hospital e também falta de equipe de saúde que não há no acampamento. Hoje o sofrimento que as mães dessas crianças estão passando é muito grande para se recuperarem.
Relatamos também a situação precária que estamos passando hoje em nosso acampamento com uma certa vulnerabilidade que vivemos. A falta de moradia e de espaço físico adequado, pois não temos água boa para o consumo e não temos equipes de saúde para atender as nossas necessidades. Ao redor de nosso acampamento não há mata, vivemos rodeados de plantação de soja onde os agricultores espalham uma quantidade enorme de agrotóxicos. Sabemos que este tipo de problema não é exclusividade do nosso acampamento, mas característica de muitos outros do país.
Por tal motivo pedimos encarecidamente às instituições Funai, Sesai e ao Governo brasileiro para a conscientização e que comecem agir com política de soluções, a fim de que nossa situação amenize e não aconteça mais tais fatalidades. Por fim, aos apoiadores pedimos que nos ajudem cobrar medidas dessas instituições.
Acampamento indígena Guarani, Mato Preto, 29 de agosto 2012.
http://www.cimi.org.br/site/pt-br/?system=news&conteudo_id=6496&action=read