Audiência STF: Representante da OIT afirma que deter a utilização do amianto é a forma mais eficiente de eliminar doenças

Ao menos 100 mil pessoas morrem anualmente no mundo devido à exposição ao amianto, afirma o representante da Organização Internacional dos Trabalhadores (OIT), Zuher Handar. A declaração foi feita durante sua exposição na segunda e última etapa da audiência pública, convocada pelo ministro Marco Aurélio, que reúne especialistas de órgãos públicos, entidades da sociedade civil, representantes da indústria, de trabalhadores e de vítimas do amianto para debater o uso do mineral no país.

De acordo com o representante da OIT, atualmente, o mesotelioma, tipo de câncer causado pelo amianto, que ocorre nas camadas mesoteliais da pleura, pericárdio, peritônio e da túnica vaginal do testículo, mais comum em homens que em mulheres, “leva a óbito, anualmente, três mil pessoas nos Estados Unidos e, aproximadamente, cinco mil pessoas na Europa. E se prevê um incremento dessas cifras nos próximos anos”.

Segundo ele, o amianto é um dos carcinógenos (substância ou agente que produz câncer) laborais, responsável, aproximadamente, por 1,3 das mortes por câncer profissional.

Estimativas da OIT revelaram que, mais de dois milhões de pessoas morreram por acidente e doença de trabalho, em 2008, causadas por vários tipos de doenças sendo que, desse total, 320 mil por acidente de trabalho, revelando a média de 6.300 mortes relacionadas ao trabalho todos os dias.

Handar também destacou que, a cada ano, “cerca de dois milhões de mulheres e homens pagam com sua vida devido à irresponsabilidade, muitas vezes criminal, de muitos empregadores, que não lhes garante ambiente seguro, saudável, sem risco, conforme determinam muitas das convenções da OIT já ratificadas pelo Brasil”, alertou.

Durante a exposição, o representante da OIT salientou que, A 58ª Assembleia Mundial de Saúde, em 2005, se manifestou no sentido de que “os estados-membros prestassem especial atenção aos cânceres relacionados com exposições evitáveis, em particular, a exposição de substâncias químicas no local de trabalho e no seu entorno”.

Para Handar, não existe limite de tolerância suficientemente seguro para exposição às substâncias cancerígenas, portanto, “a forma mais eficiente de eliminar doenças relacionadas ao mineral consiste em deter a utilização de todos os tipos de amianto”, concluiu.

http://www.stf.jus.br/portal/cms/verNoticiaDetalhe.asp?idConteudo=216845

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