Peru – Problemas em empresas mineiras instaladas no país afetam diretamente população local, que cobra atitude do governo

Rogéria Araújo

Um vazamento de substância tóxica causado por problemas técnicos da empresa mineira Antamina, instalada na região de Ancash, no Peru, continua gerando polêmica e cobrando do governo mais responsabilidade sobre os projetos mineiros instalados no país. No dia 25 de julho – data do vazamento – a informação era que 100 moradores haviam sido atingidos pela substância comprovadamente nociva ao ser humano. De acordo com a Confederação de Comunidades do Peru Afetadas pela Mineração (Conacami) este número já supera 210 habitantes.

Diante do acidente, a Federação está exigindo que o governo priorize a saúde da população que foi atingida pela intoxicação e declare a área em “Emergência Ambiental”. De acordo com o comunicado ainda não foi feita a evacuação da área e muitos dos afetados precisam ser trasladados para Lima, para serem atendidos.

Para as organizações que fazem parte da Conacami este é um caso óbvio de que a empresa deve ser responsabilizada por todos os danos e chama a atenção para que o Estado cumpra seu papel de cobrar e zelar pelo seu povo.

“Demandamos que o Ministério Público deve abrir uma investigação exaustiva e entrar com uma denúncia penal como corresponde porque não é um caso meramente de contaminação ambiental, é exposição à vida, corpo e saúde, que segundo a normativa penal, poderia ser tipificado como um fato de homicídio culposo”, exigiu a Federação.

A entidade também pediu que fosse criada uma Comissão da Verdade sobre Mineração, que possa investigar a atuação das empresas mineiras, nos últimos 20 anos, com relação aos moradores/as das comunidades afetadas por essas empresas, e que as vítimas sejam devidamente indenizadas.

O vazamento desses minerais aconteceu no distrito de Cajacay, província de Bolognesi, e atingiu a comunidade Santa Rosa. Segundo a empresa, o acidente foi ocasionado por defeito em uma das válvulas, que deixou vazar substâncias tóxicas, como cobre, sulfato de ferro, entre outras.

A empresa, em comunicado oficial, afirmou que as substâncias não eram tóxicas. Mas um documento a que teve acesso o jornal La República, todos os componentes se inalados podem, sim, causar prejuízos à saúde.

http://www.adital.com.br/site/noticia.asp?lang=PT&cat=20&cod=69461

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