Após uma série de mobilizações pedindo o cumprimento das condicionantes nas aldeias da Volta Grande do Xingu, em Altamira no Pará, a hidrelétrica de Belo Monte troca de presidência. Instituto Sócio Ambiental (ISA) questiona substituição
Carlos Nascimento deixa o cargo e dá lugar a Duílio Diniz, então diretor geral do consórcio que administra a hidrelétrica Machadinho, no sul do País. Isso ocorreu três dias após indígenas afetados por Belo Monte conseguirem novo acordo com a empresa.
O acordo só foi possível após pressão dos indígenas, que detiveram funcionários da Norte Energia na Terra Indígena Paquiçamba, após reunião para explicar o mecanismo de transposição de embarcações depois do barramento definitivo do Rio Xingu.
Carlos Nascimento já havia sido presidente da Eletronorte e possuía conhecimento das demandas indígenas pela relação estabelecida com os Waimiri-Atroari na hidrelétrica de Balbina, no Amazonas.
De acordo com informações do Instituto sócio-ambiental (ISA), com experiência prévia, Nascimento estaria melhor preparado para implantar programas contidos no Plano Básico Ambiental (PBA) indígena de Belo Monte e negociar as demandas das populações indígenas residentes na área de influência da hidrelétrica.
Ele estava à frente da Norte Energia desde sua criação e ainda poderia ter seu mandato renovado; entretanto, o Conselho de Administração da empresa resolveu mudar o comando.
Apesar da assessoria da empresa reforçar que a substituição não está relacionada aos últimos acontecimentos, entidades como Instituo Sócio-Ambiental (ISA) questionam a mudança e criticam a forma “ atabalhoada como vem se dando o licenciamento da obra”.
http://www.brasil.agenciapulsar.org/nota.php?id=9036
O informe da Agencia Pulsar “requenta” a materia publicada no site do ISA. Confiram:
http://www.socioambiental.org/nsa/detalhe?id=3635
Não sei de onde tiraram que o “ISA questiona a substituição”.
O pior, mesmo, é ficar agora incensando o Nascimento por causa da “expertise” adquirida com os Waimiri Atroari. Aquilo parece ter sido obra do “indigenista oficial da Eletronorte” conhecido como Porfirio, e quem conhece de perto a situação diz que é uma vitrine muito bem cuidada pelos marketeiros da empresa de eletricidade.
“Expertise” ?
O cara que veio da obra de Machadinho (SC/RS) também tem e muita: as empresas de lá “compraram” barato o projeto da antiga Eletrosul, hvia uma forte campanha “Machadinho nunca mais”, eles mudaram o eixo da barragem, mantiveram o nome e dobraram o MAB ali onde o movimento nasceu. É pouco?
Se isso é verdade, é lamentavel a posição tomada pelo Instituto Socioambiental. Não interessa aos indios, a população ribeirinha e citadina quem esteja no comando da Norte Energia. O que interessa é que até o momento as condicionantes não foram realizadas como se previra para o inicio das obras de Belo Monte. O que interessa é que Belo Monte não interessa a população indigena, ribeirnha ou citadina e a forma como vem sendo conduzido todo o seu processo reflete apenas uma postura ditatorial do governo brasileiro.