Belo Monte e a ignorância ambiental

Rodolfo Salm

Recentemente, o colunista do Correio da Cidadania Wladimir Pomar publicou dois artigos que me chamaram especialmente a atenção: “Perguntas de um ignorante ambiental” e “Belo Monte”, nos quais ele defende a construção de hidrelétricas como estratégias de desenvolvimento para o país, e este barramento, em especial, no rio Xingu. Como colaborador frequente deste jornal em questões ligadas ao meio ambiente, ecólogo e, acima de tudo, atingido direto por Belo Monte, pois resido na cidade de Altamira-PA, onde esta obra está sendo desenvolvida, sinto-me na obrigação de respondê-lo enfática e prontamente.

Antes de tudo, é curioso que o colunista, que no primeiro artigo diz que “se vê um perfeito ignorante ambiental”, afirma categoricamente que o aquecimento global é um “dogma” (suposta verdade, inquestionável por seus defensores), ao invés de um fato científico mensurável, apesar da infinidade de cientistas sérios que estudam o assunto há algumas décadas. Mais adiante, supostamente na posição de “ignorante ambiental” ele se pergunta: “por que os que defendem o abandono da construção de hidrelétricas, desconsiderando os avanços técnicos e sociais que permitem mitigar em muito os danos ambientais e sociais, não assinam uma declaração pública comprometendo-se a não se manifestarem quando os apagões elétricos começarem, por falta do aumento da geração elétrica?”. Eu realmente gostaria de saber que avanços técnicos e sociais são estes, pois não são nada visíveis aqui ao lado do canteiro de obras da maior hidrelétrica em construção do Brasil. Lamentavelmente, sua defesa cega de Belo Monte revela que sua “ignorância” vai além do aspecto ambiental, mas que também é econômica, política e social, como fica mais claro no seu artigo mais recente. (mais…)

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Documentário usa imagens gravadas pelo celular de cortadores de cana

Leonardo Sakamoto

Em outubro de 2011, cerca de 400 trabalhadores interromperam, por seis dias, o corte da cana na usina Bela Vista, interior do Estado de São Paulo. O protesto ocorreu em virtude das condições a que estavam submetidos. Os sindicalistas e os procuradores do trabalho foram convocados para intermediar as demandas dos trabalhadores. Irredutíveis, queriam ser demitidos. Em uma conjuntura em que se luta pelo emprego, esses trabalhadores reivindicavam a interrupção do contrato de trabalho.

Essa (apenas aparente) contradição é tratada pelo documentário “Conflito”, dirigido por Beto Novaes e lançado recentemente, que utiliza imagens gravadas pelos celulares dos próprios trabalhadores, além do material captado por sua equipe.

Novaes, que é professor do Instituto de Economia da Universidade Federal do Rio de Janeiro, possui em seu currículo filmes como “Quadra Fechada” e “Migrantes”, que revelam a dura realidade daqueles que tornam possível o “milagre” brasileiro do etanol, vendido como um combustível “limpo”, mas que segue registrando casos de superexploração de trabalhadores ou de trabalho análogo ao de escravo. Segue o documentário na íntegra.

http://blogdosakamoto.blogosfera.uol.com.br/2012/07/08/documentario-usa-imagens-gravadas-pelo-celular-de-cortadores-de-cana/#comentarios

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Colombia: Se intensifica conflicto en el Norte del Cauca. Comunidades enteras se desplazan

ONIC, 8 de julio, 2012.-  Comunicadores indígenas de la zona reportan varios heridos y comunidades atrapadas en el fuego cruzado, además de la advertencia de la Guerrilla a las comunidades de que deben abandonar el municipio de Toribio pues quieren borrar del mapa este pueblo, como informó un dirigente nasa.

Feliciano Valencia, autoridad indígena de la zona informó que los combates en Toribio se intensificaron desde el pasado jueves, entre fuerza pública y guerrilla, y ya las comunidades han entrado en desesperación y muchas han abandonado la zona huyendo hacia San Francisco, otras hacia Jambaló donde las autoridades indígenas han adecuado zonas de concentración y de paz que esperan que los actores armados respeten.

También hay familias que han dejado su territorio y se han marchado hacia Santander de Quilichao o a Cali donde algunos familiares les han brindado la protección que el Estado colombiano no pudo hacerlo en su obligación constitucional.

Valencia hace un llamado reiterativo al cese al fuego que a esta hora deja ríos de comunidades saliendo de su territorio y hace un llamado a la solidaridad y acompañamiento por parte de defensores de derechos humanos y del Ministerio Público. (mais…)

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Hoy en el Perú gobierna el Ejército

El presidente regional de Cajamarca Gregorio Santos habla de un régimen “autoritario minero-militar”. En la imagen… transporte de policías en buses de la empresa minera Yanacocha.

Por Hugo Blanco Galdós

8 de julio, 2012.- El 3 de julio fueron asesinadas 3 personas en la provincia de Celendín, Cajamarca. No fue una manifestación contra el proyecto minero Conga, sino de los trabajadores de construcción a quienes el municipio no pagó.

En una ocasión anterior, cuando hubo una marcha antiminera, un grupo de provocadores al servicio del alcalde, acérrimo defensor de la minera, intentó llevar la marcha de la gente indignada por enfrente del local municipal. Su intención era tirar piedras contra el local, lo cual hubiese sido continuado por la gente y con eso facilitar la represión.

El compañero nombrado para dirigir la marcha, se dio cuenta de la maniobra y no condujo la marcha por la calle donde está el local del municipio, los provocadores, indignados, se retiraron.

El día 3 sí tuvieron éxito, debido a la inexperiencia de los trabajadores. Iniciaron el ataque al local municipal, lo que fue aprovechado por la policía para asesinar a 3 personas y herir a 20. También fueron heridos tres policías, con heridas de bala según el premier Valdés, y heridos por pedradas según los médicos que los atendieron. (mais…)

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Nota das Centrais pelo banimento do amianto e em apoio ao cientista Hermano Albuquerque de Castro

As Centrais sindicais abaixo-assinadas, consciente dos riscos à saúde que a exposição ao AMIANTO representa aos trabalhadores e trabalhadoras e também à população, em razão da extração, processamento, comercialização, uso e descarte no meio ambiente de produtos que têm como base este mineral cancerígeno e, considerando:

  • Que sua letalidade tem sido comprovada por diversos estudos científicos realizados nas últimas décadas e que a pressão social de diversos atores  já resultou no seu banimento em mais de 52 países;
  • Que há várias lutas em curso em vários países pelo banimento, inclusive no Brasil, e que estados como São Paulo, Rio Grande do Sul, Pernambuco, Rio de Janeiro e Mato Grosso do Sul, além de alguns municípios já baniram o amianto;
  • Que a Lei Federal nº 9055, de 1º de julho de 1995 sobre a mineração, industrialização, transporte e comercialização do amianto e dos produtos que o contém, está sendo questionada pela Associação Nacional dos Procuradores do Trabalho – ANPT e pela Associação Nacional dos Magistrados do Trabalho – ANAMATRA, através de ação Direta de Inconstitucionalidade no Supremo Tribunal Federal;
  • Que o parecer da Comissão Nacional de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da Câmara Federal recomenda o banimento do amianto em todas as suas formas;
  • Que se encontra tramitando no Senado Federal Projeto de Lei 4066/11 que visa proibir a extração, transporte, armazenamento, industrialização e uso da substância; (mais…)

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RJ – Vidas à deriva

A bárbara execução dos pescadores de Magé João Luís Teles e Almir Nogueira, membros da Associação Homens e Mulheres do Mar, expõe a absoluta desproteção dos militantes de direitos humanos e ambientais. O presidente da associação, Alexandre Anderson, encontra-se sob precária assistência, desde 2009, do Programa Estadual de Proteção aos Defensores de Direitos Humanos (PEPDDH). Este programa, assim como o Provita e o PPCAM, está impedido de receber novas testemunhas por conta de problemas burocráticos e licitatórios. O PEPDDH, por exemplo, depende de decreto do governador para seu pleno desenvolvimento. Diante da inoperância do Estado, Marcelo Freixo deu entrada, no dia 28/6, em um Projeto de Lei que regulamenta o funcionamento do PEPDDH.

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Antonio Brand – amigo dos índios

Por José Ribamar Bessa Freire*

“Teixeirão Bobalhão”. Esse foi o título que dei para uma nota publicada, em agosto de 1979, no jornal mensal Porantim do qual era redator-chefe. Teixeirão, no caso, era o coronel Jorge Teixeira, ex-prefeito biônico de Manaus. O “bobalhão” tinha uma razão de ser. Imaginem que o dito-cujo, na ocasião governador nomeado de Rondônia, pretendia realizar umas obras e decidiu, para isso, invadir terras indígenas, o que era ilegal.

Os índios resistiram e ele agiu como um office-boy de luxo da construtora Andrade Gutierrez, declarando aos jornais:  “Os índios são uns bobalhões, uns parasitas que estão me dando um pouquinho de preocupação. Mas venço a parada e vou empurrá-los para a outra margem do rio”.

Indignado com tanto desrespeito, o nosso valente tabloide partiu pra cima do governador, dando o troco na hora. Devolvemos-lhe o epíteto de bobalhão. O dito-cujo não gostou e se queixou ao bispo, afinal o Porantim era um jornal do Conselho Indigenista Missionário (CIMI), que por sua vez estava subordinado à Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). A CNBB Regional escalou para puxar minha orelha o bispo-prelado de Parintins, Dom Arcângelo Cerqua, da ala mais conservadora da igreja. Sua barbinha-de-bode esvoaçava quando falou com voz abemolada: (mais…)

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Minas Gerais pode receber depósito de rejeito nuclear

Iêva Tatiana – Do Hoje em Dia

Até 2018, Minas Gerais poderá contar com um repositório nacional de rejeitos de baixo e médio níveis de radioatividade, o primeiro do país. Após as eleições municipais deste ano, o governo federal, por meio da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEM), vai começar a analisar os municípios com potencial para abrigar o empreendimento, avaliado em R$ 230 milhões.

Atualmente, as usinas nucleares brasileiras armazenam os rejeitos radioativos (roupas, filtros, papéis e demais materiais utilizados) dentro de suas próprias instalações.

O novo reservatório é uma exigência do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) para que Angra 3 entre em operação, o que deverá acontecer a partir de 2016, dentro do Programa Nuclear Brasileiro.

Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo são os estados mais cotados para receber o repositório, devido à facilidade de locomoção. “Mas os outros estados ainda não foram descartados. A escolha da cidade passará por critérios de exclusão e de inclusão, e é claro que os de exclusão são maioria”, ressalta o coordenador técnico substituto de Rejeitos de Baixo e Médio Nível (RBMN) do Centro de Desenvolvimento da Tecnologia Nuclear (CDTN), Rogério Mourão. (mais…)

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Amazônia Legal: Impactos socioambientais na corrida por megawatts na região

As 30 usinas hidrelétricas projetadas para a Amazônia Legal trazem danos potenciais que o governo não consegue prever, evitar ou mitigar, afirma Nota Técnica

O Observatório de Investimentos na Amazônia – criado para acompanhar a aplicação de recursos públicos e privados na região e seus impactos socioambientais e econômicos acaba de divulgar uma Nota Técnica para a sociedade brasileira alertando sobre a necessidade de uma urgente e profunda discussão sobre os impactos em escala que virão das hidrelétricas em construção ou planejadas para a Amazônia Legal.

São 30 hidrelétricas com potências e impactos variados, mas que em conjunto poderão trazer uma nova configuração ambiental, social e territorial para a região, diz a nota. Com o documento – o primeiro de uma série que será divulgada até final do ano –, o Observatório pretende reunir informações sobre as hidrelétricas e discutir as dificuldades que o Estado brasileiro demonstra em avaliar, evitar e mitigar os impactos gerados por essas obras.

No balanço do 1° ano do PAC II, divulgado em março de 2012 , é apresentado um conjunto de 27 Hidrelétricas – UHE, entre obras em avançado estágio de construção e obras que ainda não saíram do papel. Além destas já estão em fase inicial de licenciamento outras três: UHE Santa Isabel entre Pará e Tocantins; UHE Bem Querer e UHE Paredão, ambas em Roraima. (mais…)

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