Em evento paralelo à Rio+20, lideranças indígenas de todo o País se juntam para reivindicar respeito aos seus direitos e denunciar descumprimento de leis
Christiane Peres
Pela primeira vez, o Acampamento Terra Livre troca o palco do anúncio de suas reivindicações. Sai de Brasília rumo ao Rio de Janeiro para denunciar às autoridades que participam da Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20, entre os dias 13 e 22 de junho, as violações aos seus direitos. Momento oportuno para chamar atenção à uma causa quase invisível no País, já que durante os próximos dias os olhares do mundo estarão voltados para a capital carioca.
“Era importante trazer o acampamento para a Cúpula dos Povos, na Rio+20. É um evento mundial, e um momento muito oportuno para os povos indígenas mostrarem a cara e dizerem o que está acontecendo no Brasil”, destaca Sonia Guajajara, vice-coordenadora das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (Coiab) e integrante da direção nacional da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib).
Entre as denúncias listadas estão os inúmeros empreendimentos em andamento e planejamento no País que afetam terras indígenas; o descumprimento da Convenção 169, da Organização Internacional do Trabalho (OIT), que manda fazer consultas prévias e informadas aos indígenas em caso de obras que impactam suas terras; o Código Florestal, recém “emendado” pela Presidente Dilma Rousseff; a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 215, em discussão no Congresso, que reorienta o processo de demarcação de Terras Indígenas. (mais…)