Beatriz Cerqueira é eleita na CUT e promete união de forças

Amargando anos de perda de poder, os sindicatos mineiros, sob o comando da Central Única dos Trabalhadores (CUT), garantem ter retomado, neste domingo (3), uma nova fase: a de intensificação do movimento em Minas. A partir de agora, os cerca de 300 sindicatos associados à Central pretendem unir forças, em uma pauta única de negociação, utilizando todos os instrumentos legais em poder da classe. A CUT passou a ser dirigida por Beatriz Cerqueira, a primeira mulher à frente da entidade.

O que motivou os sindicalistas a escolherem Beatriz, por unanimidade, foi a repercussão alcançada por ela no comando do Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação (Sind-UTE). Coordenadora do órgão, a sindicalista conseguiu a façanha de paralisar toda a categoria de professores estaduais na maior greve da história mineira, com duração de mais de cem dias. E é justamente o poder de mobilização que a CUT promete retomar, de forma engajada e com um discurso único. Depois de tomar posse, ainda domingo, Beatriz anunciou greve dos trabalhadores em saúde, para o próximo dia 14, e manutenção da paralisação dos metroviários. E, segundo ela, a agenda vai ser intensificada.

“A perspectiva é investir no fortalecimento da CUT, trazendo sindicatos para dentro da nossa central. O grande desafio é que possamos fazer a discussão de um modelo de desenvolvimento no Estado. É preciso discutir como o Estado tem enfrentado as condições de trabalho”, resumiu Beatriz que acumulará os cargos de presidente da CUT com o de coordenadora do Sind-UTE.

Historicamente ligada ao PT, a entidade mostra que o partido não quer perder espaço para opositor PSDB, que tenta se enfronhar no meio. Alguns integrantes do partido do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva fizeram questão de prestigiar o Congresso da CUT, que culminou na eleição de Beatriz Cerqueira. Entre eles, o líder da oposição na Assembleia Legislativa, Rogério Corrêia.

Por outro lado, os tucanos também pretendem intensificar a investida sobre os sindicatos. Ligados a eles estão a Força Sindical e a União Geral de Trabalhadores (UGT). Hoje, o senador Aécio Neves (PSDB) e o prefeito do São Paulo, Gilberto Kassab (PSD), participam de evento com a UGT, em Belo Horizonte. A legenda do paulista promove um seminário sindical em que está prevista a participação e apoio de lideranças da UGT e da Força Sindical, tudo com o apoio do ministro do Trabalho, Brizola Neto (PDT), que deve comparecer ao encontro. A Força já declarou apoio ao projeto do senador de se tornar presidente da República, em 2014.

A aproximação do PSDB com setores antes dominados pelo PT mostra a disputa dos dois partidos pelo eleitorado considerado fundamental em eleições. Nos bastidores, tucanos constataram que o partido tem uma simbologia ainda ligada às classe alta e média. Por isso, pretende popularizar o partido, com a ajuda de alguns sindicatos, que já aderiram à ideia.

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Enviada por José Carlos.