O governo federal está atento à movimentação dos grupos que defendem a construção de mais moradias populares. O ministro Gilberto Carvalho, da Secretaria-Geral da Presidência, deve oficializar nos próximos dias a criação de uma mesa permanente de negociações com representantes desses movimentos. Ela já opera de maneira informal, mas o governo entende que pode se tornar mais eficiente se for oficializada.
A informação é de Roldão Arruda e publicada pelo jornal O Estado de S. Paulo, 25-02-2012.
Uma das maiores dificuldades do governo nas negociações nessa área é a enorme quantidade de organizações e de tendências políticas envolvidas. Parte do movimento está ligado às pastorais sociais da Igreja Católica. Acredita-se que elas atuam em quase todo o País. Uma outra parte vincula-se a partidos localizados mais à esquerda no espectro político, entre eles o PSOL, o PSTU e o PT. Por outro lado, quase todas as centrais também contam com braços nessa área.
No ano passado, para demonstrar a disposição do governo para o diálogo, Carvalho participou do encontro nacional que os movimentos por moradia realizaram em Minas Gerais. De maneira geral ele procura seguir a principal recomendação que ouviu da presidente Dilma Rousseff quando lhe transferiu a responsabilidade de garantir o diálogo social de seu governo. Segundo Dilma, ele deveria deixar sempre abertas as portas do Palácio do Planalto.
Quase não se ouvem queixas sobre a falta de diálogo. As reclamações que envolvem a área de atuação de Carvalho se referem sobretudo à falta de decisões, causada principalmente por conflitos de interesses entre o governo e os sindicatos e movimentos sociais. Este ano, será particularmente difícil para o ministro: a proximidade das eleições parece animar cada vez mais os diferentes grupos a pôr os seus blocos na rua.
http://www.ihu.unisinos.br/noticias/506905-planaltocriamesadenegociacaocommovimentos