Lino Guerreiro perdeu casa, bens materiais e emprego registrado. É o retrato de outras famílias de trabalhadores que moravam na comunidade e, um mês depois, ainda vivem na incerteza
Por: Letícia Cruz, Rede Brasil Atual
São José dos Campos – Há seis anos cadastrado em um programa habitacional de São José dos Campos (a 97 quilômetros da capital paulista), José Lino Guerreiro é um dos tantos que lamenta hoje a falta de moradia – 30 dias depois da reintegração de posse que expulsou 1.600 famílias do terreno do Pinheirinho.
Munido de documentos que comprovam suas perdas, o sem-teto relatou sua situação à Rede Brasil Atual. “Não tem mais ninguém da mídia para dar um apoio em um momento tão crítico como este, de incertezas”, lamentou. Pai de seis filhos – sendo três crianças -, apresenta-se como um dos líderes do movimento dos moradores da comunidade expulsos de suas casas no último 22 de janeiro.
“Eu acho que não tenho mais capacidade de recuperar minha dignidade. Sempre trabalhei, minha esposa sempre trabalhou e ainda assim fomos tratados como bichos”, lamentou. Guerreiro saiu de casa com a roupa do corpo naquele domingo, às 4h15 da manhã. Em uma ficha da Defensoria Pública do Estado de São Paulo, preenchida por ele mesmo, uma extensa lista dos pertences perdidos, incluindo galinhas e patos que criava em seu quintal. (mais…)