A desproporção entre crimes e castigos no Brasil

Por Eduardo Ramos

Nassif, nesses dias em que tanto se fala do Judiciário, e tanto debatemos suas virtudes e mazelas, queria falar de um absurdo que infelizmente é comum no nosso país: punições cruéis e completamente sem sentido em relação ao “crime cometido”. Isso se torna ainda mais absurdo e desumano, por se tratar do país em que um Pimenta Neves fica solto por quinze anos, e qualquer um que matar no trânsito, mesmo que tropeçando de bêbado, paga fiança e sai solto, sem problemas. Com bons advogados, talvez não passe um dia sequer na prisão.

Pois bem, hoje na TV Record, peguei apenas o final de uma reportagem, uma cena chocante: uma senhora presa, algemada à uma cama hospitalar, um PM a vigiando e a narração em “off”, comunicando que a “bandida em questão” estava presa daquele jeito há 53 dias, por tentativa de furto de um celular de 50 reais. É isso… Descobriu-se depois que era esquizofrenica, mas só agora, mais de 50 dias, seria internada num hospital psiquiátrico.

p>Nossos zelosos juízes, desembargadores e ministros de tribunais, tão pródigos com banqueiros corruptos e afins, tão solícitos em esquivarem-se a propostas de acordo e desalojarem 1.500 famílias desamparadas, são contumazes também, nessas penas esdrúxulas.

Quem é que pode julgar e punir um juiz capaz de mandar prender uma senhora doente mental por tentativa de furto de um celular de 50 reais?

http://www.advivo.com.br/blog/luisnassif/a-desproporcao-entre-crimes-e-castigos-no-brasil

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