Porto do Açu ameaça comunidades em São João da Barra

Pequenos agricultores e pescadores de São João da Barra, no Rio de Janeiro, denunciam e pedem apoio contra a ameaça de desapropriação que vêm sofrendo para dar lugar ao Porto do Açu. O megaempreendimento pertence ao grupo EBX, de Eike Batista.

A Comissão Pastoral da Terra (CPT) estima que cerca de mil e 500 famílias estejam ameaçadas pela construção do complexo industrial. Moradores das comunidades de Água Preta, Barra do Jacaré, Sabonete, Cazumbá, Campo da Praia, Bajuru, Quixaba, Azeitona, Capela São Pedro e Açu estão sendo pressionados a abandonarem suas casas.

A empresa LLX, subsidiária da área de logística do grupo EBX, ofereceu moradias no local batizado de Vila da Terra, para onde seriam levadas 90 famílias de pequenos agricultores. A representante da CPT Carolina de Cássia informou à Agência Brasil que as famílias classificaram as condições na Vila da Terra como “favela rural”, pela proximidade entre as casas.

De acordo com Carolina, as famílias estão acostumadas a viver em terras amplas. Disse que a vontade da maioria dos moradores é permanecer nas terras onde construíram sua história. A CPT destaca que área em São João da Barra é fértil e não deveria ser utilizada para a construção de um complexo industrial.

Pescadores e agricultores da região divulgam um abaixo-assinado em igrejas, universidades, sindicatos e associações. O documento pede a revogação das desapropriações e a abertura de debates democráticos com a sociedade e a população diretamente atingida.

O Porto do Açu, previsto para embarcar ferro extraído de Minas Gerais, é um dos mais ambiciosos projetos de Eike Batista. Na área próxima, o empresário planeja instalar dezenas de empresas dos setores siderúrgico, metal-mecânico, petróleo, estaleiro, tecnologia da informação, além de uma usina termelétrica.

http://www.brasil.agenciapulsar.org/nota.php?id=8442

 

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