Guarda municipal revela que era vítima de racismo na corporação

A novela envolvendo a Guarda Municipal de Santos ganhou um novo capítulo nesta quinta-feira. Além das denúncias de assédios sexual e moral, racismo também estaria entre os crimes praticados pelo ex-coordenador da corporação.

A acusação veio à tona nesta quinta-feira, após mais uma rodada de depoimentos na Câmara Municipal. A Comissão Especial de Inquérito (CEI), instaurada para apurar as denúncias na corporação, ouviu a guardiã-cidadã, que acusa o ex-coordenador do canil da corporação de assédio sexual; o guardião-cidadão, que teria mantido relação sexual com uma guarda municipal feminina, apontada como o braço-direito do superior, e um guarda que teria sido vítima de assédio moral.

Apesar da fala da guardiã-cidadã ser a mais aguardada, um novo ingrediente foi acrescentado ao caso. Segundo o vereador Reinaldo Martins (PT), que preside a CEI, entre as ofensas que seriam praticadas pelo ex-coordenador do canil, “tinha também a de caráter racial”. O agravante foi apontado pelo guarda municipal, que conversou com os vereadores nesta quinta-feira. Com quase 26 anos de corporação, ele afirma que era chamado de macaco pelo superior e ofendido constantemente.

Ao todo, 11 pessoas já prestaram depoimento na Câmara. Para os membros da comissão, não há mais nada a ser acrescentado ao caso. “Agora nós vamos analisar os depoimentos”, explicou Reinaldo. De acordo com o vereador, há algumas contradições de datas e horários que precisam ser esclarecidas.

Para que todos os membros da Comissão possam ter acesso aos depoimentos, o prazo da CEI será prorrogado. A ideia é concluir a apuração, com a apresentação de relatório final, em fevereiro. O documento será encaminhado à Prefeitura e ao Ministério Público.

Reinaldo voltou a explicar que o papel da Comissão não é o de dar um veredicto, e sim de caráter administrativo. “O problema é o que ele (ex-coordenador do canil) fez, se é que fez, como funcionário público, e nas dependências de um patrimônio público”.

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