Após suspeita de racismo, colégio tira estagiária de contato com o público

Diretora teria pedido para jovem alisar e prender o cabelo para entrar no “padrão” da escola

Érica Saboya

A estagiária que denunciou o colégio Anhembi Morumbi por suspeita de racismo, Ester Elisa da Silva Cesário, afirmou que foi retirada do contato com o público desde que sua história foi divulgada pela imprensa. Ela foi contratada há um mês para atender pais de alunos na área de marketing e, desde segunda-feira (5), a escola a teria transferido para lidar com arquivos. Ester contou que sente um clima de rejeição por parte dos colegas.

– Tenho ido trabalhar, mas sinto uma reação de nojo das pessoas. Ninguém conversa mais comigo no colégio e às vezes me sinto inferior, me sinto sozinha. Agora estou lutando para resgatar minha dignidade.

O colégio explicou que trocou a estagiária de função para preservá-la, uma vez que a divulgação da história a deixou muito exposta e as pessoas podem constrangê-la com perguntas. No entanto, a instituição garante que a mantém no setor para o qual foi contratada.

Ester registrou um boletim de ocorrência contra o colégio alegando que foi vítima de preconceito depois que a diretora solicitou que ela alisasse e prendesse o cabelo para ir trabalhar. De acordo com ela, foi alegado que cabelo crespo não é o padrão do colégio. A diretora ainda teria dito que tinha os cabelos crespos, mas os alisou para manter a boa aparência exigida na empresa. (mais…)

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Sem-teto e MST ocupam prédio da Presidência em São Paulo

Protesto por moradia reúne cerca de 500 pessoas em escritório localizado na avenida Paulista; ato é pacífico, segundo a Polícia Militar

SÃO PAULO – Cerca de 500 pessoas protestam por moradia na Avenida Paulista, nesta quinta-feira, 8. Parte dos manifestantes ocupou o prédio do Banco do Brasil, onde fica o escritório da Presidência da República. De acordo com as primeiras informações, o protesto seria organizado por integrantes do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto) e do MST (Movimento dos Trabalhadores Sem Terra). Eles ocupam o primeiro, segundo e terceiro andares do edifício.

A Polícia Militar está no local e informou que as equipes estão em negociação com os manifestantes. O ato é pacífico até o momento. Por volta das 12h30, o grupo ocupava duas faixas da direita da avenida, no sentido Paraíso. A Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) recomenda que o motorista evite a região. Como o grupo iniciou o protesto no sentido Consolação, a Avenida Paulista registrava 1,5 km de retenção, da Praça Oswaldo Cruz até a Rua Itapeva. Não há reflexos no sentido Paraíso.

A assessoria da Presidência da República não comentou o ato.

http://www.estadao.com.br/noticias/nacional,sem-teto-e-mst-ocupam-predio-da-presidencia-em-sao-paulo,808336,0.htm

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Sem teto, sem terra e trabalhadores fazem ato em São Paulo

Fábio Nassif

Cerca de 3 mil pessoas, militantes do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto), MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) e outros sem-terra de Campinas e trabalhadores da Flaskô – fábrica ocupada há mais de 8 anos – realizaram um ato nesta quinta-feira (8), na avenida Paulista em São Paulo. A avenida, que completa 120 anos hoje, foi tomada completamente do MASP até o escritório da Presidência da República em São Paulo.

Na chegada ao prédio da Presidência, os manifestantes ocuparam os três andares do edifício até serem recebidos pela chefia de gabinete. O objetivo da ação era conseguir uma reunião com representantes do governo federal para pedir uma política nacional de desapropriações que facilite as reformas agrária e urbana.

Os representantes dos movimentos saíram com a promessa de uma reunião com o ministro-chefe da Secretaria Geral da Presidência, Gilberto Carvalho, no próximo dia 19, em São Paulo. Guilherme Boulos, do MTST, afirmou que hoje os programas habitacionais ficam reféns da especulação imobiliária e “se o governo federal tivesse uma política nacional de desapropriação de terra, o programa Minha Casa Minha Vida poderia ser mais efetivo para atender a população de baixa renda”.

Além das desapropriações, os movimentos pedem o fim das remoções que estão sendo realizadas amplamente, algumas delas para construção das obras para a Copa do Mundo e Olimpíadas. No próximo final de semana, por exemplo, está marcado um despejo de cerca de duas mil famílias na ocupação Pinheirinho, em São José dos Campos. (mais…)

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USP em ritmo (crônico?) de barbárie

Osvaldo Coggiola

O conflito da USP se encaminha para um mês e meio de duração, desde o pôr do sol de 27 de outubro em que três estudantes foram detidos pela PM paulista, num pátio interno da FFLCH, por suposta posse ou uso de maconha. Com a proximidade das férias escolares, sai, portanto, de sua fase aguda para entrar em fase crônica. O conflito não opõe a imaginária “comunidade universitária” (essa image d´Épinal) ao Reitor designado pelo governo estadual, ou a órgãos do Estado (a PM), toda vez que parte significativa dessa comunidade, um informal, mas relativamente articulado, “partido da ordem”, manifestou-se, de maneira nem sempre passiva, em apoio a esse Reitor e à ação da PM,[1]inclusive nos seus aspectos violentos (que, segundo denúncias, incluiram tortura de uma estudante que era apenas testemunha dos fatos na madrugada em que a PM investiu na Reitoria ocupada, em 8 de novembro, lançando também bombas e bloqueando com violência os dormitórios estudantis). Na USP Bauru, cartazes com os dizeres “Fora Rodas” e “Não à Censura” foram destruídos no campus universitário, onde a fixação de cartazes do movimento grevista está proibida.

73 estudantes, ou membros da comunidade que frequentam a USP (coisa que não deveria escandalizar ninguém, pois, além de se tratar de prédios públicos, essa frequentação acontece desde que existe a Cidade Universitária, ou desde que a universidade é universidade) foram presos e estão agora submetidos a processos na justiça comum. Somam-se eles a algumas dezenas de estudantes e funcionários que já eram objeto de processos internos à USP, incluídas demissões e jubilações. Não é preciso lembrar da ação violenta da PM (Tropa de Choque) a 9 de junho de 2009, quase no mesmo local das detenções de outubro recente, quando estudantes, professores e funcionários tiveram sua integridade física posta em risco e agredida, com bombas de efeito moral e gás lacrimogêneo. Para a última desocupação da reitoria foram utilizados 400 homens da Tropa de Choque, sem identificação em seus uniformes, dois helicópteros, cavalaria e viaturas, com apoio do Grupo de Operações Especiais (GOE). Parecem agora ironia os dizeres dos cartazes espalhados pela USP logo depois daquele 9 de junho de 2009: “PM Nunca Mais!”. (mais…)

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Comitês Populares da Copa criticam Lei Geral e divulgam, no dia 12, dossiês sobre violações de direitos

Na próxima segunda-feira (12), os Comitês Populares da Copa realizarão manifestações para entregar às prefeituras das cidades que sediarão a Copa de 2014 dossiês sobre violações de direitos no âmbito da preparação do país para o Mundial e, no caso do Rio de Janeiro, também para os Jogos Olímpicos de 2016. Além disso, será entregue uma nota pública com críticas à Lei Geral da Copa, que será votada na próxima semana na Comissão Especial da Copa e, depois, irá ao plenário da Câmara dos Deputados.

De acordo com a nota, “Em nome dos negócios e dos lucros da entidade [FIFA], percebemos uma relação de vassalagem política das nossas autoridades perante a FIFA, em prejuízo da nossa soberania, da legislação interna e dos interesses nacionais. […] Isso tudo sem mencionar tantas outras violações e ilegalidades que já tem ocorrido em função da realização dos jogos, tais como, falta de informações, remoção e despejos arbitrários de comunidades pobres, repressão sobre trabalhadores informais e população em situação de rua, exploração sexual de mulheres e crianças, endividamento público acima do autorizado pela Lei de Responsabilidade Fiscal, falta de transparência, precarização do trabalho, segregação sócio espacial, etc.”

O documento termina conclamando o Congresso Nacional “a abrir um amplo debate para que a vontade do povo brasileiro prevaleça sobre os interesses estritamente econômicos que estão por trás da realização dos jogos”. Leia a nota na íntegra.

Veja abaixo o calendário de mobilizações:

No Rio de Janeiro, a concentração da manifestação será às 10:30, na entrada Presidente Vargas da sede da Prefeitura (estação Cidade Nova do metrô). Clique aqui para mais informações. (mais…)

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Que é isto – uma floresta?

Marketing verde e o código de Claudentina como resistência discursiva

Por Marcelo Calazans1

Para a memória de Ricardo Carrere

O ano de 2011 foi eleito, pela ONU, o ano internacional das florestas. No horizonte da  Rio+20  e  das  conferências  do  clima  (África  do  Sul)  e  da  biodiversidade  (Índia),  as  florestas são tema de uma intensa campanha discursiva.

Evidenciando a importância das florestas para a vida do planeta, um conjunto articulado  de  enunciados  de  diversos  autores,  línguas  e  gêneros,  buscam  mobilizar  a  opinião  pública  internacional,  Estados,  corporações,  organizações  e  indivíduos  para  a  necessidade e urgência de proteger as florestas. A provisão de água, alimentos, madeira,  fármacos  etc;  a  regulação  dos  ciclos  hidrológicos  e  climáticos;  a  decomposição  e reprodução da vida – a defesa das florestas, como slogan de campanha, parece um signo  perfeito:  um  significante  com  significado  unívoco,  quer  dizer,  sem  polissemia, ambiguidades, dúvidas de interpretação; um sentido universal. Quem poderia ser contra  a defesa das florestas? Trata-se de um tipo de campanha discursiva que busca construir  um “nós” que é ao mesmo tempo emissor e destinatário da própria campanha. No jargão inglês,  uma  campanha  win-win,  quer dizer, “vencedor-vencedor”,  todos  ganham  e ninguém perde. (mais…)

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Relações de saúde e trabalho em assentamento rural do MST na região de fronteira Brasil-Paraguai

Resumo
Com o presente artigo, busca-se relatar e analisar as relações entre saúde e trabalho de pequenos produtores rurais do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). Quanto à metodologia, adotou-se o aporte da investigação participativa e as bases da educação popular. O estudo realizado tornou possível uma compreensão de saúde e de trabalho mediante as narrativas dos trabalhadores e histórias relativas às lutas coletivas contra a exclusão e a violência no campo. Constataram-se importantes aspectos próprios a esse grupo populacional, como o sentido de conquista da propriedade da terra, os conflitos advindos da ‘militância’ e as diferenças de gênero e geração. Com base nos relatos, analisaram-se também os acidentes e os riscos relacionados à atividade de trabalho no assentamento rural, principalmente a exposição ao agrotóxico. Confirmaram-se, ainda, a solidariedade e a cooperação como valores importantes e como base de novas relações, um modo distinto de organização social coletiva do trabalho. (mais…)

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Indústria do alumínio: A floresta virada em pó

Reportagem produzida pelo Núcleo Amigos da Terra Brasil mostra casos de destruição social e ambiental que empresas transacionais provocam nos Estados do Pará e Maranhão, onde está concentrada mais de 80% da bauxita explorada no Brasil. O alumínio é uma das principais commodities brasileiras e o país é o 6º produtor mundial do metal, atrás da China, Rússia, Canadá, Austrália e EUA. O Brasil possui a terceira maior jazida de bauxita do mundo e é o quarto maior produtor mundial de alumina.

Violação aos direitos humanos e degradação da natureza andam juntos quando o tema é territórios ocupados pelas corporações de mineração e produção de alumínio. Tão útil e adaptado aos modos de vida moderno, por ser leve, macio e resistente, esse metal esconde um processo industrial penoso e degradante. A reportagem cinematográfica publicada abaixo revela casos de destruição social e ambiental que empresas transacionais provocam nos Estados do Pará e Maranhão, onde está concentrada mais de 80% da bauxita explorada no Brasil.

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Carta ao Ouvidor Agrário Nacional denuncia ameaças de morte em Boca do Acre

Abaixo, transcrição de carta enviada ao Ouvidor Agrário Nacional denunciando ameaças de morte que trabalhadores vêm sofrendo em Boca do Acre.

“Boca do Acre, 07 de dezembro de 2011

Ao
Ouvidor Agrário Nacional
Senhor Doutor Gercino da Silva Filho

Excelentíssimo Senhor,

As Lideranças dos Movimentos Sociais de Boca do Acre vêm sofrendo ameaças iminentes de morte devido à luta pelas suas terras. Nos últimos anos, já foram executadas mais de 25 lideranças na Boca do Acre. Hoje, a lista é grande. Podemos citar Luzia Santos, Cosme Capistrano, entre outros. O caso urgente é dos moradores do seringal Macapá e do senhor José Everaldo Vieira Melo, 44 anos. produtor extrativista, morador do Seringal Macapá, na BR 317, km 88, Ramal do Porto Alonso, linha 02, Colônia Vale das Oliveiras, localizado no Município Boca do Acre – AM, portador do RG 240624, SSP-AC, CPF 483.835.462-20, telefone 68-99489652. (mais…)

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