Organizado pelo Conselho de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana (CDDPH), pelo Centro Acadêmico Manoel de Mattos (CAMM) e pela Dignitatis, o II Seminário sobre Federalização dos Crimes contra os Direitos Humanos será realizado nos dias 22 e 23 de novembro, terça e quarta-feira próximas, em João Pessoa, na Faculdade de Direito da UFPB. O I Seminário foi realizado em setembro do ano passado, em Brasília, tendo como uma das suas principais consequências a passagem para a esfera federal do caso Manoel de Mattos, no final do mês seguinte.
A federalização é uma das estratégias apontadas por pesquisadores e juristas para diminuir a impunidade em casos de extrema violência contra os direitos humanos. Ocorre quando o julgamento passa das esferas locais para a Justiça Federal, diminuindo a possibilidade de influências externas sobre decisões judiciais e assegurando, assim, o cumprimento da lei. Podemos dizer que a federalização é mais uma arma para garantir a democratização do Sistema de Justiça, contra a possibilidade de juízes locais se deixarem “influenciar” nas suas decisões, quer por ameaças ou por corrupção.
No dia 27 de outubro de 2010, em decisão inédita, o Superior Tribunal de Justiça instaurou um Incidente de Deslocamento de Competência (IDC) – nome do mecanismo que garante a Federalização de crimes que envolvam grave violação de direitos humanos, prevista na Constituição desde 2004, mas colocada em prática somente nessa data -repassando para a área federal a investigação, os procedimentos investigativos e o julgamento do assassinato de Manoel de Mattos (mais detalhes em 27 de outubro: um ano da Federalização do caso Manoel Mattos).
O advogado Manoel de Mattos, de 44 anos, foi assassinado com dois tiros, na noite de 24 de janeiro de 2009, no município de Pitimbu, Paraíba, por dois homens encapuzados. Defensor dos direitos humanos, denunciava a atuação de grupos de extermínio na divisa de Pernambuco e Paraíba. A mãe de Manoel, dona Nair Mattos, estará presente na mesa de abertura do Seminário. Abaixo, a Programação. TP. (mais…)
Ler Mais