Sergio Pena fala sobre a genética do povo brasileiro

O geneticista Sergio Danilo Pena, da UFMG

“No Brasil, não se pode prever individualmente a cor das pessoas a partir de sua ancestralidade genômica, nem o contrário. Os brasileiros devem ser avaliados numa base individual como 190 milhões de seres humanos, e não como membros de grupos de cores.”

A afirmação é do geneticista Sérgio Danilo Pena, da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), que fará a conferência “Estrutura e Formação Genética do Povo Brasileiro” no dia 11 de agosto, às 17h, no Auditório do Instituto de Ciências Biomédicas (ICB) da USP.

A conferência integra o Ciclo Ciência Avançada, comemorativo dos 25 anos do IEA e do qual já participaram o neurocientista Miguel Nicolelis, o astrofísico João Steiner e a linguista Eleonora Cavalcante Albano.

Pena chama de “ancestroma brasileiro” a totalidade das características genéticas das três principais populações constituintes do povo brasileiro: ameríndios, europeus e africanos. Na conferência, explicará o uso de diferentes ferramentas moleculares para caracterizar tal ancestroma. (mais…)

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Morre protagonista do documentário “Estamira”

A personagem-título do documentário "Estamira", que acumula 23 prêmios em festivais internacionais

Filme de Marcos Prado, premiado mundialmente, seguia rotina de mulher em aterro sanitário

Morreu nesta quinta-feira (28), no Rio de Janeiro, a protagonista do premiado documentário “Estamira” (2005), Estamira Gomes de Souza, que tinha 72 anos. O enterro acontece nesta sexta no Cemitério do Caju.

Estamira estava internada no Hospital Miguel Couto, na Gávea, desde a terça-feira (26). Ela sofria de diabetes e morreu em decorrência de uma infecção generalizada.

Lançado em 2005, “Estamira” foi dirigido por Marcos Prado, sócio de José Padilha na Zazen Produções e produtor de “Tropa de Elite 1 e 2”. O documentário segue a personagem-título, uma mulher que possui problemas mentais e sobrevivia com o que encontrava no aterro sanitário de Jardim Gramacho, no Rio.

Através de sua conta no Facebook, Prado afirma que Estamira morreu por falta de atendimento. “Estamira ficou invisível pela falência e deficiência de nossas instituições públicas”, escreveu. “Morreu depois de ficar dois dias esperando por atendimento nos corredores da morte do nosso maravilhoso serviço público de saúde do Miguel Couto.” (mais…)

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Incra ganha reintegração de posse de reserva legal e desativa carvoaria ilegal em Estreito (MA)

O Incra no Maranhão ganhou na justiça o direito à reintegração de posse da área de reserva legal do projeto de assentamento Brejo da Ilha, localizado no município de Estreito (MA). Os irregulares têm 15 dias para cumprir a decisão definitiva da justiça que também desativou uma carvoaria ilegal encontrada na área.

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A Unidade Avançada do Incra em Imperatriz, por meio da Procuradoria Seccional Federal, ingressou com a ação logo após tomar conhecimento que pessoas estranhas ao assentamento e até alguns assentados ocuparam, dividiram e venderam pequenos terrenos dentro da área de reserva legal do projeto, que fica nas proximidades do rio Tocantins.

Além da venda ilegal dos terrenos, os ocupantes também passaram a produzir carvão vegetal com produtos da área de preservação ambiental, promoveram queimadas, construíram moradias irregulares e desmataram a reserva legal e a área de preservação permanente para criação de animais. (mais…)

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Caciques do extremo sul discutem regularização de terras em Brasília

Entre os dias 23 a 30 de julho, 45 caciques do extremo sul da Bahia estarão em Brasília (DF) para discutir com autoridades federais a questão da regularização de terras indígenas. Os líderes tribais representarão comunidades como as de Barra Velha, Imbiriba, Boca da Mata, Meio da Mata, Guaxuma, Jitaí e Aldeia Nova.

Serão realizadas audiências com os representantes da Presidência da República; Presidência da Fundação Nacional do Índio (FUNAI); Ministério da Justiça; Ministério da Saúde; Ministério da Educação e Cultura (MEC); Secretaria Especial de Saúde Indígena; Advocacia Geral da União (AGU); Secretaria de Articulação Social da Resistência da República; Supremo Tribunal Federal (STF); Casa Civil; Congresso Nacional e Conselho Indigenista Missionário (CIMI).

De acordo com Juari Pataxó, da Superintendência Indígena de Porto Seguro, órgão vinculado à Secretaria de Governo e Comunicação, serão apresentadas diversas demandas, mas o principal assunto discutido será a regularização das terras. “Existem questões pendentes, tendo em vista que há aldeias com mais de 10 anos em área cuja legalização está tramitando na Justiça. (mais…)

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Venda de agrotóxicos cresce no Brasil

Por Vivian Fernandes, da Radioagencia NP

O mercado mundial de agrotóxicos pode ter um novo líder de vendas ainda este ano. O atual momento da economia brasileira – com alta no preço das commodities e valorização do real frente ao Dólar – deve colocar o Brasil no primeiro lugar em arrecadação nas vendas de defensivos agrícolas, ultrapassando os Estados Unidos. Estima-se um crescimento em 10% no mercado brasileiro, com vendas superiores a US$ 8 bilhões, aproximadamente R$ 12,4 bilhões.

O mercado estadunidense movimentou, no último ano, US$ 7,8 bilhões – cerca de R$ 12,1 bilhões – em venda de agrotóxicos. O brasileiro registrou US$ 7,3 bilhões ­– aproximadamente R$ 11,3 bilhões. (mais…)

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Lideranças de Altamira recorrem ao Relator Especial dos Direitos Indígenas da ONU

Carta enviada a James Anaya, Relator Especial de Dirietos Indígenas da ONU, pede apoio e intervenção na defesa das comunidades indígenas ameaçadas por Belo Monte

Altamira, 20 de julho de 2011

Estimado senhor Anaya,

Vimos através desta, em nome das comunidades indígenas Arara e Juruna da Volta Grande do Xingu a serem afetadas diretamente pelo UHE Belo Monte, pedir respeitosamente seu apoio e intervenção nesta luta.

Como já deve ser do seu conhecimento, o Governo brasileiro não quer respeitar as medidas cautelares (MC-382-10[1]) solicitadas no dia 01 de Abril de 2011 pela Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH), com o objetivo de garantir os nossos direitos como povos indígenas – incluindo grupos que vivem em isolamento voluntário – ameaçados pela construção do Complexo Hidrelétrico de Belo Monte no Estado do Pará. As medidas diziam claramente que o Processo de consulta deveria ser livre, prévio e informado; no entanto, além de não termos sido consultados anteriormente, o Estado não tem feito absolutamente nada para mudar este quadro. Assim, a situação atual encontra-se no mesmo estágio em que estava antes das medidas: não temos informações adequadas sobre o caso e nem fomos consultados a respeito. Somos atingidos diretamente pela barragem e não queremos Belo Monte!

Agora com a recente aprovação da Licença de Instalação em 1º de junho, o projeto teve autorização para iniciar todas as obras de construção. Com isso, o governo deixa claro que não fará nenhuma consulta conosco.  Por isso, lhe pedimos que intervenha em nosso favor. Temos certeza de que com o seu bom senso e profissionalismo podes fazer uma interferência favorável e positiva. Indigna-nos saber que o IBAMA, diante de todas as discussões e dúvidas que envolvem Belo Monte, por ele mesmo reconhecidas, tenha liberado a Licença de Instalação neste preciso momento, mesmo com o pedido de medidas da CIDH. Isso demonstra claramente a covardia e má fé do governo brasileiro, que tantas vezes se diz humanista, mais não respeita o seu próprio povo. (mais…)

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Comissão debate situação de moradores atingidos por hidrelétrica

A violação dos direitos dos moradores atingidos pela atividade da usina hidrelétrica de Candonga (UHE Risoleta Neves), no município de Santa Cruz do Escalvado (Zona da Mata), será discutida pela Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa de Minas Gerais. A audiência pública será na próxima quarta-feira (3/8/11), às 9 horas, no Auditório.

De acordo com o gabinete do deputado Durval Ângelo (PT), presidente da comissão e autor do requerimento para a audiência, a hidrelétrica estaria funcionando em situação irregular. Sua licença de operação teria sido anulada por meio de decisão judicial de dezembro de 2010, tendo em vista que não foram satisfeitas todas as condições exigidas para a concessão do documento.

Além disso, devido ao fato da empresa não ter cumprido ações de amparo às famílias atingidas pelo empreendimento, o Conselho Estadual de Assistência Social (Ceas) cancelou, em março de 2011, a aprovação da implementação do Plano de Assistência Social, que seria um dos requisitos necessários para a liberação da licença de operação da hidrelétrica. Ainda segundo o gabinete do parlamentar, caberia ao Conselho de Política Ambiental (Copam) adotar as providência necessárias para impedir o funcionamento da empresa, o que ainda não teria acontecido. (mais…)

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Com 48 inclusões, “lista suja” chega a 251 empregadores

Com a atualização semestral de julho de 2011, a soma total de infratores alcançou a marca de 251 nomes. Na divisão por regiões, Centro-Oeste e Sul aparecem com mais ingressantes. Dois prefeitos entraram no cadastro

Por Maurício Hashizume

A “lista suja” do trabalho escravo, como ficou conhecido o cadastro de exploradores de mão de obra em condições desumanas, jamais teve tantos nomes. Com a atualização semestral desta quinta-feira (28), a soma total de empregadores alcançou a marca de 251 nomes.

Foram incluídos 48 nomes na relação mantida pelo governo federal. Outros cinco foram excluídos. A “lista suja” é mantida pela Portaria Interministerial 2/2011, assinada pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) e pela Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República (SDH/PR).

A quantidade expressiva de inserções é um reflexo da conclusão do grande volume de processos administrativos iniciados nos últimos anos. O MTE instaura esses procedimentos a partir das situações análogas à escravidão encontradas pelo grupo móvel de fiscalização e pela atuação das Superintendências Regionais do Trabalho e Emprego (SRTEs).

Só entre 2007 e 2009, houve cerca de 4,9 mil libertações por ano. Nesse mesmo período, a média anual de operações registradas ultrapassou 140; mais de 280 estabelecimentos foram inspecionados, em média, a cada 12 meses. (mais…)

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O MST muda o foco

Soraya Aggege 29 de julho de 2011 às 10:44h

João Pedro Stedile, um dos principais líderes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), afirma que a concentração de terras tem crescido e que a reforma agrária clássica realmente “saiu da agenda” nacional. Resta ao MST o caminho da “reforma agrária popular”, que defende um novo modelo de desenvolvimento agrícola, o agroecológico.

CartaCapital: Qual é a dimensão hoje da necessidade real de distribuição de terras no Brasil?

João Pedro Stedile: O Brasil é um dos países de maior concentração de propriedade da terra. Nos últimos anos, mesmo com o governo Lula seguiu concentrando. Os últimos dados do cadastro do Incra, de dezembro 2010, revelam que temos 66 mil fazendas classificadas como grandes propriedades improdutivas, que controlam 175 milhões de hectares.  Pela Constituição e pela Lei Agrária Complementar, todas essas propriedades deveriam ser desapropriadas e distribuídas. Temos ao redor de 4 milhões de famílias de trabalhadores agrícolas sem terra que seriam os potenciais beneficiários. (mais…)

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Frente nacional contra tentativas de privatizar a água

por Fabiana Frayssinet, da IPS

1293 Frente nacional contra tentativas de privatizar a água

Para frear o que consideram um processo em curso de privatização da água na América Latina, organizações da sociedade civil começam a coordenar ações conjuntas na região. Elas denunciam a aplicação “de diversas formas sutis” que tendem a deixar este recurso fora do controle estatal. Mesmo admitindo que o diagnóstico sobre a situação do controle da água ainda não está claro, o fórum de organizações “trabalha nesse debate”, explicou à IPS o sacerdote Nelito Dornelas, assessor da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) no Fórum Nacional de Mudanças Climáticas.

O que está claro é que há muitas situações pontuais em cada país inclinadas a esse fim, segundo os organizadores do Seminário Internacional: Panorama Político Sobre Estratégias de Privatização da Água na América Latina”, realizado nos dias 20 e 21, na sede da Universidade Federal do Rio de Janeiro. “No Brasil está em curso com relação à água um processo semelhante ao que ocorreu com a energia elétrica quando, depois da privatização, as tarifas aumentaram cerca de 400%”, afirmou, como exemplo, o Movimento dos Afetados pelas Represas (MAB). “Temos de mobilizar a população em torno deste debates”, disse Dornelas. (mais…)

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